Primeiro, analisemos a manchete da matéria: Suspeito de matar aluna de direito em colisão de trânsito no RN tem 17 anos... Currículo, rapaz de 17 anos, classe média alta, branco, viajado, pais bem sucedidos, diz que atropelou a colega estudante, mas que a culpa de quem tava na motocicleta, ou seja, dela. Ele disse que atropelou e a Globo na sua manchete nada tendenciosa ainda o chama de suspeito de matar, claro ele não a atropelou, rico não atropela, não mata... Apenas, ignora uma vida. Agora, vejamos se isso tivesse acontecido com um pobre de 17 anos, morador da periferia, que pegasse um carro do seu pai, amigo, enfim... O mesmo caso, como seria a manchete? Isso não te faz pensar em nada? Ele disse: A motocicleta apareceu do nada... A culpa é de quem tava na motocicleta, mas esquecem de que se um menor de 17 anos não pode ter habilitação e não a tem, e dirige, logo ele é um fora da lei e que como todo crime que ocorre quando alguém está à margem da lei, pressupostamente ele é culpado. Mas, não vi ninguém estampar em suas linhas do tempo, Redução da Maioridade penal, sim, claro, ele não atirou, não roubou ninguém, ele não é negro, não mora na periferia de Natal, ele tem um nome. Também não vi, os programas locais de meio dia em Natal falarem sobre o caso sensacionalistamente. Lamento o acontecido, lamento por todas as vidas envolvidas, porém, cada fato assim, mostra a realidade da desigualdade social tão velada. A gente vê os favorecimentos e as diferenças de tratamentos desde uma simples manchete de uma notícia a não divulgação na mídia, para não expor a imagem de um nome. E se fosse pobre, qual seria a manchete? (Vanusa Maria) g1.globo/rn/rio-grande-do-norte/noticia/2013/11/suspeito-de-matar-aluna-de-direito-em-colisao-de-transito-no-rn-tem-17-anos.html
Posted on: Thu, 14 Nov 2013 10:02:48 +0000
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