Poluição Ambiental - A principal causa do câncer Oms diz que - TopicsExpress



          

Poluição Ambiental - A principal causa do câncer Oms diz que emissão de poluentes pode ser pior do que cigarro para o pulmão A exposição ao ar poluído foi incluída entre as principais causas do câncer de pulmão, pior até do que o cigarro. A nova classificação veio de um estudo divulgado ontem pela Agência Internacional de Pesquisas sobre o Câncer (Iarc), vinculada à Organização Mundial de Saúde (OMS). O órgão já havia lançado relatórios sobre como alguns componentes da poluição atmosférica poderiam ser agentes cancerígenos. Mas esta é a primeira vez que o ar exterior é inteiramente considerado um potencial causador de câncer. Em 2010, 223 mil pessoas morreram por câncer de pulmão causado pela poluição atmosférica e por um conjunto de poluentes, como poeira e fumaça, conhecido como material particulado. A maior parte dos casos se concentra em países recentemente industrializados, como a China e a Índia. ... - A poluição do ar é uma mistura complexa que abrange gases e material particulado. Um de seus principais riscos é que estas micropartículas cheguem ao pulmão - explica Kurt Straif, chefe da seção de monografias da Iarc. - As fontes de poluição estão em todos os lugares, dos meios de transporte à produção agrícola. Para Roberto de Almeida Gil, oncologista do Instituto Nacional de Câncer (Inca), os tomadores de decisão devem repensar seus modelos de desenvolvimento urbano. - Respirar provoca câncer. E é muito difícil prevenir a inalação destes poluentes - lamenta. - Como não podemos viver em redomas, é fundamental melhorar a qualidade do ar das cidades. Precisamos controlar com rigor as emissões de poluentes, restringindo a queima de combustíveis fósseis e observando o impacto ambiental da produção industrial. Straif admite que não há soluções a curto prazo em nenhuma região do planeta. No início da semana, a Agência Europeia do Meio Ambiente divulgou um estudo mostrando que cerca de 90% dos moradores das áreas urbanas da União Europeia estão expostos a níveis de poluentes considerados nocivos à saúde. Na Ásia, a discussão é ainda mais incipiente. Os países deste continente registraram, em 2010, a maioria dos casos de câncer de pulmão relacionados à poluição do ar. Chefe da Oncologia Clínica do Inca, Carlos José de Andrade acredita que os governos asiáticos ainda não criaram projetos que vinculem o debate ambiental à saúde da população. Em julho, uma pesquisa publicada na revista Proceedings of the National Academy of Sciences mostrou que 500 milhões de chineses que vivem no Norte do país, a região mais poluída, deverão perder, conjuntamente, 2,5 bilhões de anos de expectativa de vida por causa da poluição do ar. - A conscientização das questões ambientais é um problema político - ressalta Andrade. - É preciso assumir uma responsabilidade para minimizar a deterioração do ambiente. Um país onde não há uma política clara para reduzir a emissão de gases poluentes provavelmente terá mais registros de câncer de pulmão. Segundo o patologista Paulo Saldiva, líder de um dos grupos de trabalho do Iarc, ter câncer de pulmão provocado pelo cigarro é, na verdade, uma exceção. No Brasil, as doenças ligadas à poluição atmosférica vêm da falta de mobilidade urbana. - Metade da poluição das grandes metrópoles brasileiras vem de 10% da frota a diesel - destaca o patologista Paulo Saldiva, líder de um dos grupos de trabalho do Iarc. - A maior fonte de emissão de poluentes no país, então, é o tráfego. A curto prazo, não há remédio. Precisamos esperar a renovação de veículos e a troca de seu combustível para gás natural ou hidrogênio. Também há evidências, embora menos sólidas, de que a exposição a materiais particulados levaria ao câncer de bexiga. A criação de corredores de tráfego, ligando um meio de transporte público a outro, diminuiria a emissão de poluentes para a atmosfera. Este método já é adotado com sucesso nos países desenvolvidos. Além disso, o poder público poderia promover campanhas que estimulassem a população a se deslocar a pé ou em ciclovias. - Um motorista preso no engarrafamento está mais exposto a poluentes do que um pedestre - compara Saldiva. - A inalação de micropartículas pode provocar câncer de pulmão. Além disso, quem opta pelo carro deixa de praticar uma atividade física. E o sedentarismo leva à obesidade e à ocorrência de doenças cardiovasculares. Fonte: Cláudio Motta e Renato Grandelle - O Globo - 18/10/2013
Posted on: Fri, 18 Oct 2013 19:06:14 +0000

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