Sobre a falta de modos (sociais e políticos) de Joaquim Barbosa. - TopicsExpress



          

Sobre a falta de modos (sociais e políticos) de Joaquim Barbosa. Na veia. Texto de Mariana Patrício. Ontem, no meio da confusão, vi a imagem do ministro do STF, Joaquim Barbosa, cumprimentar o Papa Francisco e passar direto pela presidente Dilma Roussef. O desrespeito não foi só a Dilma, mas à separação dos poderes que fundam a democracia. Não importa se Barbosa votou mesmo em Dilma, como afirmou em uma entrevista, ou se deixou de votar. Importa que o Judiciário reconheça o executivo, democraticamente eleito, em público, em frente das câmeras. Eu fico me perguntando: se o presidente fosse homem, ele seria capaz dessa covardia? O que o legitima a ser tão desrespeitoso? A resposta a essa segunda pergunta eu conheço. O que o legitima a agir assim como se estivesse acima da democracia é a notoriedade que ele vem ganhando na grande mídia, que não reconhecendo a separação entre os poderes, não cansa de querer lançá-lo a presidente da república. Os jornais perguntam a sua opinião sobre a reforma política, que ele não hesita em dar, em longa entrevista coletiva, como se fosse, não o presidente do STF, mas o grande conselheiro da nação. E essa postura é endossada por aqueles que dizem detestar a política , mas ama o Joaquim Barbosa, o único homem honesto do Brasil por condenar os mensaleiros do PT. Certas opiniões precisam ser esclarecidas: eu acho uma piada quem diz que o governo do PT foi o mais corrupto da história do Brasil. Em que planeta vivemos? Como se os serviços públicos, antes do Lula assumir fossem maravilhosos, funcionassem perfeitamente e, de repente, quando este ganhou as eleições de 2002 tivesse começado a existir um desvio de verba sem precedentes. Que houve corrupção no governo Lula, ninguém duvida. Mas não é por isso que o Globo e principalmente a Veja não cansam de querer colar essa imagem de corrupção ao PT. Fato é, que nos últimos anos a desigualdade social foi reduzida como nunca na nossa história. E não há democracia com a desigualdade absurda a que estamos acostumados. Com essa desigualdade, lucram os políticos que já são corruptos há muitos anos, bem antes do PT chegar ao poder. E por enfrentar essa desigualdade eu ainda respeito o governo da Dilma Roussef. Esclarecido isto não há dúvidas que é um governo sujeito a todas as críticas. O diálogo com os anseios da população é cada vez menor. Prova disto é o projeto autoritário de desenvolvimento, cujo PAC é o maior exemplo. Claro que todos querem melhorias das condições de vida na favela, mas o governo implementa o PAC sendo incapaz de perguntar aos beneficiados das obras o que mais precisam e desejam. Coloca dentro das comunidades um monte de empreiteiras que determinam o projeto de desenvolvimento, removem as famílias das suas casas, e como dizem os moradores da Rocinha: dão preferência ao teleférico do que ao saneamento básico. Gera emprego? Gera. Diminui a pobreza? Diminui. Rompe com a relação patrão-empregado/governo-povo/pobre-rico? Não rompe. Sem falar no genocídio indígena diante do qual o governo se cala. E quem cala consente. Sem falar no ministério da cultura... e aliás tenho que ir escrever dois projetos de edital. Mas não, Joaquim Barbosa não me representa. Talvez ele represente o seu grande amigo e patrão do seu filho, rei dos coxinhas, Luciano Huck. Mas a mim não representa.
Posted on: Tue, 23 Jul 2013 14:42:14 +0000

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