Ontem fui assistir Flores Raras. Há tempos um filme não me - TopicsExpress



          

Ontem fui assistir Flores Raras. Há tempos um filme não me produz sensações tão intensas. E de tudo que há de belo em Flores Raras, o que mais me tocou foi a poema “Uma arte” de Bishop, narrada parcialmente no início e ao final do filme, que me fez refletir sobre a arte de perder. Para quem já sentiu a força de uma perda, segue abaixo a poema. Uma arte Elizabeth Bishop (Tradução de Horácio Costa) A arte de perder não tarda aprender; tantas coisas parecem feitas com o molde da perda que o perdê-las não traz desastre. Perca algo a cada dia. Aceita o susto de perder chaves, e a hora passada embalde. A arte de perder não tarda aprender. Pratica perder mais rápido mil coisas mais: lugares, nomes, onde pensaste de férias ir. Nenhuma perda trará desastre. Perdi o relógio de minha mãe. A última, ou a penúltima, de minhas casas queridas foi-se. Não tarda aprender, a arte de perder. Perdi duas cidades, eram deliciosas. E, pior, alguns reinos que tive, dois rios, um continente. Sinto sua falta, nenhum desastre. - Mesmo perder-te a ti (a voz que ria, um ente amado), mentir não posso. É evidente: a arte de perder muito não tarda aprender, embora a perda - escreva tudo! - lembre desastre.
Posted on: Sun, 25 Aug 2013 21:12:45 +0000

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