Somos o que escolhemos ser O que faz um homem vender ou não a alma para livrar a própria pele? Ao longo da nossa existência, por mais que tentemos evitar, vez ou outra acabamos nos deparando com as chamadas “encruzilhadas da vida”, onde temos que lidar com conflitos que envolvem nossos valores culturais e sociais. Da escolha do melhor caminho, que não necessariamente é o mais fácil, construímos valores morais e éticos que moldarão nosso caráter e nos acompanharão por toda vida. Quando alguém me pergunta qual o sentido da minha vida, como professor de Biologia e fã incondicional de Charles Darwin, respondo: De 5’ para 3’. Durante a duplicação do DNA, fundamental para a divisão celular, a DNA polimerase – principal enzima envolvida – sintetiza as fitas de DNA no sentido da hidroxila do carbono 5 da primeira pentose para a hidroxila livre do carbono 3 da última pentose. É claro, trata-se de uma brincadeira que só quem estuda (mesmo) Biologia poderia entender. Pessoalmente, acredito que o sentido da vida está simplesmente em viver a vida. Porque aí podemos construir nossas relações interpessoais. Porém, somos constantemente tentados a nos desviarmos da retidão. No afã de chegarmos cada vez mais perto dos nossos sonhos esbarramos em dificuldades que nos desanimam e nos fazem pensar em desistir ou adiar nossos objetivos. Pior é quando, ansiosos por atribuir culpa a outrem, enganamos a nós mesmos pela equivocada sensação de alívio momentâneo de lançar alguém aos leões. Porém, neste caso, como nos sentimos depois? Nos momentos difíceis que passei, nas encruzilhadas da minha vida sempre encontrei o ombro dos amigos. Amigos verdadeiros não são apenas os que nos apoiam em momentos difíceis. Amigo verdadeiro é justamente o que compartilha nossos momentos felizes, porque também nos alegra compartilhar os seus. Uma das maiores sortes que tive na vida foi saber encontrar estes amigos e jamais expô-los às mazelas da sociedade atual. E se ainda assim, um mal entendido ocorreu, olhando olhos nos olhos, saber desculpar-se é uma grande virtude, um dom inato. A amizade, a dedicação, a fidelidade, a paciência, a gratidão e o respeito são qualidades morais, resultado das nossas escolhas. E temos o livre arbítrio para decidir o que é certo e o que é errado. Não é difícil, mas exige inteligência, pois a consequência de uma decisão equivocada pode nos acompanhar por toda vida. Além disso, muitas das nossas escolhas trazem com consequência perdas ou frustrações. Ainda assim nos resta a opção de sermos corajosos, reconhecermos o erro e mudarmos a partir das nossas próprias atitudes. Talvez seja esse o caminho a seguir.
Posted on: Sat, 06 Jul 2013 03:09:24 +0000
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