Riva e Clodô - O primeiro jogo que assisti na vida foi o clássico Santos e Corinthians. Levado por meu tio Zé Castaldi ao Pacaembu, em um um domingo a tarde no mês de novembro de 1968, assisti agarrado à grade já que o estádio estava lotado, o jogo encerrar no primeiro tempo em 1x1, com um gol de Pelé pelo sANTOS e outro de falta de Rivelino pelo Corinthians. Devido a forte chuva o jogo foi suspenso pelo juiz e remarcado com portões abertos e transmissão pela TV para a próxima quarta-feira à noite. Como estudava à noite, saí correndo da escola na Vila Bonilha (periferia oeste de São Paulo) para assistir pelo menos, o segundo tempo do jogo na casa dessa minha tia Gláucia, que tinha tv p/b e era casada com meu tio Zé o mesmo que tinha me levado no domingo ao Pacaembu (ambos corinthianos e fumantes de Continental sem filtro). Cheguei e deu para ouvir no intervalo a notícia fatídica: a polícia (comandada pelo delegado do DEOPS, Sérgio Fernando Paranhos Fleury tinha assassinado o líder revolucionário da resistência a ditadura, camarada de meu pai e patrimônio da história e do povo brasileiro: Carlos Marighella, o "Mariga" , "Menezes" da ALN - dirigente da Ação Libertadora Nacional tratado pela imprensa da ditadura igual a meu pai, como "terrorista", "subversivo" etc, etc... Desde então, desse jogo e desse crime do estado de terror, tirei vários ensinamentos, como a imprensa manipulada pelo poder político do Estado, pode enganar uma massa desinformada, alienada e uma mentira repetida sobre os crimes do Estado é capaz de causar tantos danos às pessoas, ao povo e à um país.
Posted on: Wed, 25 Sep 2013 06:17:31 +0000
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