Ontem fui assistir ao tal “Gravidade”. Saí da sala de - TopicsExpress



          

Ontem fui assistir ao tal “Gravidade”. Saí da sala de cinema estupefacta. E não foi porque gostei do filme. Foi porque o achei dispensável, banal, idiota mesmo. E então resolvi escrever minhas impressões, pois muitas pessoas as quais admiro e gosto demais aqui no face [ pessoas que considero inteligentes , criativas, lindas] simplesmente adoraram. Digamos que li postagens assim: “maravilhoso”, “o melhor filme da década”, “genial”, “estupendo”... Etc. E para mim não passa de uns efeitos especiais e mais nada. Lembro-me também que algumas pessoas o compararam a “2001: Uma Odisseia no Espaço” e a “Solaris”. E eu penso: nossa! Que triste, pois os dois filmes são mesmo prima obra. E não consigo entender nenhuma associação, nem forçando muito a barra. Em 2001, temos uma magnífica odisseia, o nome é perfeito. No filme, sabemos que o conhecimento vem do confronto com o desconhecido, e que existe uma inteligência exterior a nós e que nos ultrapassa e move todo o Universo. Mas ela não pode ser explicada, nem dissecada. É, apenas. Nem preciso falar que os diálogos e as falas [mínimos] do filme são extremamente filosóficas e inteligentes, coisas de Kubrick... Solaris [do Tarkoviski, claro! pois o outro é um arremedo lastimável] é um dos filmes [e livro] que mais gostei na minha vida. O próprio Tarkovski escreveu sobre seu processo de criação e sua relação com o livro de Stanislaw Lem: “os problemas internos, escondidos, humanos, problemas morais, fundem-se no filme, mais do que todas as perguntas da tecnologia; e em toda a tecnologia do caso, e como se torna, relaciona-se invariavelmente às questões morais, no final, estes problemas me interessam mais. Minhas fontes principais são sempre o estado real da alma humana e os conflitos que são expressos em problemas espirituais. E assim, eu dei mais atenção a esse lado das coisas em meu filme, mesmo que inconscientemente”. Solaris é uma obra-prima da ficção e creio que nenhum outro filme similar chegou perto do que o Tarkovski chegou. E tudo o que temos em 2001 e em Solaris é exatamente o oposto desse Gravidade: neste, o homem é tão mesquinho que acredita que tem todo o conhecimento, se limita e se conforma com o conhecimento para agarrar-se à vida, fora um apelo egóico. O fundo “espiritual” do filme beira ao ridículo [assim como me pareceu meio ridícula a metáfora no feto e do cordão umbilical, bah!]. Os diálogos? Lamentáveis bobagens. Saí da sala e já havia esquecido tudo. Sem falar que ainda não entendi realmente o propósito do filme. Em alguns momentos eu achei que ele ia começar a dizer alguma coisa, mas em seguida se perdia tudo na próxima catástrofe. Fiquei em dúvida: será que ele quis dizer que o ser humano se agarra a qualquer coisa para sobreviver??? [Não trouxe nada de novo, nem mostrou isso de maneira bela]. Será que é um filme espírita [como Ghost, por exemplo] .... ou que Kowalski era a manifestação de Deus? Enfim, desde ontem eu matuto sobre um propósito para esse filme, mas não encontro. Ele me soa apenas como aqueles bizarros filmes de catástrofe, apenas com bons efeitos especiais. Nada mais que isso. [E mesmo os efeitos são cheios de falhas... rsrsrsrs ... cito apenas uma, das que vi: Tudo flutua, menos os manuais para fazer as cápsulas funcionarem, wow! :D :D ] Não vou negar que os efeitos especiais são bonitos. Mas convenhamos que a Terra, vista do céu é linda. E pronto. Isso é o que torna algumas cenas lindas de ver. É a Terra, não é o filme. E essas imagens estão na internet, basta um clique. Cuarón perdeu uma ótima oportunidade de fazer um belo filme, mas escorregou para as velhas fórmulas hollywoodianas do implausível, com final feliz sem nenhum sentido. Ele PODERIA ter feito tudo da mesma forma, mostrando a beleza que é a Terra, o Universo e a mente humana, mas com um toque de genialidade. Em certo momento eu pensei: finalmente, nem tudo está perdido nesse filminho chocho: ela está apenas sozinha numa cápsula, e enlouqueceu [o que seria plausível] e poderia dar uma atmosfera bem legal ao estado das coisas no espaço. Mas não: ele destruiu o pensamento que tive , e degringolou para a fórmula mais clichê de Hollywood, terminando seu filme como qualquer missão impossível , ou mesmo aquele filme idiota em que a tal de Sandra Bullock dirige um ônibus desgovernado e no fim tudo é lindo. E o céu azul. Enfim, filme MEDÍOCRE. Não vale o barulho nem o preço do ingresso.
Posted on: Sun, 10 Nov 2013 00:47:46 +0000

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