Por que lutam os professores ou O Aniquilamento da Pedagogia da - TopicsExpress



          

Por que lutam os professores ou O Aniquilamento da Pedagogia da Liberdade: " (...)A produção de índices pouco diz sobre as escolas e ajuda a forjar uma imagem de melhora na educação, utilizando a manipulação de dados que não correspondem à realidade. As escolas que atingem a meta são premiadas, funcionários e professores recebem um bônus, o 14º salário, que faz uma bela diferença no bolso de profissionais que são mal remunerados e tem seu trabalho desvalorizado. As avaliações têm base nos descritores e no material pedagógico (cadernos pedagógicos) produzido bimestralmente pela SME/RJ e encaminhado às escolas. Para atingir uma boa pontuação nas avaliações unificadas, é necessário que os professores sigam essas orientações, mesmo que elas não façam sentido no contexto em que ensinam. O material pedagógico {só pra localizar, o banco imobiliário da cidade Olímpica (sic) foi distribuído como material pedagógico} é considerado inapropriado por muitos professores da rede, por conta da sua baixa qualidade. Afirmam que a avaliação unificada, atrelada ao uso do material oficial, fere a autonomia pedagógica, porque os professores perdem a liberdade para planejar a sua própria aula, de utilizar matérias didáticos e referências diversas, de acordo com as necessidades apresentadas por cada turma. O trabalho pedagógico se distancia cada vez mais da reflexão e aproxima-se da técnica, já que os professores se tornam aplicadores de um material didático pré-concebido e distante da realidade das escolas. (...)O objetivo é tornar os alunos marcadores de questões de múltipla escolha, treinados para se sair bem nas provas da rede e a responder comandos simples. O material e a avaliação unificados pressupõem que todas as pessoas são capazes de aprender da mesma maneira e dentro do mesmo tempo. Esse princípio aniquila de vez com a percepção da diferença na escola. As escolas que não atingem os índices são responsabilizadas e pressionadas. Os professores que se recusam a participar desse processo são individualmente responsabilizados, isolados e perseguidos. (...)Na verdade, essa política tem como objetivo aproximar a gestão educacional da lógica do mercado, em consonância com a etapa atual do capitalismo, em que a redução dos gastos públicos aparece associada ao aumento do controle indireto sobre as ações dos indivíduos. A educação pública se torna um setor lucrativo. Institutos e fundações privadas participam desse processo, investindo em escolas, que passam a competir entre si, em busca desses investimentos. Enquanto isso, os professores são cada vez mais precarizados, sofrem perdas salariais e as condições de trabalho pioram a cada ano. E os alunos das classes populares aprendem cada vez menos na escola, sua formação é voltada para que atuem como mão de obra barata no mercado de trabalho. Assim, a educação torna-se cada vez mais ajustada aos interesses do capital. (...)A democracia, que de fato nunca esteve presente nas práticas escolares, se distancia ainda mais desse espaço. As decisões pedagógicas tornam-se cada vez mais verticais e burocratizadas, sem a participação de professores, funcionários, alunos e comunidade. A escola que não estimula o pensamento crítico e a participação não é uma escola democrática, portanto produz indivíduos condicionados e suscetíveis à servidão complacente. Diante dessa política autoritária, a comunidade escolar e toda sociedade devem estar unidas em luta por uma educação e uma sociedade democráticas".
Posted on: Wed, 02 Oct 2013 21:58:07 +0000

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