Os bastidores da criação do Programa Mais Médicos Vieram os - TopicsExpress



          

Os bastidores da criação do Programa Mais Médicos Vieram os protestos da “Revolta do Busão”. O governo foi instado a apresentar propostas de mudanças, sob pressão das ruas. - Que tal substituir as licitações, corruptas, por pregões eletrônicos? - Não, essa não. - Que tal reduzir os encargos para os empreendedores, e assim gerar crescimento econômico e diminuir o desemprego? - O quê?! Abrir mão de parte dos queridos impostos? Nem pensar! - Que tal privatizar, e dar modernidade a outros setores, tal como se fez com as telecomunicações, e, ainda por cima, ganhar dinheiro? - Não, minha fonte de propina e barnabés aliados não pode ser deixada de lado! - Que tal então jogar para a população que os problemas da saúde são porque “faltam médicos”, e então fazermos umas ações que nada nos diminuirá a teta governamental? - Que excelente ideia! Sim, vamos aproveitar e trazer nossos camaradas do MST que mandamos para fazer Medicina em Cuba, pois está difícil eles passarem nas provas de revalidação dos Conselhos Regionais de Medicina. - Está difícil? A turma de internos de 2012 da UFRN fez experimentalmente a prova e a aprovação foi de 70%, e olha que eles ainda nem se formaram! - É, mas a aprovação dos estrangeiros não chega a 10%. Aproveitemos, também, para obrigar os recém-formados a atenderem nos hospitais públicos... Dois anos está bom. - Mas não é o Serviço Militar o único trabalho obrigatório permitido pela Constituição? - Não se preocupe, cuidaremos das mãos do Congresso. Providencie um regador. - E o Judiciário? - O polonês nos ajudará. O ex-namorado da outra, então, nem se fala. - No Incor, da USP, esses médicos também vão trabalhar? - Nem pensar. Lá são atendidos os políticos, os ricos, suas famílias, etc. Providencie também para que essa caterva de recém-formados e não revalidados passe longe de qualquer sala de atendimento ou hospital, à exceção dos locais lá depois de onde Judas perdeu as meias. - Já que serão obrigados, que tal também um pelourinho e umas chicotadas? Se tiver, reserve o meu posto de capitão-do-mato. - Não, vai chamar a atenção da opinião pública. Anote aí: divulgaremos que serão dois anos de estudo. Anote também que haverá supervisão dos professores universitários. - E não vai ser caro mandar esses professores lá pro Rincão do Judas? - Então invente uma supervisão por telefone, email, pombo-correio, sinal de fumaça, qualquer coisa. Você não tem imaginação não, é? Eu tenho de pensar em tudo aqui?- Já anotei, já anotei. - Mudando de assunto, você ligou pro Sírio, para agendar minha consulta? - Sim. Será depois de amanhã. Trimmm (toca o telefone)- Alô ...Ah, já passo para ela. (vira-se). Telefone. Quer falar agora. - Não vê que estou numa reunião? Anote o recado e um assessor responderá mais tarde. - Mas é um telefonema dele, do (“Rrrrrrrrrrr” o barulho de uma cadeira sendo arrastada abafa a voz) - Ah, então eu atendo agora. (pega o telefone). A benção, chefe, o que o senhor deseja?
Posted on: Mon, 29 Jul 2013 10:26:05 +0000

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