Pelo período que começamos a estudar, vale a opinião condensada - TopicsExpress



          

Pelo período que começamos a estudar, vale a opinião condensada de um grande Historiador português - António Sergio que passo a colocar: "Pela natureza bélica que o período da Reconquista Cristã assume, é natural que não se tenha formado desde logo uma nobreza rústica, mas antes uma nobreza guerreira, mais preocupada em expulsar os muçulmanos da Península Ibérica que tratar do desenvolvimento agrícola. É, pois, compreensível que esta época seja encarada como política de transporte. Porém, à medida que este movimento se estendia para sul, a formação nacional vai-se edificando. A subversão de D. Afonso Henriques contra a sua mãe leva à ruptura da unidade da Galiza, com o triunfo da metade portuguesa sobre a leonesa. E é neste espírito bélico e nacionalista que ele conquista Lisboa aos mouros com a ajuda de cruzados alemães, flamengos e franceses, acabando por ser reconhecido como monarca (1143 por Afonso VII de Castela e em 1179 pelo Papa Alexandre III). António Sérgio, conclui assim sobre a origem da nacionalidade, caracterizando-a como um período de fixação, uma vez que a população vai-se instalando nos novos territórios à medida que vão sendo conquistados. Afirma mesmo que a posição geográfica dos portos terá sido um poderoso fator na constituição da nacionalidade, pois atraíam população e as linhas comerciais do Norte e do Mediterrâneo. É de não esquecer que grande parte da população no progresso social da formação da nação era estrangeira (D. Sancho I enviou colonos estrangeiros para povoar o sul, mouros e judeus). Período da Expansão / Império Antes de incidir sobre os descobrimentos, António Sérgio refere a crise de 1383/85, encarando-a como um "embrião" da expansão portuguesa, uma vez que prepara as suas infraestruturas de transporte. Segundo ele, já desde então havia um predomínio social das classes militar e comercial, deixando bastante prejudicados os sectores da agricultura e da indústria, havendo logo um atraso econômico. Com o novo estado absolutista, em que o povo se alia a D. João II contra os nobres, o Império português vai crescendo, embora o país não se encontre em situação favorável: a miséria agudiza-se com a falta de produtividade e com os empréstimos externos a juros elevados; a introdução dos jesuítas e o estabelecimento da Inquisição produziu efeitos perniciosos, nomeadamente a perseguição aos judeus levou a uma privação de capitais e de produção. Para além disto, a burguesia de cariz marítimo e mercantilista saiu favorecida desta crise, passando a impulsionar a nacionalidade. Para António Sérgio, os Descobrimentos são a consagração da vitória do "transporte", onde se dá o triunfo do comércio e da cavalaria sobre a produção, onde a pura exploração de riqueza e a ineficácia produtiva acentua-se. Ele tinha uma interpretação desnorteadora e nociva sobre os Descobrimentos . Por exemplo, ele considera que o tráfico das especiarias foi realizado com absoluta falta de inteligência, uma vez que a riqueza vai-se fixar nas nações estrangeiras e nós limitávamo-nos a transportá-la, ou seja, Lisboa reduziu-se a um mero entreposto. Período da decadência (séc. XVI a XVIII) António Sérgio acredita que a decadência portuguesa iniciou-se logo desde a crise de 83/85,mas considera os Descobrimentos o clímax historiográfico da situação pela ociosidade de produção de então. Aliás, ele chega mesmo a apresentar um breve cronologia pontual: na derrota de Alcácer Quibir, os portugueses mostraram-se muito passivos perante a ameaça espanhola em tomar o trono, e assim perdermos a independência nacional. 1640, data em que os portugueses perdem o monopólio do comércio no Oriente. A descoberta de ouro no Brasil leva ao parasitismo socioeconômico português, favorecendo antes a indústria estrangeira. Para António Sérgio, foi sobretudo este regime econômico o que impediu o progresso e não o jesuitismo, porque ele não incentivava os mínimos progressos.
Posted on: Thu, 04 Jul 2013 03:17:09 +0000

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