Relatividades - Tereza Cruvinel Pesquisas eleitorais a 11 - TopicsExpress



          

Relatividades - Tereza Cruvinel Pesquisas eleitorais a 11 meses do pleito captam humores do eleitorado que ainda serão afetados por muitos fatores. Afora os econômicos, inclua-se, entre os de natureza propriamente política, o nível de conhecimento de cada candidato e a empatia criada com o eleitorado, suas propostas e prioridades, as alianças partidárias, as disputas estaduais. No curso da campanha, pesará o dinheiro e a eficiência dos programas de televisão. No fim da novela, o eleitor decidirá, pesando satisfação ou frustração, entre mudar ou manter no poder um governante ou seu partido. Por tudo isso, é preciso relativizar as pesquisas precoces, apuradas na ausência de ventos fortes sobre a opinião pública, como foram as manifestações de junho. É o caso da última pesquisa Ibope/Estadão, divulgada na semana passada, suscitando leituras precipitadas em todos os quadrantes. Em relação à presidente Dilma, por exemplo, é açodado dar como certa sua vitória no primeiro turno, que só não ocorreria, segundo a pesquisa, se Marina Silva e José Serra, numa grande reviravolta, fossem candidatos. O PT trombeteou o resultado, mas trabalha mesmo é com os cenário de dois turnos. Mas é também precipitada a conclusão dos adversários de que Dilma já bateu no teto e não cresceria mais. A recuperação pós-junho de fato desacelerou-se mas, em onze meses, muitas águas rolarão, a favor e contra sua reeleição. No programa de tevê da semana passada, o PT mostrou que irá com ganas para a disputa, reivindicando o legado de 12 anos no governo, especialmente no social, e com Lula no papel de grande eleitor. Não é pouco, mas os ofendidos com Dilma também são uma legião, que inclui boa parte do empresariado. Outra leitura apressada foi a de que o provável candidato do PSDB, Aécio Neves, teve sua candidatura ferida pela emergência da dupla Campos-Marina. Para começar, os tucanos estranharam os 14% de referência do candidato, comparados aos 21% obtidos por Vox Populi 10 dias antes, e aos 21% do Datafolha, 12 dias antes. Discrepâncias entre institutos podem reforçar a posição dos que, no Congresso, defendem o projeto que proíbe a divulgação de pesquisas nos 15 dias anteriores ao pleito. Aliados de Eduardo Campos também registraram a diferença entre os 15% obtidos há 15 dias no Datafolha e os 10% apontados pelo IBOPE, invertendo sua tendência de alta. Mas a primeira foi realizada em cima do lance de sua união com Marina, o que pode explicar a diferença. Mas, voltando a Aécio no Ibope, apressaram-se também os socialistas a prever que ele será ultrapassado por Campos até o fim do ano, situação em que poderia ser substituído por José Serra. A ultrapassagem, mesmo que ocorra, não muda o fato de que Aécio tem hoje pleno controle sobre o PSDB. Na hora H, a estrutura, a capilaridade e os palanques que o PSDB terá nos estados farão diferença. Hoje, o PSB/Rede é deficitário nesses quesitos. Eduardo e Aécio têm espaços semelhantes para se tornarem mais conhecidos e crescer. Ainda não está devidamente avaliado o grau de transferência de apoios de Marina para ele. Certo é que, doravante, a camaradagem inicial entre Aécio e Eduardo dará lugar à disputa pela segunda posição. Reflexo disso, a retração na tendência anterior de montarem palanques duplos nos estados. Eduardo, neste momento, viaja pelos estados tentando montar uma palanque de terceira via para as disputas locais. (Correio Braziliense/Democracia Política e novo Reformismo, 27.10.2013).
Posted on: Sun, 27 Oct 2013 21:52:25 +0000

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