Por MarciusCarvalho Consultor em Gestão Pública Nova - TopicsExpress



          

Por MarciusCarvalho Consultor em Gestão Pública Nova Mobilidade:A Nova Geração de Transporte Urbano Sustentável Política de acesso universal à internet móvel e ao serviço de mobilidade urbana o exemplo de teletrabalho em Mobilidade De Nova Iorque a Botucatu ao transporte público Mobilidade: De Nova Iorque a Botucatu Quando se fala de mobilidade, dois exemplos saltam na pauta: Amsterdã, na Holanda, eleita a melhor cidade do mundo para os ciclistas, e Nova Iorque, megacidade destaque em 2013 por suas ações arrojadas e com uma vasta estrutura de transporte público e ciclovias. Entretanto, comparando cenários, a Secretaria de Transportes de Nova Iorque tem à sua disposição um orçamento de cerca de 4 bilhões de dólares e uma equipe de mais de 4.500 funcionários, enquanto a secretaria de uma cidade como Botucatu tem à sua disposição os recursos normalmente disponíveis para cidades brasileiras de 20 a 120 mil habitantes: pouca capacidade de investimento, mas muita criatividade e vontade de transformar. Entretanto, nossa posição no globo, ao mesmo tempo em que traz um componente de limitação econômica importante para este desafio, também desperta nossos talentos. A falta de recursos traz sempre dois resultados: ou gera paralisia ou estimula a criatividade. No caso da Secretaria de Transportes de Botucatu, várias ações foram realizadas para conscientizar a população sobre aspectos importantes e atuais de educação e conscientização para o trânsito. Com muita iniciativa e utilizando parcerias locais e na web, a prefeitura criou campanhas para promover o respeito pela faixa de pedestres e conscientizar a população sobre a incompatibilidade entre volante e álcool, além de estimular o transporte compartilhado na cidade. Utilizando serviços na web já disponíveis em todas as capitais, a prefeitura estimula as escolas e as empresas a praticarem a carona solidária, Márcio Henrique Nigro – fundador do Caronetas e um dos idealizadores da Virada da Mobilidade, um evento que tem por objetivo estimular a intermodalidade da cidade. Vicente Ferrauto – secretário de Mobilidade da cidade de Botucatu. criando conscientização para a redução do transporte individual privado (carro com somente um passageiro). E como replicar esse modelo. 1. Carro não é um vilão, e pode ser usado a seu favor A maioria dos gestores públicos tem mais de 35 anos e viu algumas evoluções de tecnologia marcantes. Muitos dos “brinquedos” do filme “Guerra nas Estrelas” e do desenho “Os Jetsons” deixaram de ser ficção para uma geração apenas 10 anos mais jovem – toda uma coleção de discos de vinil, uma enciclopédia e um computador cabem hoje em um telefone. A tecnologia trouxe mobilidade para a informação e permitiu encurtar as distâncias do conhecimento. Entretanto, estar em qualquer lugar virtualmente é uma coisa, fisicamente é outra. Para isso, o carro, que sempre foi símbolo de poder, sucesso e agilidade, considerado o mais confortável e seguro meio de transporte “porta a porta”, tem hoje seu desempenho comparável à velocidade de uma galinha nos engarrafamentos, módicos 17 km por hora! Na contramão do engarrafamento, a mobilidade é a capacidade de se deslocar aliada à liberdade de ir de um ponto a outro – onde liberdade é um direito e a capacidade é o que está no menu de “opções escolha”. Os diferentes modais, carro, bicicleta, ônibus, trem ou metrô, quando disponíveis, apresentam-se como opções, interligadas ou não, para nos ajudar a realizar esse trajeto. A cidade, com seu plano diretor, sua infraestrutura de transporte e seu índice de polarização de opções de lazer e comércio podem promover maiores ou menores deslocamentos para a população, com maior ou menor integração; mas o fato é que o indivíduo continuará sempre a buscar novos horizontes, novos desafios, novas fronteiras, ou mesmo novos vizinhos. Portanto, embora a mobilidade faça parte das nossas necessidades, faz também parte de nossos desejos e nos traz uma sensação de liberdade e bem-estar. Entretanto, com o passar do tempo, principalmente nas grandes cidades, deixamos de medir as distâncias em quilômetros e passamos a utilizar como parâmetro aquilo que nos é mais precioso, o tempo. Para encurtar as distâncias, o carro surgiu como um modelo de transporte privado, seguro, eficiente e sempre disponível, desde que estivesse em sua garagem. Fomos estimulados a comprá-lo, e construímos ruas, estradas, pontes e até bairros foram planejados contando quase que exclusivamente com ele, pois muitas vezes é a única opção para o cidadão ir à padaria. Portanto, aquilo que nos fez livres um dia, aparentemente nos torna presos hoje? Como explicar o paradoxo de estar parado de carro, quando se poderia chegar mais cedo a pé? E como usar o carro como aliado para solucionar o problema de transporte nas cidades? As respostas certamente terão componentes que envolvem segurança pública, plano diretor, infraestrutura e cultura. Mas os dados disponíveis deixam claro que o motivo dos engarrafamentos certamente não é a quantidade de carros, mas sim como e para quê são utilizados. Os EUA ocupam a segunda posição no ranking de carros por mil habitantes, com uma taxa de 0,85 carros/habitante, enquanto o Brasil tem 0,24 carros/ habitante, ocupando a 57a posição. Em contrapartida, segundo pesquisa da IBM, São Paulo ocupa a 6a posição no ranking de cidades mais congestionadas. Quantidade de carros por mil habitantes Por País Veículos para cada mil pessoas Ano Média 1 Mónaco 863 2008 2 Estados Unidos 808 2009 3 Liechtenstein 796 2008 4 Luxemburgo 749 2008 57 Brasil 249 Julho 2011 Demonstração gráfica da quantidade de carros por mil habitantes ao redor do globo Isso só mostra que há muito espaço para que o mercado automobilístico nacional cresça, e que o fato de não se encontrar muitos carros circulando em Nova Iorque não tem qualquer ligação com a facilidade de acesso ao crédito ou ao financiamento de veículos. Em outras palavras, não é proibindo, dificultando ou restringindo sua venda que evitaremos seu uso. É uma opção do americano não entrar de carro em NY, pois ele aprendeu que essa não é a melhor escolha de mobilidade urbana por lá. Paralelamente, a gestão pública se empenhou em estimular outras formas de transporte que atendessem ao público com conforto, segurança, confiabilidade e qualidade. No Brasil, embora transportem apenas 20% dos passageiros, os carros são responsáveis por 70% da ocupação das ruas. É nesse contexto que promover a melhor ocupação deles – a carona – surge como uma alternativa inteligente para preservar o conforto, a comodidade e a capilaridade do carro, aumentando a quantidade de passageiros por veículo para evitar a necessidade de dobrar o número de vias todos os anos. O estimulo à carona pode aliviar até 35% do viário instalado. Além disso, o compartilhamento trata a causa principal dos congestionamentos, as viagens denominadas “pêndulo” – casa/trabalho e casa/escola, e pode ser usada também em situações onde não há disponibilidade de transporte público. Ao “abrir espaço nas ruas”, cria-se uma oportunidade para que este espaço seja ocupado por faixas exclusivas para bicicletas e ônibus, tornando-os mais atrativos no parâmetro mais relevante ao usuário: rapidez. Ciclovias segregadas em Nova Iorque Convivência de vários modais Uma estrutura de mobilidade eficiente parte do princípio de que todos os modais têm a sua importância. Nosso ciclo natural é multimodal: nascemos pedestres, muitos aprendem a andar de bicicleta e alguns resolvem dirigir, mas é sempre importante lembrar cada um de seu papel. As multas são consideradas por muitos como uma forma de educar o infrator de trânsito. Além disso, temos como aliada uma mídia que explora as consequências da bebida, mas não há nada mais poderoso do que o consciente coletivo para constranger o infrator. As crianças e os jovens são essenciais nesse processo de preparação para uma próxima geração informada e transformadora, e campanhas educativas são certamente a semente desse processo. 2. a campanha de carona solidária A carona pode ser sua solução econômica e sustentável para um problema que é de todos, utilizando o carro como aliado. Em 2012, logo após o furação Sandy, a secretária de Transportes de Nova Iorque, JanetteSadik-Khan, tinha uma solução rápida para o caos que se instalou na cidade, sem metrô ou semáforos: “Só carros com três passageiros ou mais poderão entrar em Manhattan”, determinou. De forma recorrente, esta também foi uma das ações implantadas oficialmente por grandes cidades americanas e canadenses. Criar faixas compartilhadas – aquelas restritas aos veículos com mais de um ocupante – têm basicamente dois resultados: ou tiram um carro das ruas ou retiram um usuário do transporte público. Além disso, para prefeituras, onde há subsídio no transporte, isso significa também retorno financeiro utilizando legalmente um bem privado (o carro) para criar uma oferta de transporte. Assim como Nova Iorque, Botucatu, também conhecida como “terra da aventura”, foi pioneira em incentivar publicamente a carona como alternativa de transporte através de sua agência de trânsito, a Semutran. Mas como dividir o carro, e com quem? A segurança é uma questão fundamental ao se falar em carona. A Semutran Botucatu fez parceria com o site Caronetas (caronetas. br/semutranbotucatu), pioneiro ao criar uma metodologia na qual a empresa se cadastra, recebe um link exclusivo, e, a partir dele, todos os usuários que se cadastram são autenticados através de um e-mail corporativo da empresa, garantindo segurança ao processo. O aplicativo do Caronetas é a única solução brasileira premiada pela Universidade de Michigan no MobiPrize 2012 (prêmio mundial de mobilidade urbana, que terá uma próxima edição em 2014). O Caronetas (caronetas.br), com mais de 1.600 empresas em todo o País, criou, assim, uma página específica para a cidade de Botucatu, permitindo que, além de empresas cadastradas, o usuário não associado a qualquer dessas empresas pudesse também participar do grupo interessado em compartilhar o carro. Dessa vez, ao invés de e-mail corporativo – necessário para se cadastrar no grupo de empresas –, o usuário se autentica utilizando seu usuário @facebook. Página personalizada para o Semutran Botucatu O cadastro do usuário e o funcionamento do site são bem simples. Uma vez autenticado, seja no grupo corporativo ou no grupo @facebook, o usuário tem acesso ao trânsito em tempo real e pode criar vários trajetos diferentes, de rotina ou únicos, com possibilidade de combinar caronas para o trabalho, para cidades vizinhas ou mesmo para levar o filho até a escola. Os contatos entre participantes são realizados através do próprio site ou de notificações enviadas. Exemplo de página do usuário no site O site tem como princípio zelar pela segurança dos usuários como sendo um dos pilares da carona. Portanto, o grupo @facebook, por estar aberto a todos os usuários com login no Facebook, não faz interface com os usuários corporativos do site cadastrados por meio de empresas participantes. Dessa forma, é preservada a segurança dos participantes com e-mails corporativos, enquanto, ao mesmo tempo, a página personalizada permite a participação de qualquer cidadão comum cadastrado na rede social e interação entre usuários da mesma rede. Certamente, as credenciais corporativas são mais seguras, mas “uma boa pesquisa nas redes sociais e um primeiro contato” podem ajudar o usuário do grupo @facebook a criar a confiança necessária para realizar a primeira carona. O compartilhamento de despesas é estimulado pelo site, que é facilitado pelo uso de uma moeda virtual. Seu uso não é, contudo, obrigatório, já que o usuário pode dividir o custo diretamente com seu parceiro, sem interferência do site, ou mesmo realizar uma carona voluntária. Modo de funcionamento da moeda virtual “caronetas” A ação de Botucatu fez parte de um projeto de integração-piloto do site Caronetas para atender a prefeituras de todo o País, estimulando o compartilhamento de carros. A iniciativa conta, atualmente, com a adesão de mais de 1.600 empresas cadastradas, entre elas várias de abrangência nacional, com como TAM, Unilever, Pepsico, Citibank e BMF&Bovespa. Empresas Participantes A Secretaria de Trânsito de Botucatu realizou, também, seminários sobre carona e uma campanha educativa nas escolas para reduzir a quantidade de veículos no entorno. Assim como as empresas, as escolas são polos geradores de tráfego, e o compartilhamento pode reduzir a quantidade de veículos de forma significativa. A Secretaria organizou uma agenda de mobilidade para a cidade que envolveu parcerias com o comércio local para sensibilizar o usuário de sua responsabilidade no trânsito. Motoristas, ciclistas e pedestres foram alcançados com ações criativas e de fácil implantação por qualquer Município brasileiro. 3. Mobilidade é uma escolha diária A intermodalidade deve ser sempre incentivada. Um usuário pode ser hoje motorista, amanhã passageiro, depois de amanhã ciclista, pedestre ou skatista. Ou pode ser todos eles no mesmo dia. A intermodalidade permite que o cidadão sempre se coloque no lugar do outro e impulsione a cidadania. Uma cidade com mobilidade tem de oferecer soluções seguras, que possam ser confiáveis e que permitam múltipla escolha. O caminho para um transporte público eficiente não tem uma matemática simples, mas pode ser perseguido dia a dia com pequenas ações que muitas vezes não envolvem recursos, mas planejamento, organização, criatividade e vontade de fazer. É justamente essa vontade de mudar que deve ser explo rada ao máximo pela administração pública de modo a contagiar o cidadão, levando-o a repensar suas escolhas de transporte diariamente. O exemplo de Botucatu mostrou que a tecnologia é uma aliada para isso. A internet, o Google Mapse as redes sociais têm um papel fundamental na criação de uma plataforma de mobilidade. Hoje é possível georreferenciar um usuário em tempo real, buscar informações e estabelecer o primeiro contato sem utilizar os tradicionais meios do “telefone ou contato físico”. Muitas vezes, sua carona está na mesa ao lado, ou no mesmo elevador, e você ainda não sabe. A iniciativa implementada por Botucatu pode ser “copiada”, como dito no começo deste artigo, por outras prefeituras. Para utilizar o Caronetas dentro de outros Municípios, as prefeituras teriam apenas de realizar campanhas de publicidade para a carona e estimular as empresas a se cadastrarem através do próprio site. E, para todos aqueles que hoje se sentem parados no trânsito, #ficaadica: “você é o trânsito” – mas você é também o único capaz de mudar esse cenário. Público transporte público Braga é uma cidade do norte de Portugal, a capital sentimental do Minho, com mais de 2000 anos de história e reconhecida pela sua cultura gastronômica, em particular a relacionada ao bacalhau. Puerto Montt é a maior cidade do extremo sul do Chile, porta de entrada para a Patagônia mais austral, com um passado de ocupação por pioneiros e com uma economia hoje intimamente ligada ao salmão. Pune, próxima à costa ocidental da Índia, é hoje uma cidade com forte presença industrial, mas seu nome significa “cidade da virtude” em sânscrito; tendo sido capital do império Maratha, também é um importante centro espiritual. Madison, no Estado americano de Wisconsin, sempre teve uma economia ligada à presença de aparatos públicos, mas cada vez mais tem diversificado suas áreas de atuação para setores como biotecnologia e publicidade; com uma baixa taxa de desemprego, chegou a ser eleita em 1996 o melhor lugar para se viver nos EUA. Itajaí, em Santa Catarina, é uma cidade de colonização açoriana, alemã e italiana, que abriga um dos maiores portos do Brasil e, com intensa atividade industrial em setores diversificados e uma importante universidade, proporciona aos seus cidadãos um índice de desenvolvimento humano entre os 4% maiores do país. O que todas essas cidades têm em comum? Uma miríade de respostas é possível, mas, para os nossos objetivos neste artigo, vamos de uma vez dar a solução: todas integraram as informações de sua rede de transporte público ao Google Maps. Nossa tese é que esse é um exemplo 10 Alessandro lidera o desenvolvimento de parcerias para uma série de produtos do Google no Brasil, e sua missão autoproclamada é conseguir “encantar os usuários com a ajuda de parceiros”. Engenheiro (Poli-USP) e mestre em negócios (FGV-EAESP) por formação, também um executivo experiente em consultorias e empresas de tecnologia, Alessandro é apaixonado por inovação e por seu potencial (ainda um tanto inexplorado) de fazer as pessoas mais felizes. passo importantíssimo para realçar o adjetivo “público” da expressão “transporte público”. Em outras palavras, o que é público no transporte não é somente a sua acessibilidade física, a relevância do serviço prestado e o fato de o prestador ser o governo ou um concessionário – mas também a disseminação da informação para o maior número possível de fontes de informação, de forma que qualquer cidadão (residente ou não) consiga planejar o uso da rede da forma mais eficiente, rápida e transparente possível. Nova apresentação de resultados de transporte público O Google Mapsnão é a única forma de divulgar as rotas, os pontos de parada, os horários, as tarifas e as demais informações relacionadas às redes de transporte público municipal e regional. Com efeito, diversas cidades ao redor do mundo disponibilizam consultas abertas à população por meio das suas próprias páginas na internet, e sabemos que essas páginas são, em muitos casos, frequentemente consultadas. Porém, cremos que o Google Mapsé uma ferramenta natural para complementar quaisquer outras formas de divulgação de que disponham os gestores de transporte público ao redor do mundo. Por quê? Em primeiro lugar, trata-se da ferramenta de mapas mais utilizada no mundo, com mais de 1 bilhão de pessoas diferentes fazendo consultas a cada mês. Desde o seu lançamento, em 2005, o Google vem dedicando muitos recursos para cada vez mais aprimorar essa ferramenta, não somente do ponto de vista das informações ali contidas (que não incluem somente redes de transporte público, mas também arruamento, divisões políticas, acidentes geográficos, imagens de satélite, imagens de interiores e, finalmente, pontos de interesse como restaurantes, lojas, locais turísticos e muitos mais). Construir um mapa realista é um esforço gigantesco e, ao mesmo tempo, infinito. Para citar um exemplo, fazemos questão de refletir a deriva de 6 centímetros ao ano que ocorre na Califórnia em decorrência da movimentação de placas tectônicas. Novo seletor de opções de transporte público Como parte dessa evolução, no último dia 15 de maio, o Google anunciou uma nova interface para o Google Maps. Além de novidades visíveis no desenho dos mapas, paleta de cores, tipografia e ícones, ficam evidentes duas tendências importantes na forma como os mapas são consumidos neste mundo de dinâmica evolução. Primeiramente, a interface ficou muito mais limpa e simplificada, permitindo que as informações procuradas pelo usuário tenham o maior destaque possível – mas ao mesmo tempo permitindo que, caso desejado, o usuário tenha acesso a informações aprofundadas sobre o local de destino ou a rota a ser utilizada. Um exemplo é o novo seletor de opções de transporte público: em qualquer busca, a primeira resposta é sempre uma sugestão (calculada pelo Google com base no banco de dados fornecidos pelo operador do transporte público) da melhor rota, levando em conta informações como distância até o ponto de parada, tempo de deslocamento, tempo para baldeações, tempo andando a pé e assim por diante. No entanto, caso queira explorar mais alternativas, o usuário é levado a um novo seletor de opções, que mostra de maneira gráfica e bastante intuitiva as diversas possibilidades de trajeto e horários para ele tomar a melhor decisão. Em segundo lugar, partimos do pressuposto de que cada usuário tem de ter o seu próprio mapa, baseado nos seus interesses costumeiros e naquilo que é mais relevante para ele. Então, se um usuário estiver buscando um restaurante, automaticamente o mapa vai dar mais prioridade a mostrar outras opções de restaurantes vizinhos. Ou dar prioridade a uma rua não tão larga, mas que seja importante para a rota que ele esteja traçando naquele momento. Ou, ainda, caso o usuário esteja procurando opções de transporte público, o mapa passará a dar mais prioridade em mostrar pontos de parada e outros elementos das opções de transporte apresentadas. Nós chamamos de Google Transit a solução do Google Mapsque se integra às informações dos gestores ou concessionários de transporte público e as exibem como uma camada nos mapas. Dentre os 100 milhões de pontos de interesse cadastrados no Google Maps, existem mais de 1 milhão de pontos de parada pertencentes às rede de transporte público de mais de 800 cidades ao redor do mundo integradas ao Google Transit. Essas cidades têm perfis e tamanhos extremamente diversificados. Por exemplo, Baker City, no Estado americano do Oregon, tem cerca de 10 mil habitantes – mas seus cidadãos e visitantes conseguem saber, através do Google Maps, que o Baker City Trolley leva cerca de 19 minutos entre o hospital St. Elizabeth e a prefeitura. Em um outro extremo, quem estiver em Nova Iorque e consultar o Google Mapssaberá que existem diversas opções para ir do MetropolitanMuseum até o Battery Park – as mais rápidas são as linhas 4 e 5 do metrô, que levam cerca de 30 minutos; mas, se você tiver dificuldades de locomoção e quiser evitar as escadarias, pode optar pelas linhas M1 e M5 de ônibus, e saberá que vai gastar 30 minutos a mais. Exemplo de trajeto em Baker City No Brasil, várias cidades já oferecem o serviço integrado ao Google Maps: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Goiânia, Guarulhos, Santos, São José dos Campos, Sorocaba, Itajaí, Blumenau. Importante notar que o serviço não é compatível apenas com linhas de ônibus, metrô e trem: no caso do Rio de Janeiro, por exemplo, estão incluídas as barcas que fazem a travessia entre a capital e Niterói. Contudo, sabemos que a presença de cidades brasileiras integradas ao Google Transit poderia ser bem maior e acreditamos que a divulgação destas informações possa ajudar o serviço a se tornar mais conhecido pelos gestores públicos e privados de transporte urbano. Com efeito, pelos exemplos citados anteriormente, deduz-se que diversas metrópoles brasileiras (bem como cidades de médio e pequeno porte) ainda não oferecem essa solução – é bem possível que, enquanto isso, tanto cidadãos quanto visitantes dessas cidades que naturalmente recorrem ao Google Transit para buscar essas informações estejam deixando de usar a rede colocada à sua disposição. O fato de o Brasil sediar em breve grandes eventos internacionais, como a Copa do Mundo FIFA e os Jogos Olímpicos, e ser também um destino turístico cada vez mais procurado internacionalmente, só corrobora a importância de oferecer informações de utilidade pública nas mais diversas plataformas. A propósito, o Google Maps(e, claro, o Google Transit) está hoje disponível em mais de 50 idiomas, dependendo das configurações de cada usuário em seu celular, tablet ou computador. Portanto, um turista alemão que chegue a uma cidade brasileira coberta pelo Google Transit poderá procurar a opção mais conveniente de transporte público em sua língua-mãe, sem que seja necessário que a prefeitura ou outro órgão faça a tradução. Outros exemplos de idiomas suportados são espanhol, francês, japonês, chinês, árabe, polonês e turco. Exemplo de trajeto em Nova Iorque Por outro lado, no mundo da tecnologia, as experiências avançam de forma extremamente rápida. É cada vez mais importante oferecer essas soluções não somente em uma página da internet desenhada para computadores, mas também em outros aparelhos como smartphones e tablets – particularmente para soluções que envolvem informações de transporte público, uma vez que quase sempre o usuário interessado nas respostas está na rua, longe de casa, longe de um computador tradicional. O Google Transit está totalmente integrado ao aplicativo Google Mapsdisponível tanto para aparelhos Android e Apple, e, dessa forma, o usuário pode consultar as informações onde quer que esteja. A interface é adaptada às telas menores, mostrando apenas as informações mais relevantes para quem esteja na rua e precisando de uma resposta rápida e precisa. Exemplo de tela de resultados no sistema Android No entanto, a já mencionada rápida evolução tecnológica não para por aí. Em 2012, o Google lançou o seu serviço Google Now(igualmente disponível em aparelhos Android e Apple). Trata- se de um assistente pessoal, que fornece informações relevantes sem que o usuário necessariamente peça por elas. O Google Nowbaseia-se no histórico de navegação, localização e outras informações para definir o que pode ser útil para cada usuário em cada momento. Por exemplo, o horário do seu próximo voo, ou lugares de interesse turístico próximos ao usuário e que mereçam uma foto, ou o tempo estimado (levando em conta os índices de congestionamento em tempo real) até a casa do usuário. Exemplo de tela de resultados no sistema Apple iOS Do ponto de vista do transporte público, o Google Nowjá mostra alertas sempre que o usuário esteja próximo de um ponto de parada ou estação, bem como as linhas de transporte que por ali passam. Isso é apenas o começo e muitas outras instâncias do Google Nowainda estão por vir. A partir do momento que se integram ao Google Transit, as informações da rede de transporte passam a estar automaticamente disponíveis em todas essas soluções do Google, mundialmente, nos diversos idiomas mencionados – sem que o gestor ou concessionário tenha de se preocupar em desenvolver soluções para múltiplas plataformas ou manter sistemas caros. Por outro lado, a fonte da informação é mencionada no Google Transit – dessa forma, se o usuário quiser saber mais informações sobre a rede de transporte, Exemplo de cartão do Google Now, mostrado ao usuário sem que ele tenha feito uma busca, apenas com base na localização dele Via de regra, nas cidades já integradas ao Google Transit, a repercussão do lançamento foi extremamente positiva, com cobertura da mídia local e regional, ressaltando o caráter de utilidade pública da integração e a abertura às novas tecnologias como forma de prestar um serviço mais eficiente e transparente à população. Mas, além da percepção favorável do público usuário, temos também recebido reações entusiasmadas do órgãos parceiros no que diz respeito à gestão mais eficiente da rede proporcionada pelo Google Transit. Por exemplo, a Hamptons Road Transit, que administra sistemas de ônibus urbanos em 7 cidades do Estado americano da Virgínia, diminuiu de várias horas para poucos minutos o tempo necessário para atualizar os horários impressos das rotas de ônibus – graças à integração com o Google Transit e outras ferramentas de código aberto. Além disso, viu o tráfego do seu site para consultas aumentar 65% de um ano para o outro após o lançamento do Google Transit. E, finalmente, nas palavras de seu vice-presidente de tecnologia, “o transporte público não tinha uma boa imagem na região, e portanto a associação com o Google trouxe uma mensagem positiva”. Igualmente, o lançamento do serviço em Munique foi acompanhado de palavras de entusiasmo do presidente da empresa local de transportes, a MVG: segundo ele, a integração ajuda a “posicionar ônibus e trens como alternativas ao carro” e “atrair mais usuários”. Como parceiros interessados podem fazer para trabalhar com o Google Transit? mas apresentamos aqui alguns passos introdutórios. Em primeiro lugar, existe um processo contratual entre o parceiro e o Google, para em resumo dar autorização para o Google publicar as informações fornecidas pelo parceiro. Trata-se de uma relação não onerosa, ou seja, sem pagamentos de uma parte à outra. Do ponto de vista técnico, o produto final é um feed– um conjunto de arquivos em formato de texto, em acordo com o GTFS (General Transit FeedSpecification), que está descrito na página de internet mencionada anteriormente. Esse feeddeverá ser enviado ao Google periodicamente, quando houver atualizações relevantes na rede de transporte ou a cada período fixo de tempo, a combinar. O processo de integração é relativamente simples, e contamos com equipes no Brasil e no exterior prontas para auxiliar os parceiros em todas as etapas do processo. Não pretendemos aqui fazer uma descrição detalhada de todas as possibilidades, mas segue uma lista (não completa) para ilustrar a versatilidade desta solução: os pontos de parada podem ser indicados por códigos alfanuméricos e também por descrições mais longas. O mesmo vale para os itinerários; é possível abrigar diversos pontos de parada, que atendem a linhas diferentes, dentro de uma mesma estação de transferência; pontos de parada que permitam o embarque e o desembarque de passageiros em cadeiras de rodas podem ser marcados dessa forma. O mesmo vale para os veículos compatíveis com cadeiras de rodas; às vezes, um ônibus carrega sempre o mesmo nome e código de itinerário, mas se desloca em direções diferentes dependendo do horário. O GTFS permite que se estabeleça direções diferentes para o mesmo itinerário, informando ao usuário se, por exemplo, ele está indo na direção “Centro” ou na direção “Bairro” em cada momento. é possível criar um calendário único para os horários de parada dos veículos em cada ponto – ou predefinir calendários diferentes (dias da semana, fins de semana, dias festivos e muitas outras possibilidades); consegue-se criar zonas tarifárias distintas dentro de uma cidade. pode-se informar se a tarifa deve ser paga a bordo ou na estação; se baldeações são permitidas sem o pagamento de tarifa extra; e se tais baldeações são permitidas apenas dentro de um certo período de tempo. Para os parceiros que dispõem dessa informação, é ainda possível usar uma especificação GTFS mais completa, incluindo informações atualizadas em tempo real (“real time”). Com isso, em vez de se exibir uma tabela fixa de horários estimados de passagem do veículo em cada ponto de parada, o usuário fica sabendo o horário exato em que poderá embarcar ou desembarcar, baseando-se nas condições reais de tráfego, atrasos ou outras ocorrências. Alguns exemplos de cidades que já contam com a solução em tempo real são Turim, Madri, San Diego, Boston e Nova Iorque. Como se viu, as oportunidades trazidas pelo Google Transit são imensas, não apenas no impacto para a sociedade mas também do ponto de vista da gestão mais eficiente das redes de transporte. Por outro lado, esta é uma área extremamente importante para o Google, que se mantém dedicado a oferecer as melhores soluções para que os usuários possam planejar o melhor trajeto rapidamente, com precisão e no momento em que necessitem. Construir um mapa do mundo relevante para cada usuário é uma tarefa desafiadora, mas ao mesmo tempo empolgante, e adoraríamos trilhar esse caminho juntamente com os parceiros responsáveis pelas redes de transporte. No fundo, este é um transporte a uma nova era da mobilidade urbana, em que as informações são realmente públicas e usadas em toda sua potencialidade para oferecer máxima eficiência. E, pelo nosso desejo, não somente de Puerto Montt a Pune, mas também do Oiapoque ao Chuí. FONTE:CNM
Posted on: Sat, 31 Aug 2013 21:55:20 +0000

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