Os livros estão com os dias contados ? Em “Não contem com o - TopicsExpress



          

Os livros estão com os dias contados ? Em “Não contem com o fim do livro” (Ed. Record, 2010) o teórico e escritor Umberto Eco e o cineasta Jean Claude-Carrière discutem a situação do livro no mundo contemporâneo e seu futuro com os surgimento de novas mídias, principalmente a veiculação digital. Embora a premissa seja o futuro do livro os dois autores partem para uma história do livro, da veiculação da cultura antes do livro e depois do livro, a influencia do livro na cultura e tecem um sem números de argumentos que explicam o porquê de acreditarem que o livro não desaparecerá. Revelações que surpreendem o público são feitas, como o fato de não lerem tanto quanto é esperado deles. Confira um trecho da obra abaixo: Umberto Eco: Há mais livros no mundo do que horas para ler eles. Assim, nós somos profundamente influenciados por livros que não lemos, que não tivemos tempo para ler. Quem de fato leu Finnegans Wake do começo ao fim? Quem leu a Bíblia do Gênesis ao Apocalipse? Tenho uma noção claramente acurada do que eu não li. Admito que só li Guerra e Paz aos 40 anos, mas sabia o básico até então. O Mahabharata, eu nunca li isso, apesar de ter ganhado três edições em diferentes línguas. Quem realmente leu o Kama Sutra? E ainda assim todo mundo fala sobre ele, e alguns praticam também. Então nós podemos ver que o mundo está cheio de livros que nós não lemos, mas conhecemos muito bem. E quando nós eventualmente os pegamos, descobrimos que já são familiares. Como é isso? Primeiro, há uma explicação exotérica (existem aquelas ondas que de alguma maneira viajam do livro até você) que eu não concordo. Segundo, talvez não seja verdade que você nunca abriu o livro, durante os anos você é obrigado a movê-lo de lugar para lugar e, possivelmente, folheou e esqueceu-se de ter feito isso. Terceiro, ao longo dos anos você leu vários livros com menções que, então, fizeram o outro livro parecer familiar. Jean-Claude Carrière: Há livros em nossas prateleiras que não lemos e, sem dúvida, nunca iremos. Aqueles que, provavelmente, foram colocados de lado na crença de que iremos ler mais tarde, talvez em outra vida. A terrível dor de morrer é quando realizam que são as últimas horas de vida e ainda não leram Proust. Umberto Eco: Quando as pessoas perguntam se eu li esse ou aquele livro, percebo que a resposta segura é “Você sabe, eu não leio, eu escrevo”. Isso os cala. Embora algumas questões reapareçam de tempos em tempos. “Você leu Vanity Fair de Thackeray?” Acabei cedendo e tentando ler em três ocasiões, mas achei terrivelmente maçante. in lereimaginarufmg.blogspot.pt/
Posted on: Thu, 17 Oct 2013 11:41:34 +0000

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