Quarenta e dois anos se passaram e Che Guevara ainda vive Dia 8 - TopicsExpress



          

Quarenta e dois anos se passaram e Che Guevara ainda vive Dia 8 de outubro marca aniversário da morte do ícone da rebeldia e da revolução da América Latina. Homem de personalidade forte, orador inteligente, hábil estrategista e, acima de tudo, extremamente voluntarioso e decidido. Não se adaptou à burocracia castrista e, em 1965, deixou o cargo de ministro da Economia de Cuba porque "outros países do mundo clamavam por revoluções". Na Bolívia isolado em território desconhecido e sem apoio do partido comunista local, foi perseguido pelo exército e levado para o povoado de La Higuera, onde foi assassinado no dia seguinte. Depois de intenso tiroteio, com sua arma avariada e com a perna ferida por uma bala, Che Guevara rendeu-se. Naquelas alturas a aparência dele era assustadora. Parecia um mendigo, magro, sujo e esfarrapado. Levaram-no para um casebre em La Higuera que servia como escola rural. Lá, ele tinha a companhia dos cadáveres de dois jovens guerrilheiros cubanos, com quem passou sua última noite. Foi interrogado pelo tenente André Selich, quem arrancou de Che a frase "eu fracassei, está tudo terminado e é por essa razão que me vê neste estado". Depois de muitas tentativas de interrogatório também do Coronel Joaquin Zenteno Anaya e do agente cubano-americano da CIA, Félix Rodrigues, chega então pelo rádio, ao meio-dia e meia, a ordem final do general René Barrientos, do alto comando boliviano de La Paz, que segundo Selich era "proceder a eliminação do Senhor Guevara". Apesar de nenhum deles concordarem com a execução, pois Che valia muito mais vivo do que morto, para o expor derrotado e exigir de Cuba uma indenização para cobrir os gastos deixados pelas guerrilhas e colaborar com os familiares de bolivianos mortos. Mas, a ordem teve de ser cumprida. Mário Terán o homen que executou Che disse que as últimas palavras dele foram " É melhor assim (...). Eu nunca deveria ter sido capturado vivo." A única ordem dada a Terán sobre a execução foi de livrar o rosto e que só atirasse do pescoço para baixo. Terán puxou o gatilho e atirou nos braços e nas pernas e enquanto Che se contorcia de dor e mordia os pulsos na tentativa de evitar gritar, uma outra rajada foi disparada. A bala fatal penetrou no tórax de Che, eram 13h10, quando Rodriguez olhou no relógio ao ouvir o último disparo. Che morre no dia 09 de outubro de 1967 aos 39 anos de idade, com 11 tiros. Che foi jogado no concreto de uma lavanderia com a cabeça apoiada na pia e os olhos abertos. Dois dias depois jogaram seu corpo com as mãos decapitadas numa cova secreta próximo a Vallegrande. Ele e mais sete outros foram enterrados nesse lugar num segredo que duraria quase três décadas. O exército boliviano temia que se o sepultassem seu túmulo virasse centro turístico devido à fama que Guevara tinha na América Latina. Desde então, o dia 8 de outubro é o "Dia do Guerrilheiro Heróico" na ilha de Cuba, durante o qual são prestadas homenagens a Che Guevara. Veja, abaixo, outras passagens da história de Ernesto Guevara. topo Che Guevara: o menino levado que estudou medicina Guevara foi uma criança levada, mas um aluno brilhante, sempre se destacava entre seus amigos pelo jeito de líder. Ernesto Guevara de la Serna nasceu na Argentina em 14 de maio de 1928 às 3h15 da manhã, na cidade de Rosário, mas foi registrado um mês após no mesmo dia e na mesma hora. Isso porque sua mãe Célia de la Serna casou-se grávida de três meses e Ernesto foi tido como prematuro de 7 meses. Ernestito, como era chamado, nunca soube disso. Aos dois anos de idade contraiu asma crônica, doença que o seguiu por toda a vida. Seu pai, Ernesto Guevara Lynch, era bisneto de um dos homens mais ricos da América do Sul. Estudou arquitetura e engenharia abandonando antes de se formar para fazer sua própria fortuna com a herança deixada pelo pai. Célia, sua mulher, estudou em um colégio católico da elite Argentina, autêntica sangue azul da nobreza espanhola, órfã de pai e mãe desde cedo, herdou uma boa fortuna aos 21 anos. Ernestito foi o primogênito mas o casal teve ainda mais 3 filhos. Ele herdou da mãe a cultura e a intrepidez que fez dele um líder. Sua mãe foi a primeira a dirigir o próprio carro, a usar calças compridas e a fumar cigarros, coisas que para época eram desafios às normas da sociedade. Ernesto foi uma criança levada e, apesar da doença, nada o impedia de sempre fazer o que queria. Estudioso, adorava história, filosofia e desde jovem lia Marx. Por toda sua vida levou o hábito de escrever em diários. Bom aluno e bom amigo cresceu numa boa casa em Alto Gracia, na Argentina. Seus amigos eram meninos pobres que moravam na favela. Daí talvez ele pegou o jeito desleixado de andar. Decidiu fazer medicina após a doença da avó mas não chegou a se formar na Universidade de Buenos Aires. Iniciou especialização em alergia, provavelmente para estudar e entender sua doença. Graças às viagens que fez em companhia do seu amigo Alberto Granado, conheceu as misérias da América Latina e resolveu iniciar uma nova carreira, a de guerrilheiro. topo O nascimento do apelido “Che” De médico a guerrilheiro, Che não suportou ficar na revolução apenas como médico. Ao lado do amigo Alberto Granado, viajou de bicicleta pela América Latina para conhecer seus habitantes e suas condições de vida, história e geografia. Na Guatemala, junta-se às milícias populares que defendiam o governo popular de Jacob Arbénz contra uma invasão orquestrada pela CIA. Após a queda do governo Arbéns, exila-se No México. Lá, conhece o grupo de Fidel Castro, também exilado como punição pelo assalto ao quartel Moncada. Desse encontro nasce o apelido de Che, pelo seu sotaque argentino de falar a interjeição "che" a toda hora. Castro preparava uma invasão à Cuba e Guevara junta-se aos guerrilheiros como médico. Em dezembro de 1958, o então médico "Dr. Che Guevara" fez a escolha que mudaria a história. O desembarque em Cuba fora descoberto pelo governo do ditador Fulgêncio Batista e os guerrilheiros foram recebido por intenso bombardeio. Durante o tiroteio, Guevara tinha a seus pés o carregador de munição e a sacola cheia de medicamentos. Seria impossível carregar as duas e ele escolheu a munição, mostrando qual era sua verdadeira vocacação. Em 1° de janeiro de 1959 eles entram triunfantes na capital Havana. Ainda em 1959, Che de divorcia de Hilda Gadea, sua primeira mulher que conhecera anos antes, e se casa com Aleida March com quem teve quatro filhos. topo Túmulo de Che foi descoberto três décadas após sua morte Seu cadáver foi descobertos em uma vala comum na cidade de Vallegrande por antropólogos. Vários foram os boatos que cercaram a execução de Che Guevara e levantaram dúvidas sobre a identidade do guerrilheiro. A confusão culminou no desaparecimento dos seus restos mortais, encontrados apenas em 1997 sob o terreno do aeroporto de Vallegrande. O corpo estava sem as mãos, amputadas para reconhecimento poucos dias depois da morte. Sua morte, em 1967, interrompeu o sonho de ampliar a Revolução Cubana à América Latina, mas não impediu que seus ideais continuassem a gozar de popularidade entre a esquerda. Em 17 de outubro de 1997, Che foi enterrado com pompas na cidade cubana de Santa Clara (onde liderou uma batalha decisiva para a derrubada de Batista), com a presença da família e de Fidel Castro. Mas em Vallegrande, na região central da Bolívia, palco final da frustrada epopéia boliviana de Ernesto Che Guevara, a vida do médico guerrilheiro argentino-cubano ganha capítulos inusitados e companhias pouco comuns. Alçado à posição de beato popular, San Ernesto de La Higuera, como ficou conhecido, é alvo de devoção e tido como protetor. Os 7 mil habitantes de Vallegrande convivem com a presença do guerrilheiro desde o dia da sua morte. Por mais que as autoridades e o Exército tenham tentado, durante muitos anos, desestimular quaisquer reverências à sua memória, seu mito cresceu na clandestinidade, espraiando-se como rastilho de pólvora. Embora seus ideais sejam românticos aos olhos de um mundo globalizado, ele se transformou num ícone na história das revoluções do século XX e num exemplo de coerência política. Sua morte determinou o nascimento de um mito, até hoje símbolo de resistência para os países latino-americanos. topo A foto que revelou Che ao mundo A imagem mais reproduzida do mundo foi tirada em 5 de março de 1960, pelo fotógrafo cubano Alberto Korda. A imagem do guerrilheiro argentino com olhar distante, de cabelos longos debaixo de uma boina com uma estrela, já virou ícone popular onipresente do século XX. Além de ser uma das fotos mais reproduzidas do mundo, a imagem de Che se tornou uma das mais usadas em publicidade de produtos dos mais variados. Essa foto foi tirada quando centenas de pessoas prestavam homenagem às vítimas de explosões do cargueiro francês "La Couble" que chegava carregando armas para o governo cubano. Alberto Korda, fotógrafo do jornal Revolución, estava lá para cobrir o evento e foi o responsável pela foto que celebrizou Che no mundo inteiro. Guevara assumiu a identidade de mito popular. Desde ímãs de geladeira, também pode ser visto na lataria de carros de praça de São Paulo, na bandeira da torcida do Cruzeiro de Belo Horizonte, no bíceps flácido de Diego Maradona e na barriga de jacaré de Mike Tyson, e até em biquinis de grife. De todos os atributos conhecidos – a valentia, o rosto belo, a barba que lhe emprestou um aspecto entre poeta romântico e um Cristo rebelado –, nenhuma característica marca tanto o mito Che Guevara como a persistência. Num mundo de heróis efêmeros e celebridades reconhecidamente medíocres, sua durabilidade é um assombro. Ela despertou a imaginação dos estudantes parisienses que se revoltaram nas ruas em maio de 1968 e virou símbolo da revolta de várias gerações.
Posted on: Wed, 17 Jul 2013 01:16:00 +0000

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