Pense, reflita.... Tenho que discordar profundamente da visão clássica que estamos vendo muitos formadores de opinião disseminar pelos diversos meios de comunicação. Pessoas que de alguma forma pendem pra algum dos lados como se essa fosse uma antiga batalha direita x esquerda e que a solução seria ir correndo para algum dos lados. Traçam um caminho fazendo analogia à situações que ocorreram em outros países. Desconsiderando as diferenças abissais que observamos em relação aos mesmos. Essa leitura não se encaixa nesse cenário novo para a política Brasileira. É muito fácil um partido ou corporação midiática que tem finanças de sobra, chamar um intelectual graduado, oferecendo uma boa gratificação para que o mesmo escreva um artigo que pareça brilhante em um primeiro olhar. Aquele tipo de texto que evoluí trazendo um sentido e que conseguimos ver um início, meio e fim. Ele se utiliza da racionalização dos fatos, das infinitas fontes que se encontram facilmente pelo google de comparações que, se bem observadas, claramente se mostram sem sentido e por fim da falta de informação histórica da população em geral. Eu li diversos textos e materiais que trazem essa compreensão distorcida da situação que podemos visualizar hoje em nosso país. Uma visão clássica da política que induz as pessoas à acreditarem que o desfecho possível da nossa situação seja semelhante com o Egito, Tunísia, Síria (Que é um absurdo) ou até mesmo com países europeus como a Espanha e França. A lógica dos países europeus é a mais utilizada. Ou essas pessoas que são formadoras de opinião e tem alta capacidade de discernimento dos fatos, não conhecem a história recente desses países (Improvável pra não dizer impossível), ou estão tendenciosamente mal intencionadas que é o que pra mim fica evidente. Vou exemplificar de forma lógica e curta o porque. Lá, nos países europeus por exemplo, é incoerente fazer comparações do desfecho possível, pois, além das diferenças políticas, jurídicas, culturais, antropológicas, econômicas e sociais, eles estão lutando por direitos que eles perderam, por uma estabilidade que já experimentaram e não possuem mais. É um regresso que foi observado. Já existe um equilíbrio intelectual entre as classes nesses países. Alguém acha que já experimentamos isso aqui no Brasil? Aqui a luta é por progresso! Ontem mesmo eu vi uma comparação com o que aconteceu na histórica crise econômica Argentina (1999 - 2001). Sabemos do interesse constante do portenho por política. Lá, ir as ruas bater panela e protestar é sempre uma opção clara em momentos de crise. Naquele período a população se revoltou e teve um levante histórico contra o governo de Fernando de la Rua. "Que se vão todos" é o que eles gritavam durante os protestos se referindo aos partidos e seus partidários. A queda do governo por uma situação de confusão política deu espaço para que os Kirchner assumissem o poder em 2003 e, como todos sabemos, a Argentina cometeu suicídio político. É esse tipo de medo que estão tentam colocar nos manifestantes que expressam de forma sincera as suas diversas indignações. Lembremos que nenhuma corporação, empresa ou pessoa física que tenha investimentos lucrativos atualmente e que dependam diretamente da estabilidade atual do país, tenham interesse em um cenário de incerteza e mudança. Essas pessoas vão fazer o impossível para desacreditar quem está indo as ruas se manifestar. Vão se utilizar dos mesmos meios que possibilitaram o levante (Redes sociais e internet em geral), para induzir a uma compreensão errônea do que está ocorrendo. Então, pensem bem antes de compartilhar algum texto ou artigo, comparem, reflitam, não acreditem numa fonte apenas por achar o texto brilhante ou por já ter lido posições do sujeito em questão, que lhe pareceram verídicas em outras situações. Você pode ter uma boa intenção, mas, de forma indireta, estar contribuindo contra suas próprias reivindicações...
Posted on: Sun, 23 Jun 2013 20:03:05 +0000
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