Por incrível que pareça, os deputados cabo-verdianos pela diáspora, pelo menos pela América, são deputados “sem teto.” São deputados que não têm um endereço para receberem correspondência e nem um telefone oficial para receberem chamadas dos imigrantes cabo-verdianos. São deputados impossíveis de serem contatados por vias oficiais e o pior é que um dos dois deputados efetivos reside em Cabo Verde e nem sequer é emigrante. Os deputados da diáspora estão também desamparados e negligenciados no parlamento cabo-verdiano. Eles são tratados como deputados “enfeites” – uma vez que a arrogância no parlamento dos pseudolíderes e super deputados, que da política só entendem o radicalismo partidário; não dão cavaco às inovações e ideias progressivas dos deputados que residem na diáspora e que possuem outras experiências e socializações. Deputados pela diáspora são simples e puramente marginalizados na casa parlamentar! Tenho conhecimento que quando os deputados que realmente residem na diáspora chegam ao parlamento com as suas ideias de uma experiência vivida em países bem democráticos, são marginalizados e as sua ideias engavetadas. Claro que não estou surpreendido porque mesmo eu dei uma ideia a um deputado influente e ele me disse: “esta ideia é boa, mas é muito diasporizada.” Foi então que eu disse: “quase tudo o que vocês fazem no parlamento é copiado—porque não copiar mais uma boa ideia?” Logo percebi que sendo a ideia não originária deles, por terem mentes fechadas, então recebia um “cartão vermelho.” Tudo isto porque o parlamento cabo-verdiano se transformou em palco político em vez de casa da cidadania cabo-verdiana. É a casa onde não existe consenso, mas sim a imposição ideológica de um ou outro partido que quem sabe lá o que fez para conseguir a representação parlamentar. Como cabo-verdiano residente nos Estados Unidos, venho aqui apresentar mais uma ideia. Em minha opinião, o consulado de Cabo Verde teve a grande ideia de mudar de centro de Boston para Quincy, Massachusetts. A nova localidade está estrategicamente bem posicionada considerando a forma como a nossa comunidade está dispersa em Nova Inglaterra. Por isso, considerando o tamanho do edifício do nosso consulado e espaços disponíveis, eu gostaria de sugerir que o governo de Cabo Verde criasse um gabinete de deputados no próprio consulado. Assim, não haveria custos adicionais de um escritório... e os “dignos” deputados não ficariam desamparados como estão e o povo/imigrantes/eleitorado ficariam a saber como contatar aqueles que “foram” votados em nossa representação. Nós precisamos ter um endereço, um telefone onde poderemos expressar as nossas opiniões e dar sugestões. Precisamos desta oportunidade e voz e os deputados precisam saber que são representantes do povo e não coronéis políticos.
Posted on: Tue, 03 Sep 2013 09:54:30 +0000
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