Passado o entusiasmo com o casamento, a popularidade de D. Pedro - TopicsExpress



          

Passado o entusiasmo com o casamento, a popularidade de D. Pedro voltou a cair. A precária situação econômica do país e a falta de apoio político levaram-no a abdicar do trono brasileiro em abril de 1831 e voltar para a Europa, deixando o filho Pedro, de cinco anos, como futuro imperador. No navio, Amélia percebeu que os enjoos que sentia não eram devidos apenas à viagem: finalmente estava grávida. A única filha de Pedro e Amélia, a princesa Maria Amélia, nasceu no exílio em Paris, em dezembro de 1831. Foi lá que mãe, filha e a enteada Maria da Glória aguardaram por dois anos enquanto D. Pedro liderava o exército liberal que derrotou D. Miguel. Em uma guerra quixotesca, na qual 10 mil soldados venceram 100 mil, o carisma de D. Pedro e o apoio à causa liberal permitiram que ele instalasse a filha Maria da Glória no trono e restituísse a Constituição em Portugal. Mas os meses de batalha, o frio e a má alimentação agravaram seus problemas renais e desencadearam a tuberculose que o matou pouco tempo depois. D. Pedro I do Brasil e IV de Portugal faleceu aos 36 anos. Amélia sobreviveria ao marido por quase 40 anos. Viúva aos 22, passou as duas décadas seguintes se dedicando à educação da filha, a bela princesa Maria Amélia, dotada de grande inteligência e vocação musical. Amélia passou a alternar residência entre Lisboa e a Baviera, a fim de que a filha crescesse nas duas culturas a que pertencia. No entanto, ainda solteira, Maria Amélia adoeceu e morreu aos 21 anos na Ilha da Madeira, onde tentava se curar de tuberculose. A coincidência da doença que levou seu marido e a única filha fez com que Amélia se dedicasse à construção e à manutenção de uma fundação para tratamento dos tuberculosos carentes. Sem descendentes, Amélia faleceu em 1873, aos 60 anos. Sua irmã Josefina, rainha da Suécia, foi sua principal herdeira. Em seu testamento, Amélia determinou que os documentos de D. Pedro I e tudo que se referisse à história do Brasil fossem devolvidos para o Rio de Janeiro. Graças a esse cuidado, a maior parte do material referente ao primeiro imperador se encontra hoje no Arquivo Histórico do Museu Imperial de Petrópolis. A breve passagem de Amélia de Leuchtenberg pela nossa história trouxe não só a beleza de uma jovem às terras brasileiras, mas também um exemplo de companheirismo, solidariedade e preocupação com o futuro. Claudia Thomé Witte
Posted on: Fri, 04 Oct 2013 18:06:45 +0000

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