Sobre o filme The Matrix Por Alecio Borges "Karel Kosik - TopicsExpress



          

Sobre o filme The Matrix Por Alecio Borges "Karel Kosik (1976), com base na teoria de Marx, estabelece duas linhas divisórias da realidade: de um lado a pesudoconcreticidade, formada pelo mundo das ideologias e instituições que mantem coeso as relações de poder e a dominação da massa; do outro o mundo da concreticidade, onde está a totalidade dessas relações ocultadas pelas condições mecânicas do cotidiano. Condições, aliás, impostas pela divisão social do trabalho. Esse paralelo entre dois mundos, comum na filosofia hegeliana também, é metaforizado no filme analisado. Nesses passos conceituais e comparativos, a realidade mostrada por Morpheus seria a concreticidade, a infraestrutura que sustenta as relações sociais baseada na exploração (Marx, 1991). A exploração é legitimada na consciência coletiva pelas ideologias (Matrix) e justificada pelos aparelhos de dominação como igreja, estado, escola, etc. Assim temos que a liberdade de Neo, sal saída do mundo ‘virtual’ foi entender sua condição de explorado, de uma ‘pilha’ geradora de energia que mantenha o capitalismo funcionando. O conceito de mais valia explica bem a metáfora do filme. O movimento D-M-D’, (dinheiro- mercadoria –dinheiro/lucro) coloca a intenção final de toda produção apenas o lucro de uma classe social determinada, a dimensão humana é feitichizada em puro trabalho mecânico. Daí a metáfora no filme na qual as maquinas (capital e lucro) usarem o ser humano como condutor de um processo abstrato que é a produção em si. “A alienação é, antes de tudo, uma forma de relação historicamente determinada, isto é, uma forma típica da relação capital-trabalho assalariado. Essa relação alienada, além de transformar o trabalho em trabalho forçado, implica também a completa separação entre o homem e a natureza.” (REZENDE, 2005, p. 192) Esse conceito de alienação é que o filme aborda no conjunto da narrativa. Tanto que uma das primeiras cenas da aventura de Neo tendo problemas no trabalho, devido a sua ‘capacidade’ pressentir algo errado no sistema. Para além do marxismo, mas ainda segundo a lógica dos dois ‘mundos’, pode-se comparar o filme com o mito da caverna de Platão e sua tese sobre distinção entre o mundo das Ideias como matriz do mundo material, sendo esse último reflexo ilusório de uma realidade, no caso platônico, transcendente (REZENDE, 2005). No filme “Matrix Reloaded’ a ideia do transcendente fica mais explicitada, se no 1° filme a questão é os dois mundos e a liberdade (democracia); no 2° a questão é a ‘Providencia’, mesmo os humanos tendo se libertado da maquinas, no centro da terra eles ainda precisam de algum tipo de maquinas para gerar calor e luz. Enfim, a partir do filme pode-se fazer várias análises, o mito da caverna de Platão, os dois mundos (concreto e pseudoconcreto) de Kosik, a infraestrutura e superestrutura de Marx e assim sucessivamente. Depende da abordagem que o professor de historia faz. Interessante, em se traando de cinema ou outra arte, é fazer uma parceria com outras disciplinas como Literatura, Artes, Filosofia, para que a analise se dê de forma interdisciplinar e com varias abordagens." (Alecio Borges dos Santos)
Posted on: Sun, 22 Sep 2013 18:09:00 +0000

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