Os Sonhos e Seus Mistérios V - A Função Psicológica do Sonho - TopicsExpress



          

Os Sonhos e Seus Mistérios V - A Função Psicológica do Sonho Sagrado Dr. Antonio Maspoli O milagre da corda A esperança é uma corda. Segundo tal rito, o oficiante – faquir, xamã... ou malabarista – lança uma corda, qual um laço. A corda eleva-se “no ar”, muito alto, sempre mais alto. Deveria cair. Mas o oficiante assegura que ela se fixou misteriosamente em algum lugar e, como prova, ele próprio ou seu discípulo sobe pela corda. A corda não se desprende. Sustenta-se, firme. E suporta o peso do homem que sobe. (DESROCHE 1985, p. 7) O sonho de caráter sagrado desempenha um papel importante na vida do sonhador. Que função é essa? Desroche na Sociologia da Esperança estabelece as condições teóricas para ligar o arquétipo com a figura do messias. Ele registra que a esperança messiânica apresenta-se semelhante à estrutura onírica. A esperança messiânica é o sonho messiânico em estado de vigília. Na esperança messiânica o campo da consciência sofre um processo de obnubilação e o sujeito mergulha em um estado onírico semelhante àqueles estados próprios da possessão. O homem comum não faz distinção entre o vivido e o sonhado como o fazem os psicólogos. A realidade da vida cotidiana é uma função do sonhado e do vivido. Além do mais o sonho parece permitir o acesso do sonhador ao mundo puramente divino. O sonhador estabelece pelo seu sonho uma ponte entre a sua história pessoal, a supra-história da humanidade e reino dos arquétipos do Jung. O mundo do sonhador pode ser uma forma de compensar a realidade: “Assim que se desenvolveram, as teologias não tiveram geralmente a tendência para confirmar a ideia de que o sonho permite o acesso ao mundo divino, pelos menos a um mundo mais significativo, se não mais verdadeiro que o da vigília?” Pode se colocar a questão de que o sonho religioso é uma forma de compensar uma realidade socialmente cruel, mas não se pode deixar de considerar que o sonho pode ter impacto sobre esta mesma realidade no sentido de transformá-la por meio do encantamento do real. Tal encantamento geralmente pode ser produzido pelos rituais e símbolos religiosos: “Delineiam-se então imediatamente os dois capítulos. Por um lado, o dos quadros sociais do pensamento onírico, vale dizer, como o sonho é constituído por influência de seus quadros sociais. Por outro lado, o da função do sonho na sociedade, ou seja, como o sonho é constituinte de uma sociedade. Caso venha a faltar, a produtividade e a doença mental são talvez gêmeas que não podem de maneira alguma ser separadas. Freud repersonalizou o sonho, convém agora ressocializá-lo.”
Posted on: Sun, 21 Jul 2013 14:57:09 +0000

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