OS DIÁLOGOS DE JESUS - Pilatos, O Governador - (parte II) “Tornou, pois, a entrar Pilatos na audiência, e chamou a Jesus, e disse-lhe: Tu és o Rei dos Judeus? Respondeu-lhe Jesus: Tu dizes isso de ti mesmo, ou disseram-to outros de mim? Pilatos respondeu: Porventura sou eu judeu? A tua nação e os principais dos sacerdotes entregaram-te a mim. Que fizeste? Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui. Disse-lhe, pois, Pilatos: Logo tu és rei? Jesus respondeu: Tu dizes que eu sou rei. Eu para isso nasci, e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz. Disse-lhe Pilatos: Que é a verdade? E, dizendo isto, tornou a ir ter com os judeus, e disse-lhes: Não acho nele crime algum. E entrou outra vez na audiência, e disse a Jesus: De onde és tu? Mas Jesus não lhe deu resposta. Disse-lhe, pois, Pilatos: Não me falas a mim? Não sabes tu que tenho poder para te crucificar e tenho poder para te soltar? Respondeu Jesus: Nenhum poder terias contra mim, se de cima não te fosse dado; mas aquele que me entregou a ti maior pecado tem. Desde então Pilatos procurava soltá-lo...mas...” - (João 18.33-38; 19.9-12) * [Sugiro que leia o conto imaginando as cenas descrita abaixo] * - O bonito jarro dourado fôra trazido sobre uma bela bandeja de metal igualmente amarelo, que continha também o seu copo, com lindas incrustações de pedras semipreciosas. O monarca, admirou por um instante o conjunto artístico pousado sobre a bancada de mármore, distraindo-se com os contrastes entre as cores, vermelha do vinho, amarelo do ouro e branca da pedra. Inclinando-se um pouco, passou o rosto por cima do jarro, aspirando o odor acre mas, apetitoso, do vinho da região. Sofregamente, tomou então do jarro e do copo, entornando em seu interior uma boa quantidade do líquido que tanto lhe agradava. Foi exatamente neste instante, em sustinha nas mãos os dois recipientes, que os seus olhos esbarraram na bandeja que cintilava aos raios intermitentes do sol sobre o banco. De pronto, o seu pensamento voou longe, deixando-o estático com os objetos suspensos ás mãos. Os olhos não se afastavam da bandeja, pois seu formato e coloração, bem como os desenhos na borda exterior, levaram-no a recordar a bacia que certa feita lhe trouxeram com água em Jerusalém, para que diante do povo, lavasse as suas mãos. Sim, foi aí que tudo começou... - disse baixinho para si mesmo... - Cláudia, inclusive me avisou para que eu não permitisse que fizessem mal a ele... ele, porém, não a ouviu. Ele naquela noite não dormira, pois sonhava com ele, e sofria...- Eu desde aquele dia, nunca mais dormi em paz... E então, colocando vagarosamente jarro e copo sobre o banco, sentou-se ao lado, enquanto que com os olhos fitos na bandeja, parecia vislumbrar em sua superfície, polida e brilhante qual espelho, as imagens que nunca mais se esvaíram de sua mente: o mais tranquilo homem que já vira...os olhos mais expressivos que já fitara...a demonstração maior de coragem que já presenciara...o mais autêntico símbolo de realeza que vislumbrara... - Jesus Cristo, o Nazareno, o Rei dos judeus!!! - bradou finalmente. Enquanto de uma só vez, quase bebia o conteúdo por inteiro da taça, chegou levemente a sorrir, pois as lembranças eram-lhes até agradáveis: Praticamente já sabia de tudo a respeito dele... Três anos antes, quando ele começou a pregar em Cafarnaum, meus espias trouxeram notícias dele... Era mais um profeta da religião dos judeus...Desde que não importunasse nosso domínio, nenhum mal havia que fizesse seus discursos... Alguns emissários, disseram-me que realizava milagres...Curava coxos, dava vista a cegos, fazia andar os paralíticos...Multiplicava pães e peixes, para alimentar famintos...Andou sobre o mar... Soube que até um dos nossos, o Centurião do destacamento em Cafarnaum, teria se convertido à sua pregação... Nunca porém, ouvi nada que o incriminasse diante de César! - Exclamou afinal. Somente quando aqueles fanáticos o trouxeram diante de mim, é que ouvi acusações de traição ao Império, pensou. E então, a sua cabeça pareceu explodir, levando-o a apertá-la entre as mãos, enquanto os olhos se enchiam de lágrimas. Abaixou a cabeça, passando as mãos pelos cabelos grisalhos, quase desesperado. O pobre Pôncio não deixava de recordar. Era isto, só isto, que a sua mente repetia. Acordado ou dormindo, a figura do Homem de Nazaré aparecia-lhe acusadora... - Por Júpiter!, exclamou, por que isto, se ele em nenhum momento voltou-se contra mim? Se até afirmou, que os sacerdotes judeus eram mais culpados do que eu pelo que lhe estava acontecendo? Se em nenhum momento clamou por sua vida, muito pelo contrário, parecia que aceitava o que lhe estava reservado? Por que? Por que? Desde aquele dia - pensou - tudo na Palestina pareceu-me dar errado...Tive problemas com os judeus porque ordenei que meus soldados entrassem em Jerusalém com as insígnias de César... Enfrentei a rebeldia dos sacerdotes porque usei parte das ofertas do Templo, na construção do aqueduto da cidade...Recebi a recriminação de Roma, por dominado a insurreição em Samaria, com o castigo e morte a muitos samaritanos... Até perdi Cláudia que se foi embora, temerosa do que lhe aconteceria, por ter eu permitido na morte do galileu! Ah,... aquele homem, mudou a minha vida - disse baixinho... (continua) ___________ Amados, infelizmente não estou de posse do restante da história que achei mui sublime. Possuo essa 2ª parte dela. Gostaria de tê-la inteira a fim de publicá-la completa no face. O texto (parcial) supra, extraí do “JORNAL BATISTA – Rio, Domingo, 7 de Outubro de 1984 – Nº41 – Ano LXXXIV – Facetas da Vida Cristã - Autor da matéria: Almir Gonçalves Junior. (Até hoje possuo parte deste exemplar). * Assim, venho solicitar a quem possuir (ou puder conseguir) a narrativa COMPLETA, enviar-me por e-mail - aesteves60@gmail ou postar no meu face. Grato. A/Esteves.
Posted on: Tue, 13 Aug 2013 19:52:47 +0000
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