Polícia cubana encerra com violência terceiro dia de - TopicsExpress



          

Polícia cubana encerra com violência terceiro dia de manifestação das Damas de Branco O Globo Publicado: 17/03/10 - 0h00 Integrante do grupo Damas de Branco é detida durante manifestação em Havana, Cuba - Reuters Integrante do grupo Damas de Branco é detida durante manifestação em Havana, Cuba - Reuters RIO - A polícia cubana reprimiu com violência o terceiro dia de protesto das Damas de Branco, em Havana. As cerca de 30 integrantes do movimento foram puxadas pelos cabelos, seguradas pelas pernas e pelos braços e levadas à força para dentro de um ônibus, que as deixou na casa da líder do grupo, Laura Pollán, em Havana Central. Na tentativa de se livrar dos policiais, muitas delas ficaram com as roupas sujas de lama. Segundo as integrantes do grupo, a maioria apresenta dores no corpo, marcas, e pelo menos cinco procuraram um hospital. Laura Pollán, porta-voz do grupo, teve que imobilizar a mão. Reina Tamayo - mãe do preso político Orlando Zapata, que morreu em fevereiro após uma greve de fome - teve um arranhão que manchou a blusa branca de sangue. - Essa foi a pior repressão que já sofremos - contou, por telefone, Alejandrina García, mulher do preso político Diosdado González Marrero. - Não entendo por que fizeram isso. Íamos visitar um ex-preso político. Não estávamos perto de nenhuma instituição do governo. (Veja as imagens do protesto, abaixo) A terceira marcha das Damas de Branco esta semana coincide com o sétimo aniversário da chamada Primavera Negra, quando em março de 2003 o governo condenou 75 opositores em julgamentos sumaríssimos a penas de entre 6 e 28 anos de prisão. Na quinta-feira, data do aniversário, elas devem sair às ruas novamente. O protesto desta quarta-feira começou com uma missa no bairro de Parraga, de onde Damas de Branco partiram em direção à casa do dissidente Orlando Fundora, em greve de fome desde a semana passada. Com flores nas mãos, elas andaram por cerca de dois quilômetros e foram surpreendidas por cerca de 200 manifestantes pró-governo ao longo da caminhada. E pelo segundo dia seguido, elas foram alvo de insultos por parte dos manifestantes pró-governo. - Vermes, saiam daqui. Viva Fidel! Viva Raúl! - gritavam os manifestantes pró-governo, referindo-se ao líder cubano e ex-presidente da ilha, Fidel Castro, e seu irmão, o atual presidente, Raúl Castro, os únicos líderes de Cuba desde a revolução de 1959. Em contrapartida, as Damas de Branco gritavam "liberdade" e "Zapata vive", referindo-se ao dissidente morto após 85 dias de greve de fome, no dia 23 de fevereiro. À medida que a multidão de manifestantes pró-governo cresceu, agentes de segurança cubanos ofereceram repetidas vezes levar as Damas de Branco embora em um ônibus, mas Laura Pollán recusou. Até que finalmente um ônibus encostou e policiais forçaram a entrada delas. - Elas estão invadindo o território cubano. Essas ruas pertencem a Fidel - disse a dona de casa Odalys Puente. Uma das Damas de Branco rebateu: - Quando um animal selvagem é encurralado, ele faz isso e muito mais. Estamos prontas para tudo. Não temos medo - disse Berta Soler. Longe dos maridos, as Damas de Branco criam os filhos sozinhas, não contam com qualquer ajuda do Estado e nem conseguem emprego em órgãos públicos. Segundo Alejandrina, o governo não as considera "confiáveis para trabalhar". E passam a viver da ajuda da família, de ONGs e de cubanos no exterior. - Meu irmão me ajuda e os vizinhos são solidários. Às vezes me levam um alimento que preparam ou uma lata de leite em pó quando sabem que vou visitar meu marido - contou Alejandrina, uma técnica agrícola. Apesar da represália de quarta-feira, as damas mantiveram a manifestação de hoje, em Habana Vieja. - Vamos nos reunir numa igreja antes e pedir que Deus nos acompanhe e toque o coração de Fidel Castro. Nós não merecemos isso - disse Alejandrina. - Mas somos mulheres de fé. Pedimos que o mundo se junte às nossas orações. Em comunicado, a Anistia Internacional criticou na quarta-feira o governo cubano e disse que o país "necessita desesperadamente de uma reforma política e legal para alinhá-lo com as normas internacionais de direitos humanos." No Brasil, uma moção que seria votada ontem na Câmara em apoio à liberdade de expressão em Cuba foi adiada para terça-feira por falta de consenso. Cuba vem sendo condenada internacionalmente pela morte do dissidente Orlando Zapata e o tratamento que vem sendo dado a outro dissidente em greve de fome na ilha, Guillermo Fariñas. Os dissidentes cubanos, que formam um grupo pequeno em números e pouco conhecido na ilha, afirmam que as greves estão ajudando a atrair atenção internacional para sua causa política. Nesta quarta-feira, através de seu porta-voz, Fariñas afirmou em seu Twitter preferir "estar morto com dignidade a estar vivo com indignidade". E acrescentou que a repressão violenta às Damas de Branco é um sinal de que o governo está aterrorizado pela possibilidade de perder o poder. Os Estados Unidos e a Europa condenaram a postura de Cuba em relação às greves de fome realizadas por dissidentes cubanos e pediram a libertação de cerca de 200 prisioneiros políticos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por sua vez, defendeu o respeito às decisões da Justiça cubana em relação aos presos políticosque entraram em greve de fome no país e ainda comparando os dissidentes a bandidos. Para os líderes cubanos, os dissidentes são apenas mercenários à serviço dos EUA e de outros inimigos da ilha que têm como objetivo subverter o governo. Cuba prefere resistir a pressão internacional a mudar o tratamento dado aos dissidentes. Leia mais: Leia mais sobre esse assunto em oglobo.globo/mundo/policia-cubana-encerra-com-violencia-terceiro-dia-de-manifestacao-das-damas-de-branco-3038470#ixzz2gKZfXM12 © 1996 - 2013. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.
Posted on: Mon, 30 Sep 2013 00:22:25 +0000

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