Reflexões tardias sobre a visita a Pelotas: - Andar pela Bento deserta no meio da chuva é a maior depressão. Véio, sério, dá vontade de abrir uma daquelas caçambas de lixo, entrar pra dentro chorando e não sair mais. - Na chuva a e deserta a cidade parece assombrada. Silent Hill feelings. É que nem andar pelas ruas de Blade Runner, só que sem o Harrison Ford, sem narração em off, sem painéis 3D, sem orçamento ou qualquer coisa que deixava o filme legal. - Ver a dona Maria e ouvir as histórias dela é sempre um barato, ainda mais acompanhado da Liga dos Cavalheiros Extraordinários formada por Marco, Oscar, Junior, Fábio e Camila. Num mundo perfeito a Monte Cristo seria dobrando o Zaffari da Ipiranga. - Circulando com uma nota de 50 reais acabei não pagando o táxi por falta de troco, Fábio pagou no meu lugar e ainda dei calote no churrasco por falta de troco novamente. Vou passar a usar esse truque sempre. - De brinde, ainda dei cano na janta do Anderson, furei a fila do táxi devido à pressa. Sou um pulha. Um pouco mais vou sair por aí chutando velhinhas. - “Que Amor Sublime Amor, o quê? Eu queria ver era Jogos Mortais” – Dona Maria. - A zona onde meus pais moram está cada dia mais parecido com o Harlem dos anos 70, falta só os negões jogando basquete com uma navalha no calção e os tonéis pegando fogo. Todo o resto já tem. - Eles vão bem, obrigado. - “Não é Toca da Aranha, é Teia da Aranha e tem outro sebo maravilhoso ali, é só atravessar a rua”. Oscar, o pelotense que conhece Porto Alegre melhor que os portoalegrenses. - Cara, o que era a história do padre que desfilava no Carnaval fantasiado de umbandista, que batizava filhos de pais divorciados e casava todo mundo independente da orientação religiosa? Personagem pronto. - Provando a Marco Antônio que sua teoria de que sou um ser humano desprovido de sentimentos é infundada, fiz questão de atravessar o pátio na chuva junto com todo mundo. Me molhei pra caralho mas acho que não consegui provar porra nenhuma. - Cara, detesto viajar. Mesmo! São sete horas de desconforto que não voltam nunca mais. A ponto de chegar a cogitar ir de avião para Pelotas, mesmo sabendo que aquele aeroporto deserto é praticamente a ilha de Lost e que eu só seria visto por outro ser humano seis temporadas depois, e que ninguém entenderia ao certo o que se passou comigo. Nem os roteiristas. Mesmo com a teoria de Wagner sobre teleporte e como ele mata as pessoas deixando apenas uma cópia no lugar, eu iria de teleporte, eu iria de catapulta, eu iria de qualquer coisa, menos de ônibus. - Pelo menos consegui ler o livro inteiro sobre os bastidores da Marvel na viagem. Nuff said.
Posted on: Mon, 21 Oct 2013 14:08:17 +0000