O respirar da troika De cada vez que se fala de medidas impopulares, aponta-se a necessidade de respeitar os ditames da troika, de regressar ao mercado, e de respirar, para isso, pelo aparelho eferidor da troika. Não se vive em Portugal desde há uns tempos para cá senão em função da troika, da sua pesada respiração, da sua (in)sensibilidade, do corte direito da troika, sem olhar a quem e sem explicar porquê. A troika respira, venta e nós dobramos o nosso corpo e a nossa mente de acordo com aquilo que a troika quer. É uma situação de subserviência, sem orgulho e pelo que se vê também sem glória. É um dictat dos antigos, tipo ultimatum inglês nos tempos de Antero de Quental ou da anterior dominação espanhola ou das invasões francesas. Somos, infelizmente, um país que se deixa dominar com alguma facilidade: os nossos vendilhões do templo fazem abrandar o orgulho, mergulham-no em banho maria e, vendidos à sua conveniência pavoneiam-se por salões nacionais e internacionais mandando bitaites. Mais ou tão importante é acabar com a troika como importante é acabar com os nossos tocadores de flauta hameliniana. Que nos sirva, mais uma vez de lição: mais uma. Um dia, provavelmente, um dia, acabaremos com as troikas em Portugal e correremos com os vendilhões do templo. Portugal, a nossa Pátria, não os merece hoje...tal como nunca os mereceu antes.
Posted on: Thu, 03 Oct 2013 19:15:38 +0000
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