Professores mudam de área para evitar horário zero Escolas. - TopicsExpress



          

Professores mudam de área para evitar horário zero Escolas. Quadros sem alunos estão a ser transferidos para disciplinas e ciclos de ensino onde não têm experiência. Contratados acusam Ministério de ser seletivo no "rigor e exigência" PEDRO SOUSA TAVARES Mesmo com a "requalificação" profissional chumbada pelo Tribunal Constitucional, o receio dos "horários zero" e a pressão do Ministério da Educação e Ciência para o melhor aproveitamento dos quadros está a levar as escolas a atribuírem a alguns dos seus professores serviço em áreas e ciclos nos quais não tinham experiência. Na Intemet, nomeadamente no Blogue de Ar Lindo (arlindovsky.net), circulam mesmo denúncias de alegadas ilegalidades cometidas neste processo. Acusações desvalorizadas ao DN pelo presidente do Conselho de Escolas, Manuel Esperança, que equiparou as queixas a "tiros para o ar" de pessoas que não estão "por dentro" das regras nesta matéria. O também diretor do Agrupamento de Escolas de Benfica assumiu, no entanto, a flexibilidade, que também já adotou: "Tenho uma pessoa de Educação Tecnológica e, no ano passado, para evitar que ficasse com horário zero, passou a lecionar outra disciplina." E explica: "Uma vez que era licenciada em Engenharia podia dar Matemática ao 2.° ciclo. Coloquei-a na escola Pedro de Santarém e este ano vai continuar porque entendo que fez um bom trabalho". Muitas das denúncias na Internet dizem precisamente respeito a professores recentemente afetos ao ensino de Matemática no 2.° cicio, depois de se terem dedicado a áreas distintas. O grupo de recrutamento 230 - que abrange Matemática e Ciências da natureza do 2.° ciclo - permite um leque alargado de formadores. Além dos professores com "habilitação profissional", que frequentaram cursos da área da Educação, são aceites - como em outras áreas - docentes com "habilitação própria", que frequentaram outros cursos considerados válidos para lecionar. No grupo de 230 cabem desde economistas e contabilistas a engenheiros agrónomos. O Ministério tem incentivado esta política. Uma circular enviada às escolas em julho, pela Direção-Geral da Administração Escolar, lembra que os professores "podem, independentemente do grupo pelo qual foram recrutados, lecionar outra disciplina ou unidade de formação do mesmo ou de diferente ciclo de ensino, desde que sejam titulares da adequada formação científica". E isto mesmo foi defendido ontem ao DN por fonte do gabinete do ministro. Mas não deixa de ser paradoxal que, ao mesmo tempo, se sujeitem os professores contratados- muitos deles mestres - a uma prova escrita de acesso à profissão. Para César Israel Paulo, da Associação Nacional de Professores Contratados, esta flexibilidade "vai roubar milhares de lugares a professores adequados ao grupo de recrutamento"... mas que não são dos quadro. "Isso mostra que o rigor e a excelência que o Ministério advoga não são parâmetros fundamentais", acusou, acrescentando que "está em causa o princípio de igualdade entre cidadãos, porque alguns alunos terão, por exemplo, professores que sempre deram matemática e outros vão aprender com professores sem qualquer experiência na disciplina". REUNIÕES ENSINO PROFISSIONAL O Ministério da Educação retomou ontem os contactos com a Associação Nacional de Escolas Profissionais sobre a reorganização da oferta formativa. Os novos cursos superiores de curta duração de cariz mais profissionalizante devem abrir no ano letivo de 2014-2015, com expectativas de acolher cinco mil alunos inicialmente, mas de quadruplicar o número a médio prazo, anunciou ontem o Governo. O secretário de Estado do Ensino Superior, José Ferreira Gomes, declarou que ter 20 mil alunos inscritos nestes cursos a médio prazo seria um "número razoável". POLITÉCNICOS Nuno Crato recebeu ontem responsáveis do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCSISP). Ao DN, Joaquim Mourato, presidente do CCISP, definiu o encontro como "uma reunião de trabalho", sem grandes avanços concretos. "Vamos com certeza ter novos encontros para prosseguirmos esta discusssão", disse. "Fizemos uma reflexão sobre o futuro do ensino superior e o levantamento de um conjunto de questões que nos preocupam", acrescentou. Diário de Notícias 2013-09-04
Posted on: Wed, 04 Sep 2013 09:46:25 +0000

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