Política e tolerância, Você se considera uma pessoa esperta? A - TopicsExpress



          

Política e tolerância, Você se considera uma pessoa esperta? A maioria de nós humanos, se fossemos ser totalmente sinceros, responderíamos a essa pergunta com um sim, sem nem sequer pestanejar. Contudo, lamento te informar, que todos nós, sem exceção, não somos espertos como pensamos, pois somos incapazes de compreender as coisas em sua totalidade e para percebermos isso nem precisamos ir muito longe, basta pegar uma simples cozinha como exemplo. Parece estúpida essa afirmação, mas vejamos: Se a sua cozinha é azulejada, me responda de bate e pronto, sem ir lá contar, quantos azulejos tem na sua cozinha que você já deve ter visitado muitas e muitas vezes? Há, você é um super decorador de ambientes, completamente antenado nos detalhes e sabe o número de azulejos que tem na sua cozinha de cor. Ótimo, agora me responda então, você sabe se havia micro-organismos na sua pia da última vez que você a viu. Me esqueci, você talvez seja um estudioso dos micro-organismos e saiba quais os micro-organismos mais prováveis de lá estarem e até sua provável percentagem de concentração. Mas beleza, você os viu, sabe como eles eram, o que estavam fazendo lá naquele exato momento? Putz, você é um super estudioso, tem uma parafernália de equipamentos em casa e, por pura neurose, contou cada ser vivo invisível a olho nu de sua pia e pela forma como se aglomeravam sabia com alta probabilidade de acerto o que estavam fazendo naquele momento. Beleza, então me responda, você vê a parte traseira da sua geladeira ou do seu fogão sempre que entra na cozinha? Há, então enquanto você está lá até mesmo uma baratinha nojenta pode estar dividindo o ambiente com você, escondida atrás desses dois lugares, sem que você saiba. Perceba que nós somos limitados aos nossos cinco sentidos para perceber o mundo físico e que o que nos chama a atenção no ambiente é exatamente aquilo que somos naquele momento, nunca o ambiente em sua totalidade, portanto, a forma como o estudioso de micro-organismos, um decorador de designers e alguém que tenha neurose quanto as baratas vê uma mesma cozinha é completamente diferente, pois cada um deles vê apenas uma parte dela, que corresponde exatamente aquela que lhe desperta o interesse. Não existe um super humano que se preocupe com as baratas, conte os micro-organismos e saiba quantos azulejos tem na cozinha ao mesmo tempo, por isso o conhecimento humano é todo segmentado, para que cada pessoa possa se focar e se aperfeiçoar naquilo que é do seu interesse. Posto isso, chegamos ao ponto que interessa, porque é bom para a humanidade que sejamos tolerantes uns com os outros? Voltando aos exemplos dados, se o designer achar que ser designer e saber contar azulejos é a melhor coisa do mundo e que os interessados por micro-organismos são uns bobos que não sabem de nada e vice-versa, nunca haverá um consenso entre eles, pois cada um deles achará que a parcela ínfima de realidade que consegue enxergar é toda a verdade. Para conhecer a cozinha em sua totalidade física, é preciso o arquiteto para explicar o projeto de construção, os engenheiros de todas as especialidades, para explicar a construção do projeto, a forma como a energia elétrica chega e é utilizada na cozinha, a forma de construção e funcionamento da geladeira, o biólogo para explicar os organismos que nelas vivem, o especialista em saneamento para explicar a entrada e saída de água, o físico para explicar o funcionamento do microondas, o químico para dizer a composição da água que sai da torneira, pasmem, é necessário mobilizar quase todo conhecimento humano para explicar uma simples cozinha, apenas no plano físico!!!!!! Fora o que extrapola o nosso conhecimento nesse ambiente, como por exemplo como se processa a morte das baratas? Pensando dessa forma, podemos entender qual é a importância de sermos tolerantes uns com os outros. A cozinha é um micro-cosmo da casa, que por sua vez é um micro-cosmo da rua e assim por diante, até a totalidade do universo. A cada um de nós é dada a faculdade de compreender umas poucas regras que norteiam o funcionamento do todo, de acordo com nossos "defeitos", aptidões e capacidades. Somos como pecinhas de um quebra-cabeças universal e só através de um bom relacionamento e de interações saudáveis é que poderemos resolver o problema do conhecimento. O distanciamento causado pela intolerância impede que tenhamos plenitude tanto no plano individual quanto no coletivo, pois que há uma integração necessária entre homem (micro-cosmo) e o coletivo dos homens (macro-cosmo), nós apenas a desconhecemos porque achamos que sabemos demais. A política é a oportunidade mais clara que temos de montar esse quebra-cabeças, mas para isso precisamos encher nossas mentes de apreciação pelos demais seres de nossa espécie e entendermos que o nosso único e mais poderoso inimigo somos nós mesmos e nossa ânsia egoísta de transformarmos nossa parcela da verdade em verdade absoluta.
Posted on: Sat, 22 Jun 2013 10:10:46 +0000

Trending Topics



Recently Viewed Topics




© 2015