PELO AMOR DEUS CELPA ! Decorridos quinze anos da privatização da - TopicsExpress



          

PELO AMOR DEUS CELPA ! Decorridos quinze anos da privatização da Celpa, o consumidor paraense convive com um cenário típico de pesadelo. À perda do patrimônio, somam-se a disparada das tarifas e a degradação completa dos serviços, que estão entre os piores do Brasil. Quando a Celpa foi privatizada, no governo Almir Gabriel, tendo como principal secretário de estado, Simão Jatene, no dia 9 de julho de 1998, sendo o controle acionário da empresa transferido pelo Estado para o Grupo Rede Energia, o negócio foi apresentado à sociedade paraense como uma mudança para o melhor dos mundos. Sob gestão privada – foi o que se disse na época –, a concessionária teria seus custos brutalmente reduzidos e, com isso, poderia diminuir também progressivamente o valor das tarifas, então, como ainda hoje, uma das mais altas do país. Mas o peso financeiro, que acarretou sacrifícios adicionais principalmente para os consumidores de baixa renda, não foi o único prejuízo causado ao conjunto da população paraense. A degradação dos serviços foi outra fonte de permanentes transtornos e aborrecimentos, além de pesados prejuízos também materiais. O próprio Sindicato dos Urbanitários detectou e denunciou o problema, apontando a irracionalidade de uma política de recursos humanos baseada no desligamento dos profissionais mais capazes e experientes pra privilegiar a terceirização dos serviços, sem qualquer critério amparado no mérito e no conhecimento. A consequência dessa política ruinosa e irresponsável acabou sendo retratada com precisão em números pela própria Agência Nacional de Energia Elétrica, que repetidamente apontou a empresa paraense como uma das piores, entre todas as distribuidoras brasileiras, no tocante à qualidade dos serviços. Essa decadência era inevitável diante da falta de investimentos, inclusive em obras de simples manutenção, e também pelo baixo nível de experiência e conhecimento do sistema por parte das equipes terceirizadas. No dia 7 deste mês, a tarifa de energia cobrada pela Celpa sofreu mais um reajuste, autorizado pela Agência Nacional da Energia Elétrica. A pancada, que vai pesar muito no bolso de quase dois milhões de unidades consumidoras em todo o Estado, ficou na média de 9%, mas com percentuais variáveis. Para os grandes consumidores, estabelecimentos comerciais e industriais, o aumento foi de 4,36%. Já para os residenciais, categoria em que se enquadra o cidadão comum, o reajuste foi bastante salgado, de 11,52% - índice aplicado de uma só vez e equivalente à inflação acumulada em dois anos. Esse foi o décimo quarto aumento aplicado sobre a tarifa de energia no Pará desde a privatização da Celpa, em 1998. Com ele, acumulou-se no período uma elevação de preços superior a 285%. Nesse mesmo período, segundo o economista Roberto Sena, supervisor técnico do Dieese no Pará, a inflação registrou uma variação em torno de 161%. Como miséria pouca é bobagem, o reajuste acumulado da tarifa de energia supera em muito, também, as correções de salários aplicadas a praticamente todas as categorias de trabalhadores. Mas o que já é ruim tem tudo para piorar ainda mais. Lembra Roberto Sena que o preço da energia elétrica, a exemplo do que acontece com o dos combustíveis, está sujeito ao que os economistas classificam como “efeito dominó”. Ou seja, qualquer variação sobre ele incidente acaba por se disseminar sobre um variado conjunto de obras, produtos e serviços. Com isso, alerta o supervisor técnico do Dieese, a população vai acabar pagando duas vezes pelo reajuste da tarifa de energia: uma quando chegar a fatura de consumo, no final do mês, e a outra pelo repasse de custos ao consumidor por parte da indústria, do comércio e das empresas prestadoras de serviços. Adaptado do texto Privatização da Celpa transformou patrimônio em pó publicado no Diário do Pará.
Posted on: Wed, 04 Sep 2013 03:21:38 +0000

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