Sabe aquele dia em que o tédio toma conta? Você chega cansado do trabalho, mas cansado mesmo. Entra em casa, olha para tudo em volta e se imagina rastejando no chão implorando pelo sono que – você sabe! – vai desaparecer ao deitar. Que triste isto! Ainda são 17:30 e o pensamento em dormir já é dominante. É mesmo o tédio, misturado à exaustão. ... sem vontade para fazer nada. Sem vontade de fazer nada. O sofá será minha companhia, sim! O sofá! Aquele sofá! Aquele mesmo! Velho, surrado, muito bem usado, de anos e histórias ímpares! Ele, sim, me entende neste momento e me dará o abrigo necessário para o repouso almejado. Sentarei nele e serei discípulo de meu próprio reino: o Reino da Preguiça! Ah, como essa ideia me atiça! Só não vou correndo para ele porque já tenho preguiça. Mas, pudera, foi um dia duro. Um cansaço diurno confundido com um sono já noturno que padece este corpanzil... suado! Ah, que droga! Estou suado, sujo, preciso de um banho. Mas... sofás não tem banheiras embutidas. Almofadas não tem, sequer, uma duchinha refrescante. O jeito é insistir em me manter vivo, focar no objetivo do banho, e postergar o plano maquiavélico do descanso. Canso-me só em pensar que trabalho dá descansar! Mas, é necessário. ... não! Eu vou alterar a ordem dos fatores, sim, eu vou! Tomo o banho depois, pois a necessidade do descanso no sofá (trono) é muito maior! Sentarei, ligarei a TV, deixarei que ela me assista e, no auge do descanso, cochilarei! Com todos os prazeres que um bom cochilo inesperado no sofá no fim da tarde me reserva. Sim, é o que farei. Pronto. O sofá já está perto de mim. Como pude resistir tanto a ele? E tudo por causa da necessidade de um banho que pode ser tomado depois. Quanta displicência para com o meu Reino da Preguiça. E digo mais: ao sentar, não mais levantarei, até que o cochilo venha, até que eu durma por longos 30 minutos, e aí sim, possa retomar a minha vida. No momento minha vida já não é minha, ela é do ócio. Do cansaço. Do gasto. Do sofá. Oh, sofá... és meu. Quão macio tu és, caro amigo! Agora é só esticar as pernas e aguardar o sono profundo da meia hora almejada. Que vida.... desgraça! Essa porra de interfone tinha que tocar agora?! Por que, heim?! Diga-me, por quê? Sempre assim! Sempre! A gente deita pra descansar, não quer mais saber de nada... e de repente a porcaria do inter.... caramba! De novo, tocou de novo?! Já vou... - JÁ VAAAI!! Putz! Que cacete! Também vou atender no mau humor que me consome. Tenho o direito: - Oi. - Cocada?!
Posted on: Fri, 22 Nov 2013 23:51:24 +0000
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