PEDRO LUIZ RODRIGUES NA ARGENTINA É SEMPRE ASSIM, MUDA PARA - TopicsExpress



          

PEDRO LUIZ RODRIGUES NA ARGENTINA É SEMPRE ASSIM, MUDA PARA FICAR IGUAL? Na Argentina, as mudanças que de tanto em tanto ocorrem no tabuleiro político nacional compartilham de uma característica preponderante: são, quase sempre, resultado de disputas entre facções internas do Partido Justicialista, o PJ, conhecido nas ruas como Partido Peronista, incontestavelmente a principal força política do país. Não surpreende, pois, que como a aproximação das eleições parlamentares de 27 de outubro (para a renovação de metade da Câmara dos Deputados e um terço do Senado), o grande debate não esteja se dando entre governo e oposição, mas entre peronistas favoráveis à Presidente Cristina Kirchner e aqueles que querem tirá-la da Casa Rosada. Para o espectador desavisado a disputa entre peronistas M (de Sérgio Massa, prefeito de Tigre) e peronistas K ( de Cristina Kirchner) apresenta-se tão ferrenha quanto a disputa partidos situadas em extremos ideológicos opostos. No peronismo, porém, onde no fim todos querem e farão as mesmas coisas, bumbos, discursos inflamados e até mesmo alguns sopapos ocasionais dão forma e emoção ao ritual partidário de disputa pelo poder. Diante de tal cenário, não há como deixar de vir à mente a conhecida declaração do personagem Tancredi, no Leopardo (Il gattopardo), de Tomasi de Lampedusa, sobre as mudanças na Sicília e a decadência da aristocracia local durante o Risorgimento. Para lidar com as pressões reformista, Tancredi, príncipe de Falconieri, dizia a seu tio, o príncipe siciliano Fabrizio Salinas: “algo precisa mudar que que tudo continue como está!”. O Partido Justicialista é assim, levanta novos líderes e novas bandeiras – usualmente seguindo as trilhas populistas abertas por seu criador Domingo Perón – até que as inconsistências de seus programas de governo provoquem crises econômicas e sociais de grandes proporções. De repente, como se não tivesse nada com o assunto, o Partido aclama um novo líder e ressurge das cinzas, altaneiro. Vez por outra, em momentos de urgência nacional, o principal partido de oposição, a União Cívica Radical chega ao poder (Alfonsín, 1983; Fernando de la Rúa, 1999). Mas a experiência desses últimos trinta anos é a de que o sempre majoritário PJ acabará por impedir a governabilidade e buscará retomar o poder. Foi o que aconteceu tanto com Alfonsín como com de la Rúa. O PJ é autoritário, hegemônico, e seus líderes, quando chegam ao poder, consideram-se herdeiros pessoais de Perón. Tendem, inevitavelmene, a eternizar-se no poder. Em sua defesa argumentam de que nunca o PJ deu um golpe, e que só chegou ao poder pela via democrática e eleitoral. Passaremos a acompanhar, nesta coluna, a trajetória do principal opositor de Cristina Kirchner, Sérgio Massa. Promete acabar com o autoritarismo da atual Presidente e dinamizar a economia. Vamos ver no que dá…
Posted on: Mon, 07 Oct 2013 22:55:11 +0000

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