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PARÂMETROS DO SOM ALTURA Entendemos que o parâmetro das alturas organiza os sons em toda a vasta gama que vai do grave ao agudo; do “grosso” ao “fino”. Um som pode ter alturas definidas, como o piano ou a flauta; ou alturas indefinidas como a maior parte dos instrumentos de percussão. Em contextos musicais, quando tocamos diversos sons de diferentes alturas, em um mesmo momento, obtemos um acorde: Exemplo notas 1 Já quando conectamos estes sons, de diversas alturas, no decorrer do tempo, obtemos uma melodia. Exemplo notas 2 Ao juntar uma sequência de diferentes acordes obtemos a harmonia da música. Exemplo notas 3 DURAÇÃO Como próprio nome indica, este é o parâmetro que nos auxilia a identificar o som no tempo. Resumidamente, podemos dizer que um som pode ser longo ou curto. Com a combinação entre estas diversas durações, no tempo, temos os ritmos. E há uma ciência bastante desenvolvida para medir o comportamento destes sons, de diferentes durações, no tempo. É relacionado a este parâmetro que escutamos palavras como: - Pulso: é a unidade de medida da música. Normalmente, batemos palmas ou caminhamos com o pulso da música. Na maior parte do repertório que fazemos com as crianças o pulso se mantém constante. Após a compreensão de pulso podemos desdobrar para: - Andamento: de acordo com Sadie (1994, p. 28), é a indicação de velocidade em que uma peça musical deve ser executada. Para isto, dispomos de toda a gama que vai do lento ao rápido. - Compasso: é a organização dos pulsos fortes e fracos de uma música em ciclos de igual tamanho (binário, ternário e quaternário). - Padrões rítmicos/ostinatos: é normal acompanhar músicas por meio destes padrões. Trata-se de prover um grau de variação um pouco maior para o acompanhamento musical. - Figuras rítmicas: Figuras rítmicas: relacionadas ao parâmetro das durações, cada figura rítmica representa uma relação proporcional no tempo. Por exemplo, no mesmo pulso no qual é tocada uma semínima é possível tocar duas colcheias ou quatro semicolcheias. E, nesse mesmo contexto, precisa-se de dois pulsos para se tocar uma mínima ou quatro pulsos para uma semibreve, de acordo com a imagem a seguir: Exemplo notas 4 TIMBRE De acordo com Sadie (1994, p.947), o timbre “é o termo que descreve a qualidade ou o “colorido” de um som; um clarinete e um oboé emitindo a mesma nota (a mesma altura, duração e intensidade) estarão produzindo [sons de] diferentes timbres.” Em outras palavras, trata-se das características qualitativas de determinado instrumento ou voz. Podemos reconhecer um instrumento musical ou a pessoa que está falando somente pela audição. Isto é possível, entre outros motivos, pelas características singularidades de timbre que cada emissor sonoro possui. Identificamos em nossos corpos uma diversidade de timbres a ser explorada musicalmente. Os pés que se encostam ao chão, as mãos que percutem as pernas e as palmas são algumas sonoridades que nossos alunos são capazes de produzir. INTENSIDADE Este último parâmetro musical corresponde à relação entre sons fracos e fortes. Assim como os demais parâmetros, no decorrer de uma música percebemos como as diferentes intensidades são exploradas pelos compositores e intérpretes. O músico Murray Schafer (1991, p.71) descreveu que silêncio é um recipiente dentro do qual é colocado um evento musical. Por este motivo há a necessidade de preparar um ambiente adequado para as crianças vivenciarem todos os parâmetros da música. É a partir do silêncio, tanto externo quanto interno, que conseguimos apreciar e produzir música e toda a sua gama de intensidades. Até este momento, descrevemos as partes que compõe um som (parâmetros do som). Qualquer som que escutamos é um composto simultâneo destes parâmetros, como por exemplo: 1) O tic-tac do relógio é de altura (grave/agudo) indefinida, cada evento sonoro é bastante curto em duração e repete-se a cada segundo, o timbre é tão variado quanto os materiais que são utilizados na estrutura do objeto e a intensidade é bastante fraca – somente perceptível nos momentos mais silenciosos do dia; 2) Um apito: é agudo, duração longa, timbre próximo a um instrumento de sopro e a intensidade permanece constante até a pessoa que apita parar de assoprar; 3) Freios acionados em um carro a alta velocidade: som bastante agudo, dura o tempo em que o carro permanecer em movimento, o timbre é típico de situações em que há fricção e a intensidade permanece constante enquanto o carro estiver em movimento. A partir destes exemplos percebemos como, somente um som, é composto simultaneamente pelos parâmetros: Altura, Duração, Timbre e Intensidade. Se levarmos este conceito para a música, que possui centenas ou milhares de sons imagine até que ponto podemos desenvolver nossa percepção musical! E também, a música é uma linguagem da arte que acontece no decorrer do tempo, não é visível e nem palpável, é efêmera. Deste modo, a repetição faz-se necessária para o ouvinte aumentar as possibilidades de apreciação e assimilação. Por vezes, elementos se repetem, como por exemplo, um refrão, outras vezes repetimos integralmente a obra musical ou parte dela. Gostamos de escutar repetidas vezes a mesma música para assimilar o modo como seus sons se comportam no tempo, mesmo que não estejamos conscientes, racionalmente, destes elementos. A simples escuta produz um prazer no ouvinte, tornando-o mais próximo da música quanto mais ele a ouve. Em sala de aula, repetimos as canções com este mesmo intuito: possibilitar a assimilação e a fruição musical em nossos alunos. Cada música que escutamos imprime suas características em nosso corpo e mente. No decorrer da audição captamos os movimentos dos ritmos, melodias e harmonias e logo criamos um relevo interno desta escuta. Nossa memória compara as sensações que cada parte musical nos suscita e conseguimos, até mesmo, prever a movimentação que se seguirá. Neste sentido, o movimento sonoro produz um movimento no corpo. Ao executar uma peça musical, o movimento de nosso corpo (braços, mãos, dedos, pés e a voz) geram o movimento sonoro que, por sua vez, estimula novamente nosso corpo. De acordo com Doug Goodkin, música é o som em movimento e movimento é a dança dos sons (2002, p.17).
Posted on: Fri, 02 Aug 2013 13:02:23 +0000

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