Pois é: até que o sistema-do-self tenha seu fulcro de - TopicsExpress



          

Pois é: até que o sistema-do-self tenha seu fulcro de identificação além dos níveis cognitivos convencional-egocêntrico, esta postura de "o meu caso é diferente! Vou te contar tudinho e aí você vai ver que sou especial, e ficar com peninha de mim!, snifs! " é comum. Não faltam exemplos de pessoas interagindo com outras, considerando-as (pelas suas atitudes, e não pelo que dizem) como mero objetos ou meios a ser usados para alcançarem seus objetivos. Nos meios militares e nos treinamentos das agências de inteligência, para que "a missão seja mais eficiente", mister se faz considerar "o inimigo" como mero objeto ou "acidente de percurso", sem criar nenhuma empatia ou intimidade com este. A banalização da violência nos meios de comunicação, e a exposição excessiva a cenários de tragédia, acidentes e violência, também contribui para a desensibilização geral das pessoas, diminuindo bastante sua capacidade de empatia (se colocar "na pele do outro"). No livro THE SCIENCE OF EVIL- ON EMPATHY AND THE ORIGINS OF CRUELTY o psicólogo Simon Baron-Cohen oferece uma perspectiva alicerçada na organização (sadia ou deficiente) do sistema cerebral-nervoso para patologias como o autismo, a desordem de personalidade border-line (personalidade limítrofe), as psicopatias (incluindo as mais graves, com compartamentos que induzem ao crime) e o narcisismo. E como estes fatores podem ser reforçados (como a midia e os programas de lavagem cerebral já o fazem há décadas) por politicas sociais (e programas de grupos criminosos, para-militares ,etc) perversas. Já nos "aspectos leves" temos as manipulações do egocentrismo na forma de falsos elogios ("mas o senhor é uma pessoa muito distinta! Só merece do bom e do melhor") usados por profissionais de propaganda e marketing, políticos, grupos religiosos (como as técnicas de "love-bombing" usadas por seitas e religiões, para as pessoas que recém-ingressaram em suas "fileiras") e outros, se aproveitando destas "fraquezas de caráter" (alimentar uma auto-imagem distorcida e ilusória, por não corresponder aos seus "predicados reais" em situações que requeiram atitudes nobres, persistência, impessoalidade, atos de coragem,etc). Por outro lado, como já postulado pelo Abraham Mazlov na sua "pirâmide de necessidades" do ser humano, uma AUTO-ESTIMA (E até Auto-Compaixão, no sentido dado pela Dra. Kristin Neff -livro SELF-COMPASSION) saudável é Fundamental para a Integração da Personalidade (Para ser possível o prosseguimento da Evolução da Consciência rumo aos níveis transpessoais, a partir do processo de Individuação). Não podemos SACRIFICAR (Saccro-Faccio- Tornar Sagrado) o que não possuímos. Portanto, em primeiro lugar desenvolve-se uma Personalidade Saudável para depois ser possível a sua Transcendência (Da Identificação exclusiva da Consciência para com a personalidade) e INCLUSÃO SADIA (e não dissociação, repressão ou outra forma patológica de negação ou falta de integração com estes conteúdos e funções de natureza pessoal). É um assunto abrangente e complexo, já que cada um dos níveis de desenvolvimento, além de suas particularidades, possui suas dinâmicas saudáveis e patologias. Não ajuda um mero rotular certo comportamento ou percepção deficiente em determinado, nível, como o exemplificado no artigo que compartilhei, elencando exemplos de "apego aos nossos problemas" (chegando mesmo a valorizá-los como se fossem troféus a serem exibidos como forma de distinção pessoal), mas sim uma contextualização em todos os níveis e quadrantes (subjetivo, objetivo, inter-subjetivo e inter-objetivo) para então abordar as estratégias de lidar com cada uma das nuances que se apresenta, de modo ao mesmo tempo particularizado e inter-ligado. Por exemplo, as religiões exotéricas monoteístas, em seu fulcro social, estão encalacradas no nível cognitivo pré-racional de filiação totêmica, de sujeição irrestrita e não crítica a "fontes de autoridade externa" e de dogmas, que vão condicionar a percepção e o comportamento do "fiel" (leia-se "infectado pelos memes-virus" desta), e desta forma, não irão valorizar de modo algum a Autonomia, a Liberdade de Escolha, o Livre-Pensamento e a Capacidade Crítica do Indivíduo. Porisso mesmo, seus "associados-fièis" serão, em sua maioria, aqueles ainda em fases de integração pré-convencional e convencional, com interpretações míticas literalistas fundamentalistas, etnocentristas, grupo-centristas e separatistas ("nós que somos os escolhidos" versus "o resto dos infiéis"), com pouca autonomia e capacidade crítica. Na estória de Buda e da mulher que perdeu seu filho, que você trouxe aqui, por outro lado, o sofrimento dela, inicialmente de natureza meramente pessoal (mesmo que totalmente legítimo), passa ao amadurecimento da perspectiva pessoal para a humanitária. O AUMENTO DA EMPATIA e da COMPAIXÃO são vistos, na escala de desenvolvimento moral-ético, uma característica intrínseca de Evolução Consciencial, na maioria das Escolas de Psicologia e Tradições Espirituais. O livro PSICOLOGIA INTEGRAL, do Ken Wilber, oferece uma abordagem excelente para a comparação de cada um destes níveis de desenvolvimento, e suas manifestações sadias e patológicas. No final deste livro, os mapas elencados pelo Ken Wilber, comparando dezenas de escolas e tradições espirituais, é precioso como ferramenta comparativa. Desta forma, de modo curioso, vemos que o SOFRIMENTO em si possui tanto aspectos que propiciam a Evolução como também podem ser fator de patologia e mais sofrimentos (aqui "inúteis": a pessoa mesma deve reconhecer isto para buscar sair desta situação de limitação desnecessária em seu viver). Foi nesta tônica que o Abraham Mazlov começou com sua investigação das Motivações e Meta-Motivações do Ser humano. Na perspectiva alquímica, a primeira fase é a do NIGREDO, da PUTREFACÇÃO, da MORTIFICAÇÃO, de SATURNO. Não dá para NEGARMOS esta base fundamental para nosso despertar. O próprio Gautama começou por esta realização visceral da dor, do sofrimento, da doença, da velhice e da morte, para então buscar a CURA DO SOFRIMENTO que tanto o tocou nesta realização radical (e empática). Finalizando nesta tônica que estamos explorando, aprecio sobremaneira os livrinhos LUZ NO CAMINHO, da Mabel Collins e o A VOZ DO SILÊNCIO, da H.P.Blavatsky. LC: "...faze com que a escuridão interior te ajude a compreender a desolação daqueles que não viram luz alguma e cujas almas estão sumidas em profundas trevas. Não os censures nem te aparte deles; antes, pelo contrário, procura aliviar algum tanto o pesado Karma que ao mundo oprime; presta a tua ajuda aos poucos braços vigorosos que impedem que as potências das trevas de obter uma completa vitória. Agindo desta forma, começarás a participar da felicidade, que, em verdade, acarreta um terrível trabalho e uma tristeza profunda,porém que é também um manancial de delícias sem fim". VS: "Olha as hostes das Almas. Vê como elas pairam sobre o mar tempestuoso da vida humana, e como, exaustas, sangrando, de asas quebradas, caem, uma após outra, nas ondas encapeladas. Batidas pelos ventos ferozes, perseguidas pelos vendavais, são arrastadas para os sorvedouros e somem-se pelo primeiro grande vértice que encontram. Se, passando pela Sala da Sabedoria, queres chegar ao vale da felicidade,fecha,discípulo, os teus sentidos à grande e cruel heresia da separação,que te afasta dos outros. [...] Que a tua Alma dê ouvidos a todo grito de dor como a flor de lótus abre seu seio para beber o sol matutino. Que o sol feroz não segue uma única lágrima de dor antes que a tenhas limpado dos olhos de quem sofre. Que cada lágrima humana escaldante caia no teu coração e aí fique; nem nunca a tires enquanto durar a dor que a produziu. Estas lágrimas, ó tu de coração tão compassivo, são os rios que irrigam os campos da caridade imortal. é NESTE TERRENO QUE CRESCE A FLOR NOTURNA DE BUDDHA, mais difícil de achar, mais rara de ver, que a flor da árvore Vogay. É a semente da libertação do renascer. Ela isola o Arhat tanto da luta como da luxúria, leva-o através dos campos do ser para a paz e a felicidade que só conhecem na terra do silêncio e do não-ser". Amigo escreveu: Na coluna do Paulo Coelho do ultimo DOM (ela é publicada em vários jornais no país), ele cita uma reflexão muito interessante: Uma mulher perde seu único filho por causa de uma doença e não se conforma, diariamente faz preces para que ele acorde porem sem sucesso. Até q um dia ela resolve ir até Buda, e lá pergunta a ele se existe algo que possa acordá-lo, e Buda diz que sim; um chá feito com grãos de mostarda, porem obtido de uma casa onde os moradores jamais tenham perdido um parente ou amigo vitimado por doença. E cheia de otimismo a mulher sai de lá dizendo "vai ser fácil" . Bate na porta de varias casas, todos lhes dão os grãos pedidos, porem nenhum serve para o chá pretendido, pois todos em algum momento perderam um parente ou amigo por motivo de doença . Depois de muito andar ela finalmente se conforma ao constatar q a dor q ela senta é igual a de muitas outras pessoas e enterra o filho, passando a viver em paz .
Posted on: Thu, 12 Sep 2013 16:39:20 +0000

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