Os cuidados de enfermagem podem ajudar a mudar o mundo? Li - TopicsExpress



          

Os cuidados de enfermagem podem ajudar a mudar o mundo? Li recentemente que a Enfermagem é uma profissão que pode mudar o mundo! Não sou de crer que uma profissão, por si só, possa mudar o mundo. No entanto, este assunto fez-me pensar no mundo em que vivemos e nos cuidados de enfermagem que temos. À primeira vista poderíamos pensar em bons indicadores de saúde. Hoje vivemos mais anos, é um facto. Mas também hoje assistimos a uma subversão demográfica, sociológica e económica. Assistimos a um longo fim de vida em situação de dependência. E aqui sim, vale a pena fazer uma reflexão sobre a incidência socioeconómica dos cuidados de enfermagem. Não duvido que os cuidados de enfermagem são absolutamente necessários para obter ganhos em saúde e ao mesmo tempo reduzir as suas despesas. Parece a "banha da cobra" mas claro que todos sabemos que, esta é uma verdade incontornável. Pensemos nalguns exemplos. O problema de uma incontinência. Não vou cair na ilusão de justificar a vantagem da sua prevenção, com os custos humanos ligados a esta problemática, alegando o sofrimento fisico mas também o psicológico, pela perda de uma faculdade perdida. Fixemo-nos apenas nos custos económicos já que, parecem ser estes que determinam as decisões actuais nas políticas de saúde. E claro que é uma matéria importante porque os recursos são escassos e precisam de ser racionalizados. O custo do material de uso clínico associado à incontinência / problemas associados (fraldas/cuecas para incontinentes, cremes e pomadas para tratar o eritema de fraldas ou a maceração, o material para uma algaliação e a sua manutenção, o antibiótico para tratar as infecções urinárias...) esses sim, de custos tão elevados! De custos tão mais elevados!! A prevenção de escaras. Não, não vou deter-me sobre o sofrimento humano associado a tal patologia. Estar num leito, com feridas que muitas vezes atingem a fascia óssea depois de terem destruído tecido cutâneo, muscular, nervoso...E não, não é minha intenção chocar, mas apenas, e também aqui, chamar a atenção para os custos dos produtos farmacêuticos para o tratamento de feridas. Esse mercado desenvolveu-me muito ultimamente, assim como se desenvolveu a formação associada à sua utilização. Produtos cada vez mais eficazes (?) e de custos muito elevados. E os custos associados à analgesia da dor por ferida? Não será muito mais barato prevenir? Prevenir ou retardar uma incontinência, prevenir úlceras de pressão, dores musculoesqueléticas, anquiloses, desidratações, pneumonias de estase, dependência no auto cuidado, tantos, tantos outros problemas?! Parece claro que sim. Mas todos os cuidados que não relevam de exames e tratamentos não têm sido considerados numa estimativa financeira de incidência económica. Mas... e será que temos o direito de alimentar o mal que atinge as pessoas? Sim, porque é também disso que se trata. Quando eu vou a um serviço de urgência e me diagnosticam uma desidratação (uma palavra complicada que muitas vezes se resume a uma coisa muito simples: por razões que é preciso analisar iniciei uma ingestão insuficiente de líquidos) e após avaliação analítica, soroterapia, etc. sou devolvida ao meio que me favoreceu o problema (muitas vezes com uma receita complexa que eu talvez não consiga cumprir por falta de capacidades ou dinheiro para providenciar os medicamentos) sem alterar as condiçoes de risco subjacentes, claro que, daí a uns tempos, estarei no serviço de urgência, novamente, com esse e outros problemas associados. De que me serve viver mais 5 ou 10 anos, com toda a subversão socioeconómica associada à minha longevidade, hipocoagulado, algaliado, entubado e outros ados, se a minha actividade se resume ao leito e sou sujeito a cuidados rotineiros, apressados, geradores de desinteresse para quem os presta e para quem os recebe? Podia dar muitos outros exemplos do reflexo da falta de cuidados de enfermagem. Infelizmente nem os utentes os exigem porque deles são desconhecedores. Não sabem que podiam ser estimulados, não sabem que muitos dos seus problemas podiam ser evitados ou minimizados por cuidados de enfermagem. Pensar que pessoas gravemente doentes, idosas, deficientes, possam viver apenas com um conjunto de tarefas de higiene ou ajuda doméstica, sempre consideradas banais, que qualquer pessoa faz, sem conhecimentos ou competências específicas, instala passivamente a doença e a dependência e favorece o seu agravamento. Os enfermeiros detêm os conhecimentos e as competências necessárias para avaliar a natureza de muitos dos problemas de saúde e actuar em conformidade antes que se tornem em problemas maiores e geradores de maiores custos humanos e económicos. E desta forma sim, concordo que, uma decisão política assente numa cultura de saúde, pode contar com a Enfermagem para ajudar a mudar o mundo.
Posted on: Sun, 22 Sep 2013 16:36:55 +0000

Trending Topics



zeri degilim, Türk oglu Türküm! Diye diye dilimizde
page 3). without involving the police I took off work for 2 weeks
n-left:0px; min-height:30px;"> Ok, so Saturday night I fell in the hallway because I slipped on
MY WIFES UNCLE PASSED AWAY TODAY Albert Doumar, my wifes uncle
Khepera in iGbo? Thoughts? akpa -
Hello JoshuaJohns prayer warriors---Meet JJs Booneshine Cash!!This
well, here is 8 more things about me...... 1-i LOVE cats! (i

Recently Viewed Topics




© 2015