Reflexão e Comentários de Ellen G. White Certo dia, enquanto subia ajoelhado a escada da Igreja de S. Pedro, Lutero ouviu uma voz como trovão, que parecia lhe dizer: “O justo viverá pela fé!” Num salto, levantou-se em vergonha e horror, e fugiu da cena de sua insensatez. Aquele texto nunca perdeu seu poder sobre ele. A partir daquele momento, ele viu mais claramente do que nunca antes o engano de confiar nas obras humanas para salvação e a necessidade de exercer constante fé nos méritos de Cristo. A verdade de Deus havia iluminado seu entendimento. Seus olhos tinham sido abertos (Signs of the Times, 7 de junho de 1883). Lutero pesquisou as Escrituras com incansável interesse e zelo. Nelas encontrou o caminho da vida revelado. Aprendeu que não é ao papa, mas a Cristo, que os homens devem olhar em busca de perdão e justificação. “Não há nenhum outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos.” Cristo é a única propiciação pelos pecados; Ele é o completo e todo-suficiente sacrifício pelos pecados de todo o mundo, assegurando perdão a todos aqueles que nEle creem, como O enviado de Deus. Ele declara: “Eu sou a porta; quem entra por Mim será salvo.” Lutero entendeu que Cristo Jesus veio ao mundo, não para salvar o povo em seus pecados, mas dos seus pecados; que o único caminho através do qual o pecador pode ser salvo é o do arrependimento diante de Deus, por causa da transgressão da Sua lei, e exercício da fé em nosso Senhor Jesus Cristo. O perdão concedido pela graça levará a uma vida de obediência (Signs of the Times, 31 de maio de 1883). Então, Lutero iniciou corajosamente sua obra como campeão da verdade, lutando não contra a carne e o sangue, mas contra principados e potestades, as forças espirituais do mal nos lugares celestiais. Sua voz foi ouvida do púlpito, em fervorosa e solene advertência. Ele colocou diante do povo o caráter ofensivo do pecado e ensinou-lhe a impossibilidade de o ser humano, por suas obras, reduzir sua culpa ou escapar da punição. Nada a não ser arrependimento diante de Deus e fé em Cristo pode salvar o pecador. A graça de Cristo não pode ser comprada. É dom gratuito. Assim, ele aconselhou o povo a não comprar indulgências, mas a olhar em fé para seu crucificado Redentor. Relatou sua experiência dolorosa na inútil busca através de humilhação e penitência para assegurar salvação, e afirmou para seus ouvintes que somente deixando de olhar para si mesmos e crendo em Cristo podiam encontrar paz e alegria indescritíveis. Estimulou-os a obter, se possível, uma cópia da Bíblia e estudá-la diligentemente. São aqueles que não querem aprender nem obedecer às suas sagradas verdades que são enganados por Satanás e deixados a perecer na iniquidade (Signs of the Times, 14 de junho de 1883). Jamais aprenderíamos o significado da palavra graça, se não tivéssemos caído. Deus ama os anjos sem pecado, que executam Suas ordens e são obedientes a todos os Seus mandamentos. Mas não lhes dá Sua graça. Esses seres celestiais nada conhecem da graça, nunca necessitaram dela, pois jamais pecaram. Graça é um atributo de Deus, mostrado a indignos seres humanos. Não a buscamos, mas ela foi enviada para nós. Deus Se regozija em concedê-la a todos quantos a desejam. A todos Ele apresenta os termos da misericórdia, não porque sejam dignos, mas justamente porque são indignos. Nossa necessidade é a qualificação que nos dá direito a receber esse dom. Mas Deus não usa Sua graça para tornar sem efeito Sua lei, ou para substituí-la. “Foi do agrado do Senhor, por amor de Sua retidão, tornar grande e gloriosa a Sua lei.” Sua lei é a verdade... A graça de Deus e a lei de Seu reino estão em perfeita harmonia; andam de mãos dadas. Sua graça nos possibilita ser atraídos a Ele pela fé. Recebendo-a e deixando-a atuar em nossa vida, testemunhamos a validade da lei. Executando os requerimentos da lei, nós a exaltamos e honramos (Review and Herald, 15 de setembro de 1896). Bom dia!
Posted on: Wed, 28 Aug 2013 09:42:31 +0000
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