PROFESSOR: UMA PROFISSÃO SEM FUTURO As recentes agressões - TopicsExpress



          

PROFESSOR: UMA PROFISSÃO SEM FUTURO As recentes agressões físicas de alunos aos professores da rede pública em geral recoloca a questão do futuro da Educação. Mário Quintana já dizia que maltratar os poetas e indício de mau caráter. Por analogia, pode dizer que os professores se enquadram ao dito. É perceptível que transformaram em pau para toda obra, seja na escola pública, seja na escola privada. Tornaram-se indigentes na pública e meros prestadores de serviços a clientes nesta última. Não raras vezes, um único indivíduo, por trabalhar em ambas, assume os dois papeis que lhe são impostos. Nos dois casos, os professores são apenas coadjuvantes num processo dito artificialmente essencial pelos governantes e tido como de custo-benefício para os pais e responsáveis, estes mais interessados na aprovação do que na parceria com os professores para educar seus filhos. Os alunos, nisso, veem a incoerência na mensagem do Quixote que lhes tenta ensinar coisas que ninguém valoriza ao redor deles, e essa medição mascara a ausência de reflexão e de generalização que lhes banaliza o cotidiano e os condenam ao descampado das ideias. As consequências disso, claro, são terrivelmente previsíveis. Em meio ao impasse, os professores veem, progressivamente, sua vocação desmoronar, com seus ideais colidindo com a realidade embrutecida. Agressões, autoritarismos, arrochos, dúvidas, manipulações e o escárnio da sociedade ou a comiseração, que também os ferem, incorporam-ser ao seu cotidiano. Nisso, esvai-se a auto estima, restando apenas um soldado combalido, combatendo mais por dever de consciência que por um imperativo da esperança. O fato é que a profissão de professor não tem presente hoje e, tudo indica, não terá futuro. Os governos, os clientes, os pais, a sociedade em geral, ainda tentarão lhes dar uma sobrevida. Contudo, a julgar pelo número de inscritos para o Concurso Estadual para Professores, cada vez menos jovens acreditam que será diferente. E, não se pode culpá-los. Se os responsáveis pela educação não aprenderem a respeitar seus mestres, é possível que a educação não venha a ter uma segunda chance. É possível até que os professores, na tentativa de defenderem o seu último reduto de dignidade, tenham que colocar uma cartaz na entrada das salas: Entrem sem bater.
Posted on: Tue, 15 Oct 2013 02:01:03 +0000

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