PERDAS COM A DEFICIÊNCIA NO TRANSPORTE PÚBLICO. Entrada x - TopicsExpress



          

PERDAS COM A DEFICIÊNCIA NO TRANSPORTE PÚBLICO. Entrada x Mario Assis 12:17 (1 hora atrás) para PERDAS COM A DEFICIÊNCIA NO TRANSPORTE PÚBLICO, na Região Metropolitana do RJ. (Carlos Eduardo Frickmann Young e Camilla Aguiar, professores e pesquisadores do IE/UFRJ- Jornal dos Economistas-RJ – Julho, 2013) 1. Um dos elementos mais acentuados da exclusão social não monetizada é a deficiência nos sistemas de transporte público, especialmente na periferia das regiões metropolitanas. Quanto maior o tempo (e custos associados) de deslocamento, menor a disponibilidade de tempo para educação e menor a participação na força do trabalho. As deficiências no sistema de transporte público transformam--se em um mecanismo de exclusão social. A situação é mais grave na Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ). A população na RMRJ tem gasto médio com transporte público na ordem de 4,0 % do orçamento familiar. Quando se excluiu a população da capital, esse valor atinge 6,8%, valor que supera inclusive o gasto médio equivalente na periferia de São Paulo (3,3% do orçamento). 2. Usando dados do Censo Demográfico de 2010, resultados preliminares de estudo em andamento estima-se que na RMRJ gasta-se em média 100 minutos diários no deslocamento para o trabalho. Nos municípios da Baixada Fluminense mais afastados da capital, esses valores alcançam médias diárias de tempo de deslocamento de 146 minutos em Japeri e 128 minutos em Queimados. Se esse tempo desperdiçado fosse valorado conservadoramente como apenas 50% do rendimento médio por hora, as perdas alcançariam R$ 7 bilhões anuais, ou cerca de 3% do PIB da RMRJ. Se a perda for contabilizada pelo valor integral da hora média de trabalho, os valores alcançariam R$ 13,5 bilhões anuais, ou 6,2% da RMRJ. 3. Em termos municipais, o desperdício de horas trabalhadas é ainda pior: usando o redutor de 70% do valor médio da hora de trabalho, 11 municípios teriam perdas superiores a 5% do PIB: São Gonçalo (7,2% do PIB municipal), Belford Roxo (6,9%), Nilópolis (6,5%), Maricá (6,2%), Japeri (6,1%), São João de Meriti (6,0%), Nova Iguaçu (5,9%), Itaboraí (5,7%), Magé (5,6%), Niterói (5,6%) e Queimados (5,1%). Se o custo da hora perdida for estimado pelo valor integral do rendimento médio, a perda do PIB de todos os municípios da RMRJ, em termos agregados, alcançaria 4,9% do PIB. É interessante notar que, na RMRJ, Itaguaí apresenta a menor perda relativa (de 0,7% a 1,3% do PIB). Esse município caracteriza-se pela presença de um polo econômico (Porto de Itaguaí), e 80% da população ocupada trabalha dentro do próprio município. De forma semelhante, Duque de Caxias, outro município com polo econômico em seu interior (refinaria), apresenta perda relativamente pequena (de 1,3% a 3,6% do PIB). 4. Em contraste, as perdas maiores ocorrem em municípios- -dormitório, com baixo nível de atividade em seu território e com a maioria da população deslocando--se para fora (principalmente para a capital do Estado) para trabalhar. Os valores mais altos ocorrem em São Gonçalo (de 4,7% a 9,4% do PIB) e Mesquita (de 4,7% a 9,3% do PIB) com alto tempo de deslocamento, mas com rendimento médio superior aos municípios mais distantes, Japeri (de 3,9% a 7,9% do PIB) e Queimados (de 3,3% a 6,6% do PIB). Isso significa que não basta apenas investir na melhoria do transporte público: a descentralização de atividades econômicas fora da capital é também fundamental para garantir a redução do tempo de deslocamento e, de forma geral, melhoria na qualidade vida, de forma espacialmente mais equilibrada. Os resultados também mostram que quanto menor o nível de educação formal, maior o tempo gasto em deslocamento. 5. É fortíssima a relação negativa entre o tempo de deslocamento e o componente “educação” do Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (IFDM) para o Estado do Rio de Janeiro. Esses resultados sugerem que a redução do tempo de deslocamento traria benefícios não só para o aumento da produtividade do trabalho como também para políticas de educação, qualificação e, de forma geral, inclusão social. Em outras palavras, garantir melhor transporte público é condição necessária para garantir melhor instrução e qualificação e, portanto, inclusão social. Por fim, deve-se ressaltar que só se considerou a perda de tempo das pessoas ocupadas. Além disso, a perda está subestimada por não considerar outros aspectos relacionados ao desconforto e perda de qualidade de vida (contaminação do ar, doenças cardiorrespiratórias, riscos de acidentes). Embora esses custos não sejam diretamente computados, eles acabam percebidos pela população que sofre cotidianamente desses problemas. 6. Em outras palavras, uma melhoria significativa no sistema de transportes públicos, junto com a descentralização dos polos econômicos do Estado do Rio de Janeiro, evitaria não só o custo de horas de trabalho desperdiçadas, mas também os custos oriundos do passivo ambiental, além de ser instrumento fundamental para garantia de inclusão social e cidadania, principalmente para a população residente nas periferias da Região Metropolitana. Do ex-blog do CM.
Posted on: Fri, 09 Aug 2013 16:30:43 +0000

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