Os Magos e a Reação de Herodes Comentário. Dr. Mario - TopicsExpress



          

Os Magos e a Reação de Herodes Comentário. Dr. Mario Veloso A Visita dos Magos (2:1-12)Oterceiro relato que introduz a história de Jesus Rei é a visi- ta dos magos do Oriente. Existe um propósito em vincular Cristo com a humanidade inteira. Uma missão em anunciá-Lo ao povo de Jerusalém e a Herodes com sua corte; e um objetivo em adorar o recém-nascido Rei.PropósitoO relato da visita dos magos cumpre um propósito semelhante ao da introdução das mulheres na genealogia: Dar a Cristo uma di- mensão universal e mostrar que todos os seres humanos, israelitas ou não, são aceitáveis a Deus e Deus pode agir por meio deles. As mulheres não semitas representavam os párias sociais, que eram desprezados pela sociedade por causa de seus pecados reais ou aparentes. Os magos, sábios filósofos orientais, representam o mundo pagão. Possuíam e procuravam conhecimento. Além disso, criam nas profecias que anunciavam o Rei de Israel.A missão (2:1-8)Quando, guiados pela estrela, eles chegaram a Jerusalém, pergun- taram pelo Rei a quantas pessoas encontraram Ninguém sabia. Umagrande decepção.Eles criam que em Israel todas as pessoas O estavam esperando. Não foi assim. Herdeiros da promessa, donos das profecias, povo do Rei, nada sabiam. Sem pensar, os magos trouxeram a notícia. Uma missão inesperada. Mas é sempre assim. Os que têm a verdade, não importa de que origem sejam, recebem a missão de compartilhá- la. Tendo a verdade sobre o Messias, os magos a compartilharam com os habitantes de Jerusalém. Logo, foram ao rei. A missão era a mesma. Não podiam se calar.“Onde está o recém-nascido Rei dos judeus?”, perguntaram a Herodes, que estremeceu. Estava no trono de Israel por maquinações políticas com o imperador romano. Herodes não era israelita, mas idu- meu. Como seu povo, sempre fora inimigo de Israel. Descendentes de Esaú (Gn 36:9), irmão de Jacó, os edomitas ou idumeus trataram os israelitas como inimigos quando estes, em seu êxodo do Egito, estavam chegando a Canaã (Nm 20:14-21). Quando Davi estava em seu apogeu, voltando vitorioso de uma guerra contra os sírios, os edomitas o enfrentaram com 18 mil soldados, no Vale do Sal. Davi os derrotou e os submeteu ao domínio de Israel (2Sm 8:6, 13, 14). Cumprindo sua tácita missão, os magos agora anunciavam aos idumeus da corte o nascimento do rei de Israel, o descendente de Davi. “Vimos Sua estrela no oriente”, acrescentaram, “e vamos a ado- rá-Lo . O conhecimento que possuíam e o que procuravam era com objetivo claro: adorar a Deus. Como identificaram a estrela? Sem dúvida, conheciam bem astronomia, para que identificassem uma estrela a mais, alheia ao Universo conhecido. Diferente. Mas isso não era suficiente para saber que se tratava da estrela do Rei. Também conheciam as profecias. O profeta Balaão, contratado por Balaque, rei de Moabe, para amaldiçoar o povo de Israel, não pôde fazê-lo. Deus não o permitiu. Só o autorizou a abençoá-lo e a profetizar bem a respeito de seu futuro. Falando do rei prome- tido por Deus a Israel, disse o profeta: “uma estrela procederá de Jacó, de Israel subirá um cetro” (Nm 24:17). Os magos, sábios e filósofos, sabiam que o sinal da estrela estava vinculado ao Rei de Israel. Alarmaram Herodes com sua pergunta. Onde está o rei dos judeus que nasceu?Herodes era ardiloso. Possuía a mesma astúcia que tinha a ser- pente no Éden (Gn 3:1). E ocultou sua angústia com aparente interesse pelas profecias e a revelação. Chamou os especialistas, os principais dirigentes religiosos, a fim de consultá-los.“Onde?”, perguntou. Onde tinha que nascer o Cristo? Confiava na autoridade de seus especialistas. Apoiados em uma profecia de Miqueias (5:2), responderam que o Cristo teria que nascer em Belém. Eles sabiam a resposta. Mas o conteúdo da informação não o criaram eles, provinha de Deus. E embora eles fossem falsos, sua resposta era verdadeira.A essa altura, Herodes mudou sua pergunta. Primeiro, pergun- tou: “onde?” Já sabia que o Rei de Israel deveria nascer em Belém e ele sabia onde Belém estava. Agora, perguntou: “quando?” Isso o afetava mais. Se fosse em seu tempo, seu trono estva em perigo. Não perguntou a seus especialistas. Os magos lhe pareceram mais confiáveis. Eles já conheciam as profecias e vieram no tempo certo. A estrela anunciara. Vão a Belém”, diz-lhes, “e quando O encontra- rem, façam-me saber para que também eu vá adorá-Lo. Falso. Ele não queria adorá-Lo. Destruí-Lo era sua intenção. Não queria que chegasse à idade de assumir o trono. Sabia, ou ao menos acreditava saber, que então todo o povo O ajudaria a recuperar o trono de Israel e ele estaria perdido. Não entendeu. Não sabia que o Rei de Israel, já nascido, não devia conquistar seu trono, vinha para conquistá-lo, a fim de salvá-lo. Devia conquistar o mundo para a vida eterna.As duas etapas da missão, não planejadas pelos magos, já estavam cumpridas: Primeira, anunciaram o nascimento do Rei aos habitantes de Jerusalém. Segunda, o anunciaram a Herodes junto com sua corte.O objetivo (2:9-12)Os magos saíram do palácio. E ao cruzar as portas de Jerusalém, para seu novo destino, tornaram a ver a estrela. Seu gozo foi imenso. Estavam seguros de que o objetivo da viagem seria completo. Sob a guia da estrela, os magos chegaram ao lugar onde Jesus estava. Ao vê-Lo, reconheceram Sua divindade e, prostrando-se diante dEle, O adoraram. Esse era o objetivo de sua viagem. Tinham percorrido uma enorme distância e driblado todo tipo de perigos para cultuar o Rei dos judeus. Como parte de sua adoração, cada um deles entre- gou o presente que havia trazido: ouro, incenso e mirra. O contraste entre o simples casebre onde Jesus estava e os custosos presentes dos magos era enorme. Era semelhante à diferença entre a fé que tinham e as intenções de Herodes, que eles não puderam perceber. Mas quando estavam prestes a empreender a viagem de volta, em sonho Deus lhes revelou o perigo e lhes ordenou que não voltassem para Herodes. A fé sempre é obediente. E eles obedeceram a Deus sem vacilação alguma. Retornaram à sua terra por outro caminho.Todos os cristãos foram conduzidos a Cristo pelo próprio Deus. Não lhes enviou uma estrela. Mas enviou Seu Espírito Santo que realizou todos os milagres necessários para sua conversão. Deus es- pera que creiam em Jesus e, porque creem, sejam obedientes a cada revelação que lhes envia. Talvez não em forma direta, como aos magos, mas sim através da Sua Palavra escrita. Poderá haver muitos Herodes, dando a aparência de ser crentes, mas suas palavras não são confiáveis. Só a Palavra de Deus é verdadeira. Ela conduziu os magos orientais a Jerusalém, onde lhes esperava uma missão, que não foi recusada. Cumpriram-na fielmente e em pouco tempo. Ela os conduziu em sua volta e não se enganaram. Nada é mais seguro na vida que a Palavra de Deus. Com ela, sabemos discernir o melhor e jamais tomaremos o caminho para o erro. Lâmpada para os meus pés é a Tua Palavra e luz para os meus caminhos” (Sl 119:105).A viagem ao Egito (2:13-23)No relato sobre a viagem ao Egito aparecem duas formas de conduta humana. Uma é a de José: sempre obediente, prudente, sempre guiado por Deus. A outra é a de Herodes: iracundo e violento, fazendo sempre sua própria vontade e sempre defendendo seus próprios interesses, até à crueldade.A fidelidade de José (2:13-15)Possivelmente, José já sabia do perigo. Os magos deviam ter-lhe contado o que tinham visto em sonhos e como Deus lhes tinha mandado evitar Herodes. Pode ter sido na mesma noite da partida deles, quando um anjo do Senhor falou com José, em sonhos. “Fuja para o Egito”, disse-lhe. “Herodes procurará o menino para matá-lo. Fique lá até que Eu lhe diga. De uma forma ou outra, Deus sempre orienta aos que se deixam guiar por Ele. E José nunca ofereceu nenhuma resistência a Suas ordens. Levantou-se imediatamente e, junto com Maria e o menino, empreendeu a viagem ao Egito. Que eficiência da fé! A fé nunca é preguiçosa. Não perde tempo. Jamais deixa algo para depois. O que deve ser feito, o faz imediatamente. A distância de Belém ao Egito, no lombo de um jumento, é grande. Nada se diz sobre as dificuldades da viagem. Mas o mesmo Deus que lhe ordenou sair, o protegeu na viagem. E esteve presente até a morte de Herodes. Por sua fidelidade, José produziu as condições para que se cumprisse a profecia de Oseias: “Do Egito chamei o Meu filho” (Os 11:1).A crueldade de Herodes (2:16-18)O contraste entre o procedimento de José, homem crente, guiado e protegido por Deus, e Herodes é enorme. Quando Herodes descobriu que os magos não seguiram sua instrução de voltar a ele com a informação sobre o nascido Rei dos judeus, enfureceu-se. Como todo seu interesse estava centrado em si mesmo, sentiu a insegu- rança de seu trono. Pensou que, enquanto esse Menino vivesse, ele corria muito perigo. A solução lhe pareceu simples. Já tinha decidi- do desde o primeiro momento: o Menino teria que morrer. E como a artimanha para identificá-Lo tinha falhado, decidiu que deviam morrer todos os meninos de Belém. Uma crueldade absurda. Mais absurda porque o Menino já estava fora de Belém, em viagem para o Egito, inalcançável. Mas ele não sabia. A ira, a crueldade e a ignorância pertencem naturalmente à pessoa concentrada em si mesma. Só quando o ser humano permite que Deus o guie pode descobrir os traços negativos de sua personalidade e, nEle, pela fé, conseguir o poder necessário para superá-los. Herodes era autossuficiente, in- dependente de Deus. Agia por si mesmo, diante de si mesmo e para si mesmo. Não permitia que Deus tivesse alguma coisa que ver com suas decisões. Mandou matar todos os meninos menores de dois anos. Belém estava de luto. Pranto e grande lamento; era Raquel chorando por seus filhos e inconsolável por causa deles, porque já não existem” (Jr 31:15). Cumpriu-se a profecia. Não por fidelidade. Por crueldade. E a pessoa cruel só produz destruição e sofrimento para outros e para si mesma.A prudência de José (2:19-23)Quando Herodes morreu, um anjo do Senhor foi a José e lhe disse: “Vai-te à terra de Israel, porque morreram os que procuravam a morte do menino De novo, submisso à vontade de Deus, José se pôs em marcha. Para onde voltar? Para Judá? Teria sido o óbvio, porque o povo de Deus morava ali. A Galileia estava muito mais impregnada de paganismo que Judá. José queria ir a Belém, onde Jesus tinha nascido. Mas, Arquelau, filho de Herodes, governava na Judeia. Era muito perigoso. A prudência de José entrou em ação e ele temeu ir para lá. De novo Deus Se faz presente para guiá-lo na decisão. Em sonho, lhe disse: “Vá para a Galileia Especificamente a cidade de Nazaré. E lá se foi ele. Outra vez, a fidelidade de José permitiu que, em Jesus, se cumprisse a profecia e Ele pudesse ser chamado nazareno.Duas pessoas: José e Herodes. Uma permitiu que Deus guiasse suas decisões; a outra guiou a si mesma. Duas personalidades: Uma creu, foi obediente e cumpriu a profecia aonde quer que fosse. A outra, sem fé, egoísta, iracunda, violenta, cruel. Esse tipo nega todos os valores divinos e produz morte por onde quer que vá. Uma se manteve em contato permanente com a vida; a outra nada sabia da vida. Sem vida presente e sem vida eterna. Só sabia da ruína humana e da morte. José nunca dizia nada, mas agia. Estava todo o tempo sob a condução de Deus. Prudente, sábio, seguro. Deus lhe deu a maior bênção da existência humana. Viveu junto a Jesus até morrer.
Posted on: Sun, 24 Nov 2013 12:44:38 +0000

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