OS PIONEIROS DO ENSINO PORTUGUÊS NO ESTRANGEIRO O Dr. Nuno Crato, Ministro da Educação, com todas essas histórias de cheque-ensino, público versus privado, etc, devia seguir o exemplo do Ensino Português no Estrangeiro.É que nós aqui no EPE somos uns pioneiros, uns „prafrentex“, graças à ação do Camões e do Secretário de Estado das Comunidades Já ultrapassámos os portugueses em Portugal há muito tempo...É que já nem ensino público temos! As miseráveis horinhas de Português, língua de Camões (de quem???), uma vez por semana, são pagas. Isto é ,são pagas por alguns, na Alemanha, Suíça , metade do Luxemburgo , Reino Unido e Andorra. Os restantes, Espanha, França, Bélgica e a outra metade do Luxemburgo estão isentos da maldita “propina”. Na Bélgica e em França porque os ministérios locais, que ainda(!!!!) defendem o ensino público e gratuito informaram que, se o ilustre sr. Secretário de Estado e a não menos ilustre Presidente do Camões insistissem em pagamento por parte dos alunos teriam de ir cantar noutra freguesia, pois nas escolas deles, públicas e gratuitas, é que não entravam. E subsídios, claro, também deixavam de ver. Como em todos os casos de cobardia típica, em que só são fortes para os mais fracos, os “fortes”, neste caso, agacharam-se e calaram-se e deixou de se falar na “propina”, tornada assunto incómodo.Agora o ex.mo sr. Secretário de Estado até apregoa que há mais 100 alunos na Bélgica!Grande progresso, sim senhor!Mais 100 alunos na Bélgica, com ensino gratuito, e menos 900 na Alemanha, 800 no Luxemburgo e cerca de 1.000 na Suíça. Ao todo, mais de 2 mil alunos sem Português porque não pagaram a propina. E um número desconhecido de alunos em todos estes países que pagaram a “propina”, mas que ficaram à mesma sem aulas, porque nos cursos que frequentavam não houve número suficiente de alunos “pagantes” e os cursos fecharam! E nem a Espanha escapou, apesar de o Português estar integrado no horário e não haver propina!Mais uma vez, os ilustres supracitados decidiram acabar com os cursos para alunos do primeiro ciclo, porque o que interessa, dizem eles, são os meninos do secundário porque depois vão para a universidade(???!!!) e, sem dizer água-vai, extinguiram os cursos, puseram 6 professores na rua e deixaram centenas de alunos sem aulas de Português. Foi tudo feito e decidido depois de começarem as férias, com as escolas fechadas, para nem pais, nem alunos, nem entidades espanholas se aperceberem da coisa. E, ao que consta, os diretores espanhóis, em setembro, bem perguntaram”Adonde está ?“ o professor de português, pois não sabiam de nada. Muito estranho, então, porque segundo os dois ilustres acima, eram os espanhóis que se iam encarregar dos cursos....deve ter havido dificuldades de entendimento. Mas o que há agora são as centenas de alunos sem aulas. E, já agora, uma perguntinha indiscreta: se os alunos não tiverem aulas de Português no primeiro ciclo, como é que vão chegar ao segundo?E já nem falo do terceiro... Então, mas no EPE, agora que os pais (alguns) pagam, tudo vai ficar melhor, diz o sr. SECP e outros que com ele fazem coro. Até há programas, que não havia dantes!E certificados, que também não havia!E sumários, que os pais podem ver na internet, assim ficam a saber o que os filhos e professores andam a fazer... Sinceramente, é preciso ser totalmente cego ou ignorante, ou pensar que os outros o são, para poder afirmar que durante cerca de 35 anos sob a tutela do Ministério da Educação era tudo uma rabaldaria no EPE , andavam todos a brincar às escolas e nunca ninguém aprendeu ou ensinou fosse o que fosse... Talvez por essa razão é que muitos dos antigos alunos dos cursos de Português foram para a universidade em Portugal ou tiraram cursos universitários no estrangeiro. E alguns deles até se tornaram professores de Português no estrangeiro! Coitados, foi com certeza porque nunca aprenderam nada, sem programas, sem certificados, sem sumários... Mas agora vai ficar tudo ótimo!Os alunos fizeram em junho um exame do qual ainda não foram publicados os resultados, os notáveis e utilíssimos certificados só serão emtidos depois de publicados os resultados dos referidos exames (muito possivelmente lá para as calendas gregas) e os país, satisfeitíssimos decerto, vão poder ver os sumários e vigiar tudo. Evidentemente, só os pais que pagam. Mas também ninguém lhes perguntou se preferiam ter ensino gratuito ou acesso aos sumários. Talvez por saberem, de antemão, qual seria a resposta. Tersea Duarte Soares Nuremberga, Alemanha 6 de outubro de 2013
Posted on: Sun, 06 Oct 2013 16:19:50 +0000