Se "derrotar o PT é derrotar toda esquerda", como uma amiga petista comentou na timeline, o que dizer do abandono de qualquer perspectiva programática (como diz o Valério Arcary, de um "reformismo quase sem reformas")? O que dizer do efeito deseducativo que o PT, representante das esquerdas no imaginário popular, produziu ao aplicar sistematicamente o receituário neoliberal? As expectativas não eram de que, finalmente, as coisas iriam mudar após o pesadelo FHC? Mas como as coisas poderiam mudar se o PT elegeu como aliados prioritários o pior do fisiologismo e os setores mais conservadores da sociedade, a exemplo dos ruralistas representados pela governista Katia Abreu? Para ficar entre os quadros petistas, podemos pegar o exemplo da Gleisi Hoffman, petista da linha de frente do governo federal: para se tornar uma candidata "forte", está valendo defender retrocessos na política sobre drogas, internações compulsórias e agir publicamente contra a demarcação de terras indígenas. Não é a toa: os interesses do agronegócio no Paraná precisam estar bem protegidos sob um possível governo petista e ela se cacifa como candidata. Essa é a cara do petismo hoje e não é possível mudá-la. Ou seja, o que é mesmo uma derrota para a esquerda? Acho que a conversão do PT em poderosa máquina eleitoral a serviço de uma política predominantemente burguesa é uma puta derrota. O resto é mimimi de petista que tá puto com o recado das ruas e não entende porque a revolta legítima (ainda que confusa) contra a velha política atinge diretamente o seu partido. A derrota para toda a esquerda não é uma possível derrota do PT (eleitoral, porque como instrumento político da classe trabalhadora já era faz tempo): é a derrota com que estamos lidando de forma mais intensa desde o primeiro governo Lula, determinada pela conversão completa do PT em partido da ordem. REINVENTAR SER DE ESQUERDA, A HORA É AGORA e sem medo de ser feliz! (para não ficarmos presos aos fantasmas do século passado, pfv)
Posted on: Sat, 13 Jul 2013 04:27:06 +0000