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Olá amigo(a). Com muito prazer estou de volta escrevendo e postando mais um artigo a respeito da osteopatia. Desta vez falarei da osteopatia visceral. Você sabe o que é? Bem, você já sabe o que é a osteopatia (caso esteja acessando o blog pela primeira vez vide artigos anteriores), agora falarei da relação das vísceras com a osteopatia. As vísceras são os órgãos que compõem o nosso corpo (coração, pulmão, esôfago, estômago, fígado, vesícula biliar, pâncreas, baço, rins, intestinos, útero, ovários, próstata e bexiga) e estão envolvidas por um tecido único, indivisível, distribuído por todo ele chamado fáscia, sendo este muito importante para o entendimento da oste- opatia visceral. Para que você entenda o que é fáscia vou dar um exemplo bem prá- tico. Quando compramos carne vermelha existe uma pele branca, fina e quase trans- parente que envolve e se infiltra na carne, isto é a fáscia. No corpo humano ela lem- bra o formato de uma teia de aranha, é inervada e vascularizada, ou seja, recebe ner- vos e possui vasos sanguíneos. Encontra-se abaixo da pele e da camada gordurosa e distribui-se sobre os músculos infiltrando-se no meio destes. Na região do tronco (caixa torácica e cavidade abdominal) a fáscia atravessa a musculatura e entra em contato com as vísceras envolvendo-as e fixando-se posteriormente nos ossos. A figura abaixo mostra a relação da fáscia com a pele e o músculo. Entenda portanto que, se a fáscia está inserida nos ossos e envolve vísceras e músculos, qualquer alteração na posição de uma víscera ou inflamação de um mús- culo pode comprometer a posição de uma articulação, e o contrário também é verda- deiro - a posição de uma articulação ou osso pode deformar ou provocar um mau posicionamento de uma víscera comprometendo, dessa forma, sua função. Logo podemos afirmar que o corpo humano é um todo, único e indivisível onde a alteração de um órgão pode repercutir na forma de dor, disfunção ou incapacidade no local da lesão ou mesmo distante da lesão. Só para ter-se uma ideia do que estou falando dou este exemplo: é muito comum pacientes chegarem ao meu consultório relatando dor no ombro esquerdo e quando faço a avaliação chego a um problema que está li- gado ao estômago, ou ainda, uma dor no ombro direito que está ligado a um proble- ma no fígado. Você deve estar perguntando-se como? É simples. A fáscia não é um tecido que envolve as vísceras? E a fáscia não está distribuída amplamente pelo cor- po? Portanto, a fáscia que envolve o estômago ou fígado é a mesma que passa pelo ombro esquerdo ou direito, respectivamente. Outra coisa que faz-se necessário saber para entender a osteopatia visceral é que os órgãos apresentam o que chamamos de mobilidade visceral e motilidade visceral. A mobilidade é o movimento que a víscera que está sendo avaliada apresenta em relação às outras ao seu redor ou em relação ao tecido adjacente. Ela é dependente do ciclo respiratório, ou seja, quando nós inspiramos e expiramos, o diafragma (principal músculo da respiração) desce e sobe empurrando as vísceras para baixo e depois as traz para seu lugar de origem. A motilidade é o movimento tridimensional que a víscera em questão apresenta sobre os seus três eixos, isto é, sobre si mesma. Diz-se que a motilidade é o movimento que a víscera apresentou durante a sua evolução embrionária no desenvolvimento fetal. Por essa teoria, os eixos e reações da motilidade visceral são caracterizados pela oscilação entre a acentuação do movi- mento embriológico e o retorno à posição original da víscera em questão. Estes mo- vimentos são definidos como "Expir", que é o ciclo embrionário que o órgão percor- reu até sua maturação embrionária e o "Inspir", que é o retorno desse movimento. O expir e o inspir não tem nada a ver com expiração e inspiração, tanto que se a pessoa prender o ar por alguns segundos a víscera continuará a mover-se em inspir e expir. Sabendo todas essas coisas o osteopata, através de suas mãos e habilidade, con- segue avaliar se a mobilidade e a motilidade do órgão estão normais. Caso perceba anormalidades em um destes dois movimentos ele deverá corrigi-los pois certa- mente a vascularização e a inervação estarão comprometidas e, como a víscera está envolvida por fáscia e a esta está inserida nos ossos, certamente a pessoa poderá vir a desenvolver dores articulares. Os exemplos são os mais diversos como os a seguir: 1) dor cervical por bloqueio da fáscia do diafragma; 2) dor em ombro esquer- do ou torácica por bloqueio da fáscia do estômago; 3) dor em ombro direito ou torá- cica por bloqueio da fáscia do fígado; 4) dor na pelve ou lombar com irradiação para a perna por bloqueio das fáscias da bexiga e intestinos (homem e mulher), útero e ovários (mulher). Entenda que estes são apenas exemplos, não seguindo necessa- riamente esta ordem. Desta forma, espero que cada um que tenha lido este artigo possa absorver a ideia do tratamento da osteopatia visceral e, numa ocasião de dor, procure um osteopata mais próximo para ver o quão eficiente é o tratamento. Um abraço e até o próximo artigo. Dr. Eduardo Antonietto Pós-graduado em Osteopatia pela Universidade do Norte do Paraná (UENP); Especialista em Fisioterapia Hospitalar pela Universidade de São Paulo (USP); Mestre pela Universidade Estadual Paulista (UNESP).
Posted on: Mon, 12 Aug 2013 23:57:28 +0000

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