Que o cenário eleitoral mudou é fato. Quem se beneficiou com isso? lógico que a retirada de uma candidatura, especialmente a da segunda colocada nas intenções de votos, só podia favorecer a candidata que está na frente, ou seja, Dilma Roussef. O questionamento mais pertinente, no momento, entretanto, não é esse, a indagação que se faz é: Quem realmente perdeu! Marina passou a ser coadjuvante em um projeto de renovação política capitaneado por um partido de organização tradicional, uma legenda que entre os aliados históricos do PT , sempre foi a mais tradicional e aquela que aparecia mais à direita na forma de fazer política, ou seja, Marina nadou milhas e milhas e morreu na praia, afogada em um contra senso incoerente, e tudo isso vindo de uma pessoa que baseia seu discurso em cobrar coerência e se autointitular portadora dessa qualidade. Aécio pode ser o primeiro candidato do PSDB a se tornar lanterninha na disputa presidencial, pois, sem dúvidas, a aliança celebrada entre Marina e Campos coloca em xeque a posição de Aécio como presidenciável antagônico à candidata à reeleição, esta é uma leitura feita por todos que analisaram o cenário, menos pelo próprio PSDB, que no desespero, elogia qualquer movimentação de qualquer um na esperança de receber apoio em um eventual segundo turno. No frigir dos ovos, Aécio e Campos, ao que parece disputarão o mesmo espaço, ambos com estereótipos muito parecidos provavelmente atingirão o mesmo tipo de eleitor, dividindo entre eles os votos daqueles que são anti-PT. No entanto, dificilmente o Eduardo Campos, recém desembarcado do governo do PT, irá conseguir reproduzir um discurso de oposição sem que seja lembrado de sua parceria de 10 anos com o governo Lula e Dilma, ou seja, o Campos terá que maneirar nas críticas sob pena de se comprometer, e este é o ponto que devem apostar os partidários de Aécio, que será o único candidato com legitimidade de se colocar como oposição, tendo grande chance de polarizar-se com Dilma. A grande questão é que o plano do PSDB de afagar Campos e Marina mesmo contra seus próprios interesses, com uma expectativa em um eventual segundo turno, não deve ter muito sucesso, já que a mudança no quadro favorece demasiadamente a vitória de Dilma no primeiro Turno, afinal, são 16% do eleitorado (os marineiros) que vai ser rateado, e, mesmo se considerarmos que a maior fatia seja transferida para campos, o percentual, por menor que seja, que se decidir por Dilma fará engrossar ainda mais a larga vantagem de Dilma em relação às outras duas candidaturas... Neste dia histórico, ao que parece, Marina construiu para sí um jazigo, e Aécio, se tornou um candidato com chance de mudar a história do PSDB, que acostumado ao segundo lugar na preferência do eleitorado, pode agora ficar em terceiro e último plano, à frente apenas dos nanicos e alucinados como o candidato do PCO e do PSDC, claro que este é um prognóstico pouco provável. Fortaleceu-se Campos, que ganha musculatura e forma uma plataforma que pode disputar pela vaga de pólo antagônico ao projeto do PT, embora na minha opinião, como já dito, seja improvável que isso de fato ocorra. De camarote, sem mover uma palha sequer, Dilma assiste as peças se movimentarem no tabuleiro como se os adversários preparassem o jogo ofertando-lhe já no primeiro turno, a oportunidade de dizer: XEQUE MATE!
Posted on: Sun, 06 Oct 2013 03:28:50 +0000
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