Reflexões sobre uma nova forma de ser pai. Paternidade Ativa, - TopicsExpress



          

Reflexões sobre uma nova forma de ser pai. Paternidade Ativa, Afetiva e Responsável. Enquanto a mãe gera fisicamente o filho em seu ventre, o pai também gera o filho dentro de si emocionalmente. Ele cria dentro de si, em seus projetos e em sua vida um espaço para este filho e já começa a ter com ele uma relação. Ocorre que nem sempre este processo é tranquilo e tem final feliz como em um conto de fadas. Há muito tempo, ouço professoras dizendo ser esta a data comemorativa mais difícil de se abordar com as crianças no âmbito escolar, pois enquanto todos nós temos formada a imagem de um pai ideal, construída principalmente a partir de nossas referências culturais, o pai real que muitas crianças conhecem ou que nem sequer chegaram a conhecer está longe desta imagem. Ainda é enorme a quantidade de pessoas que nunca conheceram seus pais, não puderam carregar seu nome e sobrenome e tem enorme carência desta relação em suas vidas. Há ainda muitos resquícios, em nossa cultura, do modelo do pai provedor, aquele que entende ser seu papel somente prover materialmente a prole, como se esta fosse a única necessidade de um filho. Não foi estimulado ou não quis se envolver emocionalmente com eles e na vida deles. Existe ainda o gravíssimo problema dos pais dependentes químicos, lembrando que alcoolismo também é uma dependência química. Como é difícil para um filho, dia após dia, deparar-se com essa imagem de pai, lembrando que crianças e adolescentes são pessoas em desenvolvimento e isto vai marcar profundamente suas vidas. Outro aspecto que não podemos esquecer diz respeito a enorme quantidade de pais jovens que são exterminados pelos mais diversos motivos, resultando em uma grande quantidade de filhos que tem que lidar com a realidade ter um pai assassinado, que foram privados deste convívio de forma violenta e brutal. Lembrando ainda daqueles que estão privados de liberdade e a criança se vê forçada a estabelecer uma relação com um pai entre grades, no contexto do sistema carcerário. Não podemos nos esquecer dos pais que lutam para estarem com seus filhos e que se tornam vítimas do que conhecemos como Alienação Parental, ou seja, impedidos de ter contato com eles ou que sofrem interferências negativas na relação. De modo especial, o que dizer dos filhos que se tornam vítimas de seus pais, seja por negligência, abandono ou qualquer forma de violência. Fenômeno este lamentavelmente ainda muito presente em nossa sociedade. Por fim, existem casos em que os pais fazem o seu melhor, mas esbarram na incapacidade ou falta de vontade do filho de reconhecer e valorizar tudo isto, principalmente em sua velhice. São os pais vítimas dos próprios filhos. Nesta data, temos que valorizar os filhos que tiveram o enorme desafio de se constituir sem a presença de um pai que lhe servisse de alicerce e de apoio material ou emocional. Estes, mais que quaisquer outros, são vencedores. E também nesta data, temos que que valorizar os pais que amam seus filhos de verdade e que estão lutando para construir um novo jeito de ser pai. Pais que se empenham em ser mas próximos e presentes na vida dos filhos, sem temer o envolvimento emocional, demonstrando sua autoridade pelo afeto e não pelo uso da força. Pais que estão mudando a história da paternidade, elevando-a ao patamar de Paternidade Ativa, Afetiva e Responsável. Psicólogo Paulo Marinho. Veja outros artigos no Blog:
Posted on: Wed, 14 Aug 2013 22:09:36 +0000

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