Ritual da Tucandeira A Origem do Mito Contam os mais antigos de - TopicsExpress



          

Ritual da Tucandeira A Origem do Mito Contam os mais antigos de nosso povo que, antigamente, na época de nossos antepassados, os primeiros rituais eram muitos escondidos, ninguém conseguia enxergar. Mas mesmo assim, os inimigos de MYPYNUGKURI, pessoas de outras culturas, conseguiram ver como se fazia o ritual. E, num certo dia, os meninos, filhos dos inimigos, começaram a imitar o jeito de se fazer o ritual. Apanharam folhas largas das árvores, juntaram uma na outra e costuraram os seus lados com espinhos de mumbaca, deixando a parte de baixo aberta. Depois de pronto. Já na forma de luva, colocaram dentro dela, algumas espécies de formigas: tanangas, Sari (formigas de fogo) e tachis. Mas essas ainda não eram as verdadeiras formigas usadas no ritual. Contam ainda os antigos que eles também se ferravam com outros tipos de animais: mempyruiru (arraia), Myhat (Jandiá), gap (caba), Sapot (Escorpião), Kia (aranha), e moi (Cobra). Quando Henegke viu o inimigo metendo a mão na boca de uma cobra velha, ele também quis fazer o mesmo, mas seu irmão Mypynugkuri não deixou, por que se não a cobra iria sugar todo o seu sangue. Mypynugkuri chamou a atenção de Henegke e disse para ele que não deveria se ferrar. Mas mesmo assim, Henegke não se conformou, queria mesmo se ferrar. Henegke, então, resolveu procurar Hukat’i e disse para ele que queria ser ferrado. Hukat’i sabia onde encontrar todo o material necessário para fazer o verdadeiro ritual: luva da tucandeira, formiga tucandeira, tinta de jenipapo, cigarro, flauta, já’ampe (chocalho), bebida tarubá e warana (guaraná). Além destes, também era usado sariamagkut’ikyt’i, remédio para amenizar a dor das ferroadas, mas somente quando ela aumentava muito. Wahui foi conversar com Mypynugkuri e pediu para que ele realizasse um ritual para Henegke, que preparasse uma luva bem bonita, tecida e enfeitada com penas de arara e gavião real, e nela colocasse as verdadeiras tucandeiras. Sabendo disso, Henegke ficou muito animando. Mypynugkuri, então, começou a tecer a luva para seu irmão Henegke se ferrar. Enquanto tecia, de hora em hora Henegke perguntava: “Quantos horas vão durar a dor da tucandeira”? Mypynugkuri Explicou que se ele metesse a mão na luva ao levantar do sol, a dor só deveria passar as oito horas aproximadamente do mesmo dia. E assim, Henegke insistiu nessa pergunta durante todo o dia. Por estão razão é que a dor da tucandeira passou a durar um dia inteiro. Mypynugkuri na cultura Satere-Mawe é representado pelo Tatu-açu e, Henegke, pelo Tatu-bola. Depois que preparou a luva, Mypynugkuri perfurou a terra com muita profundidade para apanhar as verdadeiras tucandeiras, porque naquele tempo não existia tucandeira na superfície da terra. As Tucandeiras que Mypynugkuri trouxe das produndezas da terra colocou na luva I’apyrehyt (grupo-dos-vivos). Todas foram colocadas vivas, sem amortecê-las foi nesta luva que henekge meteu sua mão para ser ferrado. Dizem os nossos velhos que Mypynugkuri ficou muito admirado de ver seu irmão agüentar a dor das ferroadas e não chorar. Foi então, que Mypynugkuri entoou a musica do ritual. E assim tem sido a crença do Povo Satere-Mawe desde muito tempo. Consideramos que os autores da origem do ritual da tucandeira são: Wahui, Hukat’i, Mypynugkuri e Henegke. O ritual da tucandeira não tem tempo determinado, mas geralmente é realizado após o termino dos trabalhos de roçado, mas somente quando existe algum jovem preparado na aldeia. A Watyama (Formiga Tucandeira) se originou dos pêlos do órgão genital da uniamoire’i (Cobra fêmea). É encontrada na mata virgem, na capoeira e na própria terra onde se alimenta de fungos. A dor causada por sua ferroada demora vinte e quatro horas para passar. Waku Sese!!
Posted on: Tue, 03 Sep 2013 12:21:32 +0000

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