“Sentei-me na varanda e coloquei meus fones, os tempos mudaram e eu acompanhei a mudança. Me tornei uma pessoa muito mais madura, aprendi a correr atrás dos meus objetivos e não deixei mais com que as pessoas tentassem passar por cima de mim. Por muito tempo me intitulavam como sonhadora e não posso negar que sou, mas hoje me vejo muito maior que meus sonhos e por mais que não os tenha realizado sinto que tenho coragem para isso. Pude ver um livro próximo a minha cadeira, mas nem me movi, simplesmente estiquei o olhar para ver o título e vi que era um livro de autoajuda, falava sobre paciência mas não tive a menor curiosidade para foleá-lo. Lembrei-me de bandas que ouvia quando tinha dez ou doze anos, não dei mais do que alguns sorrisos por perceber que ainda conhecia as letras, então me pus a cantar. Por mais que tenha mudado em todo esse tempo tenho a mesma alma de quando mais nova, talvez um pouco maior. Não tenho tanto medo, mas ainda não adquiri uma coragem absurda. Passei a ouvir mais e falar menos, afinal, todo mundo por aí procura alguém para ajudar a fazer curativos no coração, e nada me impede de ser essa enfermeira para as pessoas ao me redor. Pensei em ligar para você e consequentemente pude imaginar os bonequinhos do nosso bolo de casamento, é, talvez eu seja apressada demais mas tenho trabalhado isso todos os dias. Não me culpe, mas seu sorriso é o que eu tenho imaginado para os nossos filhos, e minha segunda mente tem trabalhado todo o nosso futuro relacionamento, só falta você para me ajudar a executá-lo. Olhei seu nome no celular e desejei mentalmente que pelo menos pensasse em mim, mas me senti boba e pequena como quando tinha doze anos. Desisti de te ligar e continuei fazendo planos para nós.” — Tenho mudado, mas não tanto assim. Gláucia Matos
Posted on: Fri, 19 Jul 2013 00:12:20 +0000
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