O silêncio da noite é que tem sido Testemunha das minhas - TopicsExpress



          

O silêncio da noite é que tem sido Testemunha das minhas amarguras Luiz: Quando o sol faz a curva no poente Deixa a terra sinistra e esquisita O escuro noturno me visita Aumentando a saudade permanente A lembrança sangrando o peito rente Sem ter mais ilusão para essas curas Um carinho, se ganho, é sem ternuras O sorriso permanece com gemido O silêncio da noite é quem tem sido Testemunha das minhas amarguras Manoel: De mulher ninguém eu fui chamada Nada disso alterou meu visual Cada dor que sentisse era normal De pobreza e paixão fui coroada Na passagem da negra madrugada Quando Vênus brilhava nas alturas Eu andava nas ruas mais escuras Escondendo a sujeira do vestido O silêncio da noite é quem tem sido Testemunha das minhas amarguras Luiz: Ninguém vem escutar a dor que sinto Nem conversa comigo pra saber Nesse mundo o que tenho pra dizer Pois falando a verdade ainda minto O caminho que sinto eu mesmo pinto Com a tinta sagrada das loucuras Desenhando visões das aventuras Que levaram da vida o meu sentido O silêncio da noite é quem tem sido Testemunha das minhas amarguras Manoel: Eu ganhei o troféu da ignorância Foi coberto de lodo meu passado Me joguei como um pombo descasado Nas primeiras paixões da minha infância Arrotando ilusões e arrogância No inicio das falcas aventuras Quando as minhas irmãs dormiam puras Eu já era envolvida com bandido O silêncio da noite é quem tem sido Testemunha das minhas amarguras Luiz: Minha alma se assusta sofre e chora Quando vejo o meu corpo caminhando Dois cachorros da rua acompanhando Esses passos que eu dou fora de hora Do meu rosto a beleza foi embora Apagando o sorriso das canduras Ninguém sabe fazer essas pinturas Quando o tempo carrega está perdido O silêncio da noite é quem tem sido Testemunha das minhas amarguras Manoel: Já andei me sentindo pelos ares Parecendo-me até pisar nas telhas Dos casebres de lâmpadas vermelhas Pequeninos prostíbulos populares Enfrentando a guerrilha dos olhares Fui das mais disputadas formosuras Hoje sou a pior das criaturas Que comeram do fruto proibido O silêncio da noite é quem tem sido Testemunha das minhas amarguras Luiz: Sou coruja que dorme no telhado Na antena do rádio de uma casa Dando soco no vento com a asa Espantando besouro ressacado Na resquícia lembrado do passado O meu peito cansou-se de procuras Minha mente confusa de misturas Acelera o juiz enlouquecido O silêncio da noite é quem tem sido Testemunha das minhas amarguras Manoel: Eu troquei minha honra por cachaça Encardi de uma vez minha conduta Este nome cruel de prostituta Ajudou a construir minha desgraça O destino quebrou a minha taça Rasurou o meu titulo de bravuras Hoje sinto o ardor das queimaduras Que mancharam meu filme colorido O silencio da noite é que tem sido Testemunhas das minhas amarguras Luiz: Sou da sombra e do frio companheira Mensageira da carta que não vem De amores eu tive mais de cem Minha ultima ilusão foi à primeira Dos prazeres da carne eu fui parceira No escuro infernal das ataduras Se errei, Deus perdoe as minhas juras O amor que eu queria é falecido O silêncio da noite é quem tem sido Testemunha das minhas amarguras Manoel: Sou a pomba perdida do rebanho Engasgada com resto de comida Se não fosse o efeito da bebida Que seria de mim, se nada ganho Só consigo dormir depois que apanho No vapor de anormais temperaturas O meu livro está cheio de rasuras Dos pecados que tenho cometido O silêncio da noite é quem tem sido Testemunha das minhas amarguras
Posted on: Thu, 29 Aug 2013 04:54:02 +0000

Trending Topics



Recently Viewed Topics




© 2015