Sobre as ausências na sessão que manteve o mandato do - TopicsExpress



          

Sobre as ausências na sessão que manteve o mandato do deputado-presidiário. Ou: a intolerância fora do poder antecipa como seria a tolerância no poder Publiquei ontem aqui a lista dos deputados que não compareceram à sessão da Câmara que manteve o mandato do deputado-presidiário Natan Donadon (sem partido-RO). Mas não me limitei à lista corrida. Fiz uma conta segundo o tamanho das bancadas, e esta me parece mais reveladora do que aquela. Eu não tenho como saber ou adivinhar as razões dos mais de 100 ausentes. No texto em que condenei as ausências, escrevi: “Sim, há pessoas que estão doentes, como José Genoino e Romário. Mas é claro que essa não é a regra”. Fiz essas ressalvas porque esses dois casos são públicos. Há notícia em todo canto informando que estavam internados. Havendo outros, basta que enviem uma mensagem ao blog — a área de comentários está aberta —, e a informação será publicada. Melhor isso do que a via da fofoca. Meu compromisso é com os fatos, não com campanhas eleitorais ou pré-eleitorais. Tenho as minhas convicções e os meus pontos de vista, que não mudam a cada quatro anos. Repudio, por exemplo, o que consigo entender do discurso de Marina Silva. Não obstante, como ficou patente, critiquei duramente a manobra da Câmara, coordenada pelo Planalto, para tentar impedir a criação do seu partido — e acho que a decisão do STF, que cassou aquela liminar concedida pelo ministro Gilmar Mendes, foi errada. E isso não me impede agora de tachar de ridículo o pedido da Rede para que o TSE ignore a lei. Penso que a derrota do PT em 2014 seria um bem para o Brasil porque considero o governo incompetente e autoritário, especialmente no trato com a imprensa, recorrendo a uma rede alugada para atacar adversários e o jornalismo independente. O que repudio nessa prática nem é tanto o conteúdo do que veiculam (também é), mas o método. E não acho que esse método passa a ser virtuoso quando empregado pelo “outro lado”; é tão asqueroso quanto. Acho que a candidatura de Eduardo Campos é importante para, como posso dizer?, diminuir as chances de vitória do PT, mas não me furtarei a criticar o governador e o próprio PSB quando ele se opõem à MP dos Portos ou quando seu partido, percentualmente, está entre os líderes dos faltosos. As chances maiores, em tese ao menos (as pesquisas hoje dizem outra coisa), de haver uma alternância de poder estão com o PSDB. Nem por isso deixarei de criticar os desacertos tucanos quando eles se mostram evidentes. Se há quem, fora do poder, não consiga conviver com a crítica, é de imaginar como seria no poder. A suposição de que não pode haver quem escreva apenas o que pensa — sem estar a serviço deste ou daquele — é, sem tirar nem pôr, o que pauta as alas radicais do PT que querem fazer o “controle social da mídia”. Afinal, do que a acusam? De estar a serviço de forças ocultas. Para ficar no “caso em espécie”, como diria o ministro Marco Aurélio, que é o PSDB, o que tenho escrito aqui é que, mais uma vez, estão fazendo por lá a escolha errada, que lembra um pouco os grupelhos de extrema esquerda de antigamente: gasta-se mais energia em liquidar supostos adversários internos do que em cuidar do principal: o adversário externo. É o que tenho apontado. E não vou me deixar patrulhar. Por Reinaldo Azevedo
Posted on: Sat, 31 Aug 2013 01:53:24 +0000

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