PARA QUEM AINDA NÃO LEU, segue abaixo o meu artigo sobre educação que saiu na edição de julho do Jornal Viva Leste! Espero que gostem! Está na página 7! issuu/tiagopierre/docs/jornal_viva_leste_julho2013 "A RAIZ DO PROBLEMA EDUCACIONAL Manda o manual do bom dissertador que ele dilua suas convicções sob o véu dos verbos impessoais e da valorizada neutralidade para, assim, ganhar credibilidade. Já eu, estudante de Direito, digo que essa atitude é um tanto quanto ingênua ou até mesmo feita de má fé, pois, como defende Noam Chomsky, nenhum texto é imparcial. Além do mais, apenas “jogar” a informação nos afasta do pleno exercício democrático, cuja eficácia se dá na medida em que o cidadão se depara com a realidade que o cerca e a agarra de maneira responsável e consciente. As palavras, para nós cidadãos comuns, são os principais instrumentos transformadores da realidade circundante. Muitos devem estar se perguntando: “Mas por que ele começou o artigo dessa forma?” E eu já os respondo que é praticamente impossível escrever sobre educação emancipadora sem agarrar o assunto de unhas e dentes. Será que essa estranheza causada não é reflexo do nosso sistema educacional falho que pouco contribui para nossa formação como sujeitos emancipados? As manifestações das últimas semanas nos fizeram deparar novamente com a triste realidade brasileira, escamoteada pelo discurso do progresso “nunca visto antes neste país”. Mesmo com os avanços socioeconômicos alcançados na era FHC/LULA, áreas essências para o desenvolvimento do Brasil continuam sendo marginalizadas pelo poder público. A educação, por exemplo, continua deficitária e ineficiente para um país que tem a 6ª maior economia mundial. Quê fazer? 10% do PIB para melhorá-la? Royalties do petróleo? Sair às ruas condenando os políticos ditos corruptos que não se preocupam com a educação do povo brasileiro? Olha, todas essas reivindicações são válidas e necessárias, mas não atacam o problema na sua raiz. Não adianta colocar dinheiro em um sistema falido e dominado pelos interesses do grande capital. É preciso discutir a forma do sistema vigente, que deveria formar e capacitar professores, priorizar o ensino fundamental integral e evitar a evasão dos alunos ao chegaram ao ensino médio. Além disso, ao não estar subordinado aos interesses do grande capital, contribuir na formação de cidadãos emancipados, conscientes e agentes históricos e não apenas técnicos que servirão no suprimento das demandas do mercado. Perguntemo-nos, antes de finalizar essa breve reflexão sobre o sistema educacional brasileiro, se, no cotidiano escolar público e privado é permitido sonhar para além das práticas de mercado. Além da formação técnica e alienante, a escola incentiva de fato a criação artística dos alunos, que também contribui nesse projeto de emancipação? Abre espaço para a comunidade e a integração social? Faz projetos para ocupar o espaço público? Será que o problema está apenas na falta de investimentos? Acredito que a resposta para todas essas perguntas seja, infelizmente, não."
Posted on: Tue, 13 Aug 2013 18:39:33 +0000
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