Peça de primeira encenação em 1943, O Vestido de Noiva é o - TopicsExpress



          

Peça de primeira encenação em 1943, O Vestido de Noiva é o marco do início do teatro brasileiro moderno, nesta obra em que se trabalha 3 níveis ao mesmo tempo, realidade,memória e alucinação, Nelson Rodrigues mostra mais uma vez a sua genialidade. Primeiro Ato A peça inicia-se com sons bastante conhecidos pelos habitantes de qualquer metrópole: “Buzina de um automóvel. Rumor de derrapagem violenta. Som de vidraças partidas. Silêncio. Assistência. Silêncio”. Cria-se, dessa forma, na imaginação do espectador, a cena de um atropelamento. Acende-se o plano da alucinação, e Alaíde chama por Madame Clessi. Encontra-se com vários personagens desconhecidos, ele que, aos poucos, lhe informam que Clessi fora assassinada. Alaíde desespera-se. Acende-se o plano da realidade, com várias pessoas falando pelo telefone ao mesmo tempo. São repórteres que noticiam o atropelamento. No plano da alucinação, Alaíde está num bordel e recebe um homem que tem o rosto de seu marido. Suas atitudes são extremadas: acaricia o homem e o esbofeteia. Alaíde repara que todos os homens que aparecem têm o rosto de seu marido e encontra Madame Clessi, que a ajuda a lembrar-se da infância. O plano da memória registra o diálogo entre os pais de Alaíde a respeito de Madame Clessi, antiga habitante da casa. No plano da realidade, o diálogo lacônico entre os médicos revela que Alaíde está sobre uma mesa de operação. Alternam-se os diálogos entre Alaíde e Clessi no plano da alucinação e cenas do passado no plano da memória. Alaíde diz a Clessi ter matado seu marido. Aparece também a Mulher de Véu, cuja identidade Alaíde parece não querer revelar. Madame Clessi pede a Alaíde que recorde o dia em que se casou. Alaíde lembra-se de que sua futura sogra elogiou o vestido de noiva pouco antes de ela entrar na igreja. Relembra também que havia mais alguém com elas, mas não consegue identificar essa pessoa. Segundo Ato Diálogo entre Alaíde e Clessi ao microfone. No plano da memória, Alaíde e a Mulher de Véu discutem violentamente. A segunda parece disposta a estragar o casamento de Alaíde. Aos poucos, descobre-se o motivo: o noivo fora namorado da Mulher de Véu, e Alaíde roubara-o dela. Clessi interroga Alaíde sobre a identidade da Mulher de Véu. Plano da realidade: os médicos tentam os últimos recursos para salvar a vida de Alaíde. Sua memória está em franca desagregação; acendem-se as luzes das escadas laterais, das quais descem dois homens empunhando círios e se ajoelham diante de uma cruz, no plano da alucinação. Duas cenas são apresentadas de maneira entrecortada. Numa delas, a Mulher de Véu revela a Alaíde seu desejo de vingança; na outra, Clessi conversa com um jovem namorado, e este sugere que os dois se matem de amor. A mulher não parece levar a sério a conversa do garoto. No plano da alucinação, uma mulher se senta junto aos dois homens. Estão diante de um ataúde, dialogam num cínico tom de flerte. A conversa entre Alaíde e a Mulher de Véu se torna cada vez mais tensa. Alaíde revela a Clessi que a cena na qual os dois homens estão ajoelhados ante um ataúde é a do enterro da própria Madame Clessi. A identidade da Mulher de Véu é descoberta: trata-se de Lúcia, irmã de Alaíde. Plano da realidade: Pedro pergunta aos médicos sobre a condição de sua esposa. Os médicos informam que o estado da paciente é grave, mas o homem não demonstra nenhum abalo emocional. Terceiro Ato Alaíde descobre que não matou o marido. Novo diálogo entre Clessi e o jovem namorado, em que ele lhe pede para morrerem juntos. Alaíde e Lúcia discutem no plano da alucinação, e aparecem outros personagens no meio da discussão, entre os quais Pedro e Dona Lígia. Clessi e o namorado conversam, ela entrega-lhe algum dinheiro. A mãe do jovem aparece e inicia uma discussão com Clessi, na qual pede que a mulher deixe de ver seu filho. Alaíde lamenta-se por confundir essas pessoas com personagens da ópera La Traviata e do filme ...E o Vento Levou. A discussão termina com Clessi expulsando a mãe do rapaz de casa. Plano da realidade: repórteres noticiam o acidente de Alaíde, descobrem se tratar de alguém importante, mulher do industrial Pedro Moreira. No plano da alucinação, Alaíde conta a Clessi suas recordações sobre a morte da mulher. Pedro surge e Clessi desaparece. Alaíde acusa Pedro de não a amar e diz saber que ele e Lúcia desejam sua morte. Surge Lúcia de luto fechado, os três juntam suas cabeças. Corte para o plano da realidade, no qual o diálogo entre os médicos revela a morte de Alaíde. No plano da alucinação, Alaíde e Clessi aparecem de costas para a platéia. Os repórteres noticiam a morte de Alaíde e dizem que a irmã chora muito. No plano da realidade, Pedro é repelido por Lúcia, que diz ter jurado diante do cadáver da irmã não mais se aproximar dele. Diálogo entre Alaíde e Lúcia, no qual Alaíde ameaça a irmã. Lúcia acusa Pedro de ter incutido nela o desejo de que Alaíde morresse; falam de um “crime”, mas sempre entre aspas, o que confere ambigüidade ao termo. Cenas sucessivas apresentam saltos cronológicos: discussão entre Lúcia e sua mãe; Lúcia volta de uma viagem, mais gorda e mais corada; Lúcia se prepara para o casamento com Pedro e faz a Laura a mesma pergunta que Alaíde fizera: “Estou muito feia, D. Laura?” – ao que Laura responde: “Linda! Um amor!”. Lúcia pede o buquê, e essa é sua última fala. Madame Clessi sobe uma escada. Surge também Alaíde, que caminha em direção a Lúcia como quem vai lhe entregar o buquê. A cena se apaga, exceto por uma luz que ilumina o túmulo de Alaíde. fonte: guiadoestudante.abril.br/estudar/literatura/vestido-noiva-resumo-obra-nelson-rodrigues-703825.shtml
Posted on: Fri, 25 Oct 2013 11:05:15 +0000

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