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SAÚDE - Publicado em 17/08/2013 - Jornal do Commércio; Médico geriatra apresenta novos caminhos no tratamento da Doença de Alzheimer Dr. Alexandre de Mattos destaca novidades debatidas em congresso nos Estados Unidos - Boston este ano. Jornalista -Cinthya Leite O Souvenaid oferece benefícios comprovados cientificamente, mas NÃO é um "elixir da memória", diz Alexandre de Mattos. Recentemente, em Boston (EUA), foram apresentadas novidades durante o Congresso Internacional sobre Doença de Alzheimer (AAIC, na sigla em inglês). O geriatra Alexandre de Mattos, professor e preceptor da Faculdade de Ciências Médicas de Pernambuco (FCM/UPE), participou do evento e apresenta os destaques. JC: Depois de mais de uma década anos sem surgir um novo tratamento medicamentoso específico para a doença de Alzheimer, foi aprovado o suplemento Souvenaid. O produto realmente contribui com a manutenção da integridade e função das células cerebrais, que podem se deteriorar com o envelhecimento? ALEXANDRE DE MATTOS: É um composto de nutrientes descoberto por um grupo de pesquisadores em neurociências do Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos e comercializado pela Danone Medical Nutrition. O suplemento é a novidade do momento. Porém, é muito importante salientar que não se trata de um elixir da memória, embora ofereça efeito terapêutico comprovado por estudos. Há evidências, apresentadas por neurocientistas holandeses, que Souvenaid melhora a memória verbal de pacientes com doença de Alzheimer em estágio inicial. Ou seja, as pesquisas revelam que o suplemento não tem efeito nas fases moderada e grave. Vale salientar, contudo, que o produto não melhora outros aspectos da doença, como distúrbios de comportamento, funcionalidade ou outros domínios da cognição. Portanto, os efeitos são modestos, mas comprovados. Entretanto, os inibidores da colinesterases, medicamentos já usados desde o início da década de 1990 e com ampla comprovação científica continuam sendo as melhores opções de tratamento para a Doença de Alzheimer. JC: Que outras novidades têm sido apresentadas nos congressos? ALEXANDRE DE MATTOS: Outra questão muita debatida tem sido o diagnóstico da doença de Alzheimer na fase em que não existem déficits de memória ou de outras funções cognitivas. Hoje, já se sabe que a enfermidade pode começar até décadas antes dos primeiros sintomas. No entanto, como não há drogas modificadoras da evolução da doença, esse diagnóstico antes dos primeiros sinais não tem relevância prática, pois só vai gerar ansiedade. Afinal, não temos o que oferecer de tratamento nessa fase tão precoce da Doença de Alzheimer. Ainda dentro dessa tendência, existem centenas de pesquisas clínicas que buscam as drogas modificadoras da doença, mas sem achados concreto até então. A vacina antiamiloide, na qual se depositou tanta esperança, não vingou e teve os estudos suspensos antes do previsto porque levou à meningoencefalite, que é a inflamação do cérebro. Porém, as perspectivas ainda existem e agora a comunidade médica espera os medicamentos que podem regredir o processo progressivo e neurodegenerativo da doença, dentre estes, os melhores resultados parciais de pesquisas ainda em andamento apontam para os inibidores da enzima beta secretase e drogas que modulam a inflamação exacerbada mediada por células gliais. Vamos aguardar os resultados. Leia matéria sobre o assunto no caderno Arrecifes - JC.
Posted on: Mon, 26 Aug 2013 11:41:46 +0000

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