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Parte do texto do médico e escritor Alexandre Costa: "O problema do mais Médicos e do PROVAB é que estes programas estão equivocados em sua essência, no seu DNA. Partem do pressuposto de que o médico da atenção básica pode ser qualquer um: um recém formado sem residência ou mesmo um estrangeiro não avaliado. Partem do equívoco de que o médico generalista pode ser aquele que de nada sabe, quando na verdade, deveria ser o contrário: ou seja, o generalista deve ser aquele que sabe bem de um tudo, não sendo capaz de solucionar apenas os casos excepcionais. Não ter clareza absoluta neste ponto é relegar ao mais previsível fracasso todo o Sistema de Saúde Pública! Este generalista deveria ser capaz de cuidar satisfatoriamente de crianças, idosos, realizar exames ultrassonográficos mais simples, seguir pré-natais, assistir a partos normais, realizar pequenos procedimentos cirúrgicos e ginecológicos, laudar exames como um Rx de tórax ou um ECG, cuidar bem dos diabéticos, dos hipertensos e da maioria dos casos de muitas das patologias que hoje abarrotam os consultórios dos especialistas, que por serem poucos, não suprem e nem jamais suprirão tamanha demanda. Alguém, em sã consciência, acredita que um recém formado é capaz de tanto? Alguém acredita que esse médico poderá ser um estrangeiro não testado em suas competências? E como fazer para que esse médico, seja altamente qualificado, e esteja disposto a se estabelecer em locais tão remotos? Bem, respondendo à primeira parte… Isto seria resolvido com 8 anos de graduação certo? Errado! Quem entende um mínimo da formação e do processo de aprendizado médico sabe que é na Residência Médica, e não na graduação, que se dá o verdadeiro aprendizado de cunho prático para a carreira de um médico. Dessa forma, estender por mais 2 anos a duração do curso de graduação em Medicina representaria um atraso de cerca de 2 anos neste processo de aprendizado. Não por outro motivo há discussões em alguns países europeus que vão justamente na contramão da proposta do governo, ou seja: sugerem a redução do tempo de graduação para 5 anos, desde que universalizada a residência médica, tornando-a obrigatória. E sabe o que é melhor? O valor da bolsa de Residência Médica, que é feita integralmente no SUS, é cerca de um quarto do valor da bolsa do PROVAB. Ou seja, um único ano de PROVAB poderia custear cerca de 4 anos de treinamento na residência médica de saúde da família! Logo, o caminho não passa pelo aumento do número de cursos de graduação e tampouco do tempo da graduação. A solução óbvia é a universalização da residência médica e a seguir, torná-la obrigatória! Gastaria-se bem menos e os resultados seriam infinitamente superiores e mais rápidos."
Posted on: Mon, 26 Aug 2013 04:38:01 +0000

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