Obesidade infantil e na adolescência - Um mal a ser vencido A - TopicsExpress



          

Obesidade infantil e na adolescência - Um mal a ser vencido A guloseima consumida na hora do recreio, a substituição de uma refeição por um lanche fast food, o biscoito e o salgadinho consumidos no final de tarde em casa, aliados ao sedentarismo, estão contribuindo, cada vez mais, para que crianças e adolescentes se tornem obesos. Isso porque os principais meios de diversão dessa nova geração são o computador, os jogos em celulares e o videogame. Esse comportamento é observado no Brasil e também nos Estados Unidos. “Foi-se o tempo em que ser uma criança gordinha era sinônimo de saúde. Hoje, a obesidade não é mais apenas um problema estético. O excesso de peso pode provocar o desenvolvimento de várias doenças metabólicas já na primeira fase da vida, como diabetes, problemas cardiorrespiratórios, ortopédicos e de cirrose hepática por excesso de gordura depositada no fígado - a chamada esteatose”, comenta Dr. Luiz Vicente Berti (CRM-SP 62294), cirurgião do aparelho digestivo, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), da International Federation for Study of Obesity (IFSO), da American Society of Bariatric and Metabolic Surgery (ASBMS), Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC), e integrante do corpo clínico do Instituto Garrido e do Centro de Cirurgia Bariátrica e Metabólica do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Uma pesquisa brasileira do Orçamento Familiar realizada pelo IBGE (POF 2008-2009) revela que 36,6% das crianças estão acima do peso. “Este é um índice muito preocupante, que mostrou um significativo crescimento da obesidade neste grupo nos últimos anos. Hoje, observamos que os centros urbanos concentram grande parte dessa jovem população, justamente pelo fácil acesso às grandes redes de fast food, que não oferecem um cardápio adequado para substituir a refeição de dentro de casa. Aliado a este fato está o modo de vida sedentária que este jovem leva na cidade, no qual utiliza a tecnologia como única forma de diversão e lazer em seu dia a dia”. O médico explica - citando uma equação muito simples - que uma pessoa pode ficar obesa quando ela consome mais energia do que o necessário. “É uma conta básica de subtração. A gordura corporal excessiva na infância pode surtir efeitos danosos à saúde em pessoas ainda muito jovens. Combater este mal é o grande desafio da atualidade”. O tratamento Considerada uma epidemia da modernidade, no Brasil, a obesidade gera um gasto anual de mais de R$ 400 milhões ao Sistema Único de Saúde (SUS), com tratamentos voltados às doenças relacionadas a este mal. Por isso, em março deste ano o Ministério da Saúde assinou a portaria que define desde a orientação e apoio a mudanças de hábitos até critérios para a realização de cirurgia bariátrica, que reduziu de 18 para 16 anos a idade mínima para a realização do procedimento. Além disso, não existe mais idade máxima para a realização da cirurgia, que até então era de 65 anos. Hoje, a norma determinante é a avaliação clínica, na qual se leva em conta os riscos e benefícios que podem acometer o paciente. Segundo o cirurgião, o tratamento da obesidade infantil exige esforço, não só para a criança mas também para a família. A criação de pequenos hábitos saudáveis, o incentivo à uma alimentação rica e apropriada, a realização de exercícios físicos e comportamentos que levam à melhoria da qualidade de vida são fundamentais. Terapêutica interdisciplinar Com o desenvolvimento e ampliação do escopo de atuação de outras especialidades da saúde, o atendimento ao paciente obeso ganhou outras abordagens. Hoje, existe a possibilidade do apoio de diversos profissionais, como nutricionista, psicólogos e educadores físicos que atuarão como pilares deste tratamento. “O método mais indicado para tratar a obesidade em crianças e em adolescentes se baseia, principalmente, na combinação de uma dieta prescrita por nutricionista aliada ao programa de atividade física regular com acompanhamento psicológico. Vale acrescentar que o apoio e estímulo da família são fundamentais durante o tratamento da obesidade. E quando os resultados da terapia de conduta não são satisfatórios, a cirurgia bariátrica é a indicação para reverter o quadro”, afirma Dr. Berti. Como o tratamento interdisciplinar da obesidade se baseia na modificação do estilo de vida, o que implica na alteração dos hábitos alimentares e físicos, o especialista considera vital que o paciente conte com um trabalho integrado de acompanhamento da área nutricional, psicológica e de atividade física, não somente antes, mas também após o tratamento clínico ou cirúrgico da obesidade. “O objetivo é fazer com que ele consiga efetivamente transformar seu estilo de vida e se conscientizar das mudanças que ocorrerão em seu corpo e em seu cotidiano. Afinal, não existe qualquer modalidade de intervenção, seja ela dieta ou uma fórmula milagrosa até mesmo a cirurgia que garanta que a obesidade seja finalmente eliminada e sem a possibilidade de volta”, argumenta o médico. Dentro deste conceito de tratamento interdisciplinar, o Centro de Cirurgia Obesidade e Metabólica tem por objetivo acolher, orientar, tratar e reeducar o paciente de forma integrada, contemplando os aspectos biológicos, psíquicos, sociais e existenciais. Além das abordagens com nutricionista, psicóloga e personal trainer, a clínica também realiza tratamento cirúrgico com balão intragástrico, banda gástrica ajustável, bypass e gastrectomia vertical. Métodos cirúrgicos Nos casos cirúrgicos para combater a obesidade infantil são indicadas as técnicas do balão intragástrico, banda gástrica ajustável, gastrectomia vertical e bypass gástrico. Procedimento usado temporariamente para auxiliar na perda de peso, o balão intragástrico é uma esfera oca de silicone inserida por endoscopia no interior do estômago e, portanto, não é um procedimento cirúrgico. Quando insuflado com uma solução de soro fisiológico e azul de metileno, irá ocupar mais ou menos 2/3 do espaço do estômago, causando a sensação de saciedade (estômago cheio). Após sete meses, deve ser obrigatoriamente retirado, também através de endoscopia. “Com este método, o paciente pode perder até 15% do peso total, durante o tratamento”, esclarece o cirurgião do aparelho digestivo. A cirurgia de bypass gástrico é realizada por acesso videolaparoscópico (sem cortes), em que se busca, além da saciedade, a inibição dos estímulos de vários hormônios intestinais responsáveis pelo controle das doenças metabólicas, tais como diabetes, colesterol alto, hipertensão, entre outras. É construído um novo estômago muito menor que o anterior. Em seguida, realiza-se um desvio intestinal em que o alimento caminha sem o contato com os sucos digestivos por um segmento intestinal. Após este desvio, há novamente a união dos alimentos e dos sucos digestivos. Essa manobra é responsável pela inibição da produção da grelina – hormônio relacionado à saciedade – e pelo incentivo à produção de outros hormônios, como PYY e GLP1 responsáveis pela melhoria das já mencionadas doenças metabólicas. A banda gástrica também é um procedimento cirúrgico, portanto, requer internação hospitalar tanto quanto qualquer outro. O acesso à cavidade é igualmente feito através de videolaparoscopia, em que é colocado um anel de silicone ao redor do estômago, criando-se uma pequena câmara gástrica parecida a uma ampulheta. Neste novo espaço, o alimento passará mais lentamente levando o paciente a ingerir menores porções de alimentos. A correta mastigação é importante na ingestão de qualquer alimento, porém após a colocação da banda gástrica isto se torna imprescindível, a fim de evitar qualquer desconforto ao paciente no momento de engolir a comida. Este anel de silicone é ligado por um cateter (tubo) a um portal implantado abaixo da pele do paciente (junto aos músculos) e, através do acesso ao mesmo pode-se aumentar ou diminuir a passagem dos alimentos, dependendo da necessidade de cada paciente. A outra técnica, a gastrectomia vertical, é uma operação realizada também por acesso videolaparoscópico e com o uso de grampeadores (aparelho que corta e sutura), em que é retirada a área do estômago que produz o hormônio grelina, responsável pela sensação da satisfação da fome (saciedade). Com a redução do tamanho do estômago, o paciente ingere menores quantidades de alimentos, provocando o emagrecimento sustentável do mesmo. No entanto, o cirurgião adverte que antes de optar por qualquer procedimento, é necessário analisar a situação com seus prós e seus contras, além de considerar que mesmo com a cirurgia os hábitos têm de ser mudados. De acordo com o Dr. Berti, a cirurgia bariátrica é uma técnica que vem sendo realizada desde 1974 e já conquistou seu espaço entre os tratamentos para combater a obesidade e controlar as doenças metabólicas, sendo considerada padrão ouro nestes casos. O procedimento tem apresentado bons resultados na perda de peso, refletindo positivamente na qualidade de vida, na imagem corporal e na melhoria da saúde física e emocional dos pacientes submetidos. Pontos importantes Independente do perfil do paciente e do método adotado para combater a obesidade infantil, Dr. Luiz Vicente Berti alerta que quanto mais cedo detectar o problema de sobrepeso na criança ou no adolescente, melhor será o resultado. “O tratamento não se processa de maneira igual em todas as pessoas. Deve-se considerar o caráter, a disposição, os interesses e as possibilidades de cada paciente. Cada criança e adolescente é um mundo diferente e de maneira igual temos que tratá-los”, finaliza. Sobre Dr. Luiz Vicente Berti (CRM-SP 62294) Com 20 anos de experiência em cirurgia da obesidade, Dr. Luiz Vicente Berti é um dos precursores da cirurgia bariátrica no país, um dos pioneiros deste procedimento por videolaparoscopia, e já realizou mais de 3.500 operações. Sua carreira é pontuada pela participação em mais de 150 congressos nacionais e internacionais como palestrante, conferencista ou congressista, além da publicação de diversos artigos em livros, anais de congressos e conceituadas revistas científicas. É membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), da International Federation for Study of Obesity (IFSO), da American Society of Bariatric and Metabolic Surgery (ASBMS), do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC), da Sociedade Brasileira de Cirurgia Laparoscópica (SOBRACIL), além de integrar o corpo clínico do Instituto Garrido e do Centro de Cirurgia Bariátrica e Metabólica do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Sobre o Centro de Cirurgia Obesidade e Metabólica Dirigido pelo Dr. Luiz Vicente Berti (CRM-SP 62294), conta com equipe multidisciplinar formada por profissionais com conhecimento científico e experiência clínica comprovada, o Centro de Cirurgia Obesidade e Metabólica reúne em um único local os mais avançados recursos materiais e humanos, para oferecer um atendimento completo ao paciente - cirúrgico, psicológico, nutricional e esportivo. obesidadeemetabolica.br.
Posted on: Sun, 21 Jul 2013 15:31:20 +0000

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