ORIGEM DOS DÍZIMOS. No cristianismo, os dízimos surgiram - TopicsExpress



          

ORIGEM DOS DÍZIMOS. No cristianismo, os dízimos surgiram relativamente tarde (séc. VI) e não lograram implantar-se no império bizantino e, conseqüentemente, na igreja ortodoxa grega e nas nascidas da catequese cristã bizantina russa. A fundamentação dos dízimos decorre da interpretação de textos do Antigo Testamento, bem como do exemplo de praticas correntes no judaísmo e, até certo ponto, nas primitivas comunidades cristãs. O direito eclesiástico do Ocidente cristão ocupou-se fartamente dos dízimos, a partir da Idade Média, bem como vários concílios regionais ou ecumênicos. 4 – OS DIZÍMOS NO ANTIGO TESTAMENTO. Até o cativeiro da Babilônia, os dízimos da agricultura e primícias do gado eram consumidos, pelo respectivo proprietário hebreu, num banquete ritual e festivo, do que participava o levita local e em lugar consagrado a Yahvé. Caso ficasse longe, vendiam-se naquele lugar, tudo quanto fosse necessário ao banquete(Dt. 14:28-29). Esse festim sacro simbolizava o reconhecimento do domínio eminente do solo por Deus, que dera a terra de Canaã ao seu povo. Com efeito, no Antigo Oriente Próximo era costume que o proprietário recebesse do arrendatário um décimo dos produtos do solo. 4.1 – A disposição do Deuteronômio, que centralizou num único lugar (que veio a ser Jerusalém) o culto deYahvé e o consumo ritual dos dízimos (Dt. 12:6-7,17,19) só foi cumprida parcialmente a partir da reforma religiosa do Rei Josias, embora Salomão houvesse construído o Templo dois séculos antes. Prevaleceu com a teocracia sacerdotal do período pós-exílio, uma vez reconstruído o Templo, destruído por Nabucodonosor. 4.2 – Depois do retorno do cativeiro da Babilônia os dízimos dos frutos do solo passaram a ser entregues aos levitas e sacerdotes (estes recebiam um décimo dos mesmos), como contribuição para o custeio do culto do Templo e sustento do seu numeroso pessoal (Num. 18:21-32). Após Neemias e Esdras, acrescentaram-se aos dízimos agrícolas os do gado (Lev.27:32). Até a destruição do Templo por Tito, os judeus da diáspora (comunidades judias espalhadas pelo mundo helenístico, conquistado gradualmente pelos romanos) e prata ao santuário. A partir de 71 d.C., o didracma (dois drácmas), equivalente a um meio ciclo de prata do sistema monetário judeu, que o Templo recebia anualmente dos fiéis, foi cobrado, na Judéia (já província romana), para Júpiter Capitolino, cujo culto fora substituído pelos romanos ao de Yahvé. 5 – OS DÍZIMOS NO JUDAÍSMO POSTERIOR. Com o esmagamento da última revolta judia, contra o poder imperial romano, a Palestina ficou praticamente esvaziada da sua população adoradora de Yahvé, e o judaísmo ainda se difundiu mais por todo o império romano e ainda além, alcançando com o tempo, uma expansão mundial. A cobrança dos dízimos, de acordo com os preceitos da Torh (O Pentateuco) e os comentários talmúdicos, foi mantida, em dinheiro, nas comunidades judias para atender ás suas necessidades religiosas. Na atualidade, perdeu o caráter decimal e foi substituído por um conjunto de contribuições para fins de cultos, previdência social e beneficência, em princípio voluntárias. 6 – OS DÍZIMOS NO CRISTIANISMO PRIMITIVO. Nas primeiras comunidades cristãs não houve dízimos, mas oblações, isto é, ofertas voluntárias e de montante variável, que visavam essencialmente a minorar a sorte dos pobres, entre os quais figuravam órfãos e viúvas. Sem dúvida, o apóstolo São Paulo afirmava o direito dos pregadores do evangelho á sua manutenção pelos fiéis, mas timbrava em viver do fruto do trabalho das suas próprias mãos (I Cor. 9:11-14). Freqüentemente, aliás, os evangelizadores recebiam seu sustento das comunidades cristãs, onde se achava, como dá testemunho São Paulo (I Cor. 9:4-6). E mais tarde a Didaquê (fim do século I; Ensinamento). Em fins do séc. II, Santo Irineu, doutor da Igreja, condenando os dízimos, cujo ritualismo legalista contrastava com a espontaneidade das oblações, recomendava essas últimas, lembrando que Cristo libertara os homens da opressão da lei antiga (o pacto do Velho Testamento entre Deus e os hebreus), substituída pela lei da graça. 6.1 – nos três primeiros séculos do cristianismo, não houve pagamento de dízimo. São Jerônimo e São Crisóstomo, ambos doutores da igreja (o primeiro, da cristandade de língua latina, o outro, da de língua grega), iniciaram ainda no império romano. (Séc. IV), a corrente favorável á implantação do dízimo, de acordo com os preceitos do Antigo Testamento. Na parte oriental do império romano, depois império bizantino, os próprios imperadores cristãos opuseram-se á transformação das oblações em dízimos, temendo que prejudicassem arrecadação dos impostos públicos. 6.2 – Mas, no ocidente, ao desaparecer o império, o sistema fiscal romano desmoronou-se e o retrocesso econômico, acompanhado de grande escassez monetária, afetou duramente a igreja, nos reinos merovíngios sobre tudo. Por isso, os concílios regionais de Tours (567), e Macon (585) declararam a obrigação do pagamento dos dízimos, decretada por este último, sob pena de excomunhão. 7 – OS DÍZIMOS MEDIEVAIS. No entanto, somente com o apoio da legislação comum, e valendo-se do braço secular quando necessário, pode a igreja receber regularmente os dízimos; primeiro, no império carolíngio (capitulares [79 em diante] de Carlos Magno), depois, nas demais regiões do Ocidente, que reconheciam a autoridade espiritual da Santa Sé. A influência político-religioso da França e da Alemanha se fez sentir na introdução dos dízimos nos países vizinhos, sendo consagrada a sua obrigação e definida sua natureza pelo papado, principalmente a partir do II Concílio de Latrão (1179). As decretais dos papas falsas e verdadeiras, serviram de base ás respectivas disposições do direito canônico, nem sempre aceitas pelos príncipes e senhores feudais. Conhecendo um pouco da história, podemos saber que o dízimo de hoje, praticado pela igreja protestante, foi implantado pela Igreja Católica Romana. No entanto, essa prática estranha ás doutrinas apostólicas, foi encampada por muitos grupos evangélicos que o defendem, enquanto a Igreja Católica, que o implantou, já não e tem como doutrina. ENRIQUECIDOS PARA DIZIMARE Os israelitas eram escravos no Egito e nada possuíam. Assim, Deus nunca exigiu o dízimo deles. Tirados do Egito e levados, com mão forte, para uma terra que mana leite e mel, os israelitas receberam, gratuitamente, espaçosas propriedades. Foi então que Deus disse que de tudo que colhessem deveriam dar o dízimo. É por isso que quando eles não traziam os dízimos, eram chamados de ladrões. Para que um pregador, defensor do dízimo, possa chamar alguém de ladrão por causa do dízimo, deve fazer o que foi feito a Israel. Quando uma pessoa se converter, dê a ela uma espaçosa propriedade e depois cobre o dízimo. Se ela se negar, então chame-a de que quiser. Mas, por favor, não chame de ladrão, pessoa que muitas vezes não têm nem mesmo uma casa ou um salário digno, e a igreja nada fez por elas. Segundo a Bíblia ladrões desonestos são aqueles que usa a Bíblia indevidamente para extorquir os menos esclarecidos: pobre, viúvas, órfãos e velhos aposentados que mal ganha para seu sustento e remédios. E os legalistas tomam os últimos centavos sem piedade. Não é justo alguém tem que fazer alguma coisa. CAPÍTULO V – DÍZIMO, FATOR DE CONFLITOS NA IGREJA. O dízimo, por não ser de natureza cristã, tem sido a causa de muitos conflitos na igreja. Não só a causa de conflitos, mas um altar, onde muitos pregadores tem sacrificado o respeito e o bom senso. Em nome do dízimo, pregadores irresponsáveis, os quais, um dia, comparecerão ante o tribunal de Cristo, têm interpretado a palavra de Deus de forma esdrúxula. Despidos de temor e responsabilidade, esses teólogos da decadência não sabem o mal que estão causando aos cristãos por quem Jesus deu a vida. Cito como exemplo o livro “Os exterminadores de Riqueza”, de autoria de Jerônimo Onofre da Silveira. Esse pregador e escritor, em nome do dízimo, prega um evangelho de terror, baseado no medo e na intimidação. A interpretação que ele faz da palavra de Deus, misturando dízimo com demônios, chega ás raias do ridículo. Comete o despautério de baratear o sangue do cordeiro, símbolo de Cristo, igualando-o ao dízimo. No seu livro, página 27, ele afirma: O dízimo é comparado com o sangue do Cordeiro como o grande sinal capaz de proteger o cristão das quatro legiões de demônio. Quem lê os escritos de Jerônimo Onofre da Silveira, chega a decepcionante conclusão que ele elege o dízimo como um deus, acima de Jesus. Em nome de seu deus, o dízimo, esse pregador (falso profeta) ensina coisas que ofendem a doutrina cristã. Na página 22 de seu livro já citado, comentando sobre o poder do dízimo, faz referência a quatro tipos de demônios que ele os denomina de “Cortador, Migrador, devorador e Destruidor.” Os quais, segundo ele, não se pode expulsar em nome de Jesus, só através do dízimo. Com essa afrontosa interpretação, esse defensor do dízimo, considera que o nome de Jesus é inferior ao dízimo. Não podemos aceitar tais aberrações, de alguém que não tem a revelação da Nova Aliança. Nada tenho contra a pessoa do Pastor Jerônimo, mas a sua teologia entristece o Espírito Santo. O medo e o terror que ele procura colocar nos não dizimista é algo que provoca indignação e ao mesmo tempo compaixão. A miopia espiritual e teológica de Jerônimo, evidenciada em seu livro “Os Exterminadores de Riqueza”, não param aí, vão muito além. Ele se arvora no direito de se unir a Elifaz, Bildade e Zofar, para acusar Jó de pecado. Na página 29 (referido livro), o Jerônimo acusa Jó de ter perdido tudo por causa do pecado de não ser um dizimista. Jó, para aquele pregador, não é o que o próprio Deus diz, mas um infiel por causa do dízimo.
Posted on: Thu, 12 Sep 2013 02:58:32 +0000

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